Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Mariene de Castro - Pot-pourri ai que saudades tenho da Bahia

Sexta, 30 de julho de 2021

Por Cida Torneros

Tenho muitas histórias pra contar do que já vivi na Bahia e do quanto aquele pedaço histórico do Brasil me renasce o meu porto seguro. Isso, o Porto seguro de Cabral é tão meu quanto dele. 

A primeira vez que me senti "baioca" mistura de baiana com carioca tinha 7 anos. Meu avô português foi pra lá passear sozinho e trouxe uma pulseira com mini baianinhas penduradas. Não tirava nem pra tomar banho, ficava admirando e balançando a bijuteria até no meio das aulas da primeira série. 

Senti que aquelas bonequinhas tinham a ver com meu futuro de algum modo.

Depois, já quase adolescente, me apaixonei por Carmen Miranda e Dorival Caymmi. E na juventude, por João Gilberto e Caetano e Gil e Bethânia e Gal. 

A viagem foi adiada muitas vezes. Consegui ir com meu filho pequeno ainda duas vezes a Porto Seguro. O encantamento da Baía Cabrália, a aldeia dos índios pataxós, o gosto de Brasil descoberto em 1500.

Anos depois, sozinha, finalmente, rumei para Salvador. Que aventura maravilhosa. Dias de descoberta do Pelourinho, das igrejas, do místico Bonfim, do elevador Lacerda, da praça Castro Alves, das lembranças dos discursos que estudei de Rui Barbosa e da comida saborosa inesquecível. Praias, amizades novas, um flerte que me levou na lagoa de Abaeté e fui conhecer os Orixás iluminados na noite do Tororó.

Voltei pro Rio abençoada e certa de que iria outras vezes beber duma fonte daquela energia cruzada. Isso aconteceu em 2005 .

Retornando de um trabalho em João Pessoa, parei em Salvador pra visitar minha prima Luciana médica que tinha mudado pra lá.

Tempinhos depois fui no casamento da Lu com Saulo. E quando a primeira filha do casal Bia fez um ano, estive na festa

Ainda não consegui voltar. Bahia está no meu coração. Comemoro o 2 de julho com patriotismo.

Sigo a baianada com tietagem quase infantil. Tive a honra de conhecer Vitor Hugo Soares e escrever para o jornal a tarde, colaboro no site Bahia em Pauta.

Margareth Menezes, Mariene de Castro, os novos velhos baianos. Acompanho todos. Sou fanzoca de carteirinha do Jorge Amado e família. A fase baiana do Vinícius me encheu de orgulho.

O axé daquela terra me entranhou direto. Ai que saudades tenho da Bahia.

Cida Torneros

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Cida Torneros é jornalista aposentada e edita no Rio de Janeiro o Blog Vou de Bolinhas.