Quinta, 27 de fevereiro de 2014
Sérgio Botelho
Vocês conhecem a verdadeira historia do Plano Real? Creio que não!
FHC usurpou a paternidade do plano. Estou repassando tudo isso (essas
afirmações não foram escritas por mim nem filmadas), pois foram
públicas. A midia publicou.
E tem mais. Recordar é viver: em vídeo, Itamar Franco esclareceu que o
Plano Real não é obra de FHC. Itamar Franco expressou sua mágoa por
Fernando Henrique Cardoso insistir em se dizer autor do Plano Real.
Se preferir, antes de assistir ao vídeo, leia a coluna “Rosa dos
Ventos”, de Mauricio Dias, de 8/7/2011, seis dias após a morte de
Itamar. O texto têm quase dois anos, mas ainda é bem atual.
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O HERÓI, O CARA E O COROA
Mauricio Dias
O ex-presidente Itamar Franco, já internado e gravemente enfermo, não
viu nem ouviu, nos dias finais, Fernando Henrique Cardoso, um de seus
ex-ministros da Fazenda e, posteriormente, presidente da República,
colher mais uma vez, sem constrangimentos, a consagração que só faria
justiça a ele. Mas foi FHC quem completou 80 anos reverenciado pela
mídia como o “pai” do Plano Real.
Itamar, morto no dia 2 de julho, deixou bem explicada essa história. O
depoimento, importante para o bem do País e da história, foi sufocado,
no entanto, por uma conspiração silenciosa. Ele mostra, com a autoridade
de presidente da República na criação da nova moeda, que a paternidade
atribuída a FHC é usurpação.
Eis um resumo do testemunho dele, publicado na íntegra no blog Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim:
“Para mim, Ricúpero [Rubens, ministro da Fazenda] é o principal
sacerdote do Plano Real. Mais tarde tivemos ajuda, e grande, do ministro
Ciro Gomes. Naquele momento, isso é o que o povo brasileiro não sabe,
se for ler a história do real […], é o senhor Pedro Malan [ex-ministro
da Fazenda]; senhor Pérsio Arida [ex-presidente do Banco Central], não
sei mais quem…”.
Prossegue Itamar Franco: “De repente, até parece que foi o doutor
Cardoso [FHC] que assinou a medida provisória [do Plano Real]”.
FHC deixou o governo em março e o Plano Real foi em julho de 1994.
“Ele tinha assinado a cédula [como ministro da Fazenda] e eu errei
deixando que assinasse. Constitucionalmente, não podia”, lamentou
Itamar.
O ex-presidente finalizou o depoimento com uma frase perturbadora
para FHC: “Ele entende de economia tanto quanto eu. Talvez eu entenda
mais”.
Fernando Henrique Cardoso, sociólogo que, aos 80 anos, após dois
mandatos presidenciais, tenta ser líder não só de uma oposição
desorientada politicamente, mas igualmente um octogenário na vanguarda
da juventude que luta pela descriminalização da maconha e, por isso,
deve considerá-lo um “coroa” legal.
FHC, travestido de “pai do real”, elegeu-se presidente em 1994 e, em
típico golpe branco, manipulou o Congresso e introduziu um contrabando
na Constituição, com acusação de ter comprado votos parlamentares a R$
200 mil per capita: a reeleição.
Inebriado pelo neoliberalismo que corria o mundo, ele iniciou o
desmonte do Estado. Vendeu o que podia e tentou o que não podia: leiloar
a Petrobras e o Banco do Brasil.