Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 14 de março de 2019

MARIELLE VIVE!

Quinta, 14 de março de 2019



MARIELLE VIVE!

Por
Toninho do Psol

Com a descoberta da identidade dos assassinos de Marielle e Anderson, as autoridades tem de responder à pergunta que todo o Brasil e o mundo tem feito nos últimos dias. Quem mandou executar esse covarde assassinato da vereadora do PSOL e de seu motorista? Os assassinos tem forte ligação no submundo da política, do tráfico de drogas e com as milícias e outros grupos de extermínio, inclusive com familiares do presidente Bolsonaro, como constatado pelas investigações do Ministério Público e por denúncias dos principais jornais do Rio de Janeiro e pelas fotos veiculadas em sites e redes sociais.

A folha corrida dos assassinos mostra que sempre desfrutaram da impunidade e do acobertamento para suas atividades ilegais por parte de autoridades da segurança pública do Rio de Janeiro durante vários governos. Eram ou foram milicianos, a serviço do crime organizado. Isso foi fartamente comprovado nas investigações levadas a cabo pelo Ministério Público.

Esses assassinos, apesar de terem sido reformados pela Policia Militar com salários modestos, moravam em condomínios de luxo na Barra da Tijuca e são proprietários de casas milionárias nesses empreendimentos. De onde vieram suas riquezas e patrimônios? A Receita Federal poderia esclarecer?
  
Não podemos descartar nenhuma hipótese sobre as motivações dos assassinatos e sobre os mandantes. Marielle foi uma ativa militante do PSOL e uma das principais assessoras de Marcelo Freixo quando este ocupava uma cadeira de Deputado Estadual. Militante LGBT e defensora dos direitos humanos nas favelas e comunidades do Rio de janeiro. Uma mulher de luta!
Certamente a organização criminosa quis atingir e mandar um recado ao PSOL, intimidando e dizendo a Marcelo Freixo e a todos os militantes que defendem os Direitos Humanos e os interesses e reivindicações da classe trabalhadora, no Rio de Janeiro e no Brasil, que eles podem ser os próximos. Essa é a nua e crua realidade que deparamos nesse momento. Situação lembra a realidade da Colômbia há alguns anos atrás, quando os cartéis que dominavam o tráfico de cocaína, espalhavam o terror e a morte de milhares de pessoas, em estreita colaboração com agentes do Estado, policiais e membros de segmentos da Forças Armadas, que estavam associados aos chefões das drogas.

Não podemos deixar de fazer o registro da apreensão de 117 fuzis M-16, teoricamente de uso privativo das Forças Armadas, que estavam escondidos em apartamento no bairro do Méier, na casa de um “amigo” do assassino de Marielle.

O custo aproximado desses fuzis no mercado paralelo de armas pode chegar a até 40 mil reais cada unidade.  Portanto a fortuna que estava com os assassinos de Marielle, só nesta apreensão,  chegaria a mais de 4 milhões de reais! Para qual ou quais organizações seriam destinadas estas armas, de tamanha sofisticação e letalidade? Desde quando os assassinos de Marielle traficavam tais armas? São perguntas que a opinião pública quer ver respondidas.

Afinal, até onde se estende os tentáculos dessa organização criminosa? Parece que o aparelho do Estado, no Rio de Janeiro, está infiltrado por estas gangues. Prova disso é que os dois assassinos de Marielle e Anderson, foram avisados com antecedência por comparsas sobre as respectivas ordens de captura emitidas pela Justiça, o que motivou a antecipação de suas prisões. Registre-se que a operação policial para captura dos assassinos de Marielle e Anderson era de absoluto sigilo das autoridades!

O perigo ronda as pessoas de bem em nosso país. O que esperávamos do atual governo é que esses grupos de assassinos, estivessem onde estivessem, fossem desbaratados e presos.

Incrível o silêncio e a inoperância do Ministro da Justiça diante dos últimos acontecimentos. A sociedade esperava mais do Sr. Ministro Sergio Moro.
Não queremos que o império da violência prevaleça sobre a democracia e os direitos humanos!

Neste 14 de março de 2019,  gritemos a uma só voz:


Marielle e Anderson, PRESENTES!