Quarta, 27 de julho de 2016
Do Metrópoles
Por Lilian Tahan, Maria Eugênia e Mirelle Pinheiro
Um dos documentos apresentados pela Nutrindus para se
habilitar na concorrência do GDF tem graves indícios de adulteração. O
caso é investigado pela Delegacia de Defraudações do Maranhão
A empresa que ganhou oito dos 13 lotes para fornecer refeições aos
hospitais públicos do Distrito Federal apresentou atestado de capacidade
técnica falso ao GDF. A Nutrindus Alimentos Ltda. forjou a assinatura
da diretora de uma empresa para a qual presta serviço no Maranhão com a
intenção de provar que tinha condições de atender ao governo da capital
federal no volume exigido pelo edital. A fraude grosseira contamina uma
das maiores licitações recentes do Executivo, estimada em R$ 300 milhões
e tratada pelo próprio governador Rodrigo Rollemberg (PSB) como uma
medida de economia e de legalidade.
Há 13 anos, não havia licitação para o fornecimento de alimentação na
rede pública do DF. Há oito anos, os contratos vinham sendo renovados de
maneira emergencial, o que motivou diversas recomendações por parte dos
órgãos de controle. Amparados por essa circunstância da fragilidade
legal, o governo resolveu abrir o pregão eletrônico. Participaram da
licitação 18 empresas. Três foram habilitadas para o fornecimento,
repartido em 13 lotes. A Nutrindus amealhou a maior fatia, o equivalente
a 567.980 refeições por mês, entre desejum, almoço, lanche, jantar e
ceia. Isso representa 60% do que é consumido por servidores, pacientes e
acompanhantes.