Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

E a cabra foi pro brejo…, com queijo e tudo

Quinta, 17 de dezembro de 2020

Vida de pequeno produtor rural artesanal não é fácil. Não se beneficia das regras da agricultura familiar e quase sempre são enquadrados nas mesmas regras dos grandes frigoríficos e laticínios. Regras criadas para simplificar a vida, na prática nada alteraram e o futuro de muitos, como o caso aqui relatado, é a derrocada empresarial. Rui para quem produz, ruim pra quem consome, péssimo para o país.

 

Por Chico Sant’Anna

Dizer que vida de pequeno produtor rural é uma dificuldade só, já virou lugar comum. O desempenho comercial de quem tira a riqueza da terra é ainda mais difícil se a produção rural for de pequeno porte, estiver localizada em Goiás e o mercado consumidor, em Brasília. Haja burocracia. Tratam pequenos produtores artesanais, como se fosse grandes indústria de laticínio ou frigorífica. É mais fácil colocar à venda nos mercados de Brasília um queijo feito no Tibete, do que um produzido na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (Ride-DF). Na prática, a Ride, que engloba 32 municípios goianos e mineiros, não existe. A fiscalização sanitária feita nos laticínios produzidos em Goiás, por exemplo, não tem valor no DF, e vice versa. As normas federais criadas para desburocratizar a vida dos pequenos, pouco ou nada alterou a burocracia. O produtor goiano que visa o mercado goiano precisa, então, recorrer à Fiscalização Federal e, para quem é pequeno, isso se torna quase que impossível, levando à morte muitos empreendimentos e empregos.

Atualmente, a Cabra Chic processa 300 litros de leite caprino, produzindo uma linha de queijos que inclui boursin, montanhês, sardo e meia cura, além da ricota e do frescal. Foto Divulgação.

Essa realidade acima pode ser personificada na efêmera trajetória de vida da Cabra Chic. Uma linha de produção de laticínios gourmet, a partir do leite de cabra, produzidos na área rural de Luziânia. A tecnologia empregada foi desenvolvida a partir de muitas pesquisas e estudos sobre as técnicas portuguesas, francesas e também do Nordeste brasileiro.

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