Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Meio Ambiente. Amazônia Protege: Justiça aceita pedidos do MPF e condena réu a pagar R$ 1,2 milhão por desmatamento no Pará

Quinta, 31 de outubro de 2024
Comunicação/MPF

Condenado também terá que recuperar a área desmatada

A Justiça Federal aceitou pedidos do Ministério Público Federal (MPF) e obrigou o réu Antônio José Junqueira Vilela Filho a pagar R$ 1,2 milhão em indenizações por desmatamento em Altamira, no Pará. O condenado foi processado judicialmente a partir de dados obtidos pelo projeto Amazônia Protege, iniciativa do MPF que alia tecnologia e ações jurídicas.

A condenação foi pela degradação de 134 hectares (cada hectare equivale a um campo de futebol), detectada por imagens de satélite em 2018. Outro condenado, Zelino Batisti, terá que pagar R$ 354 mil pelos danos.

Ambos também terão que recuperar a área desmatada, que teve o Cadastro Ambiental Rural (CAR) suspenso até que a recuperação seja concluída. Os condenados recorreram contra a sentença e aguardam decisão da Justiça Federal no Pará sobre os recursos.

Antônio José Junqueira Vilela Filho é réu também em outros processos, decorrentes da Operação Rios Voadores, realizada em 2016.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

PASSOU A BOIADA— Relatório Human Rights 2022: Bolsonaro encorajou práticas criminosas de desmatamento

Sexta, 14 de janeiro de 2022
A HRW também afirma que o Brasil contribuiu para o “aumento dos custos que a crise climática tem representado aos direitos humanos em todo o mundo” — Estevam Costa/PR

Documento aponta para o menor número de multas por desmatamento na Amazônia Legal em 21 anos

Caroline Oliveira
Brasil de Fato | São Paulo (SP) | 14 de Janeiro de 2022 

O governo de Jair Bolsonaro (PL) enfraqueceu as políticas e os equipamentos de fiscalização ambiental desde que assumiu a Presidência, em janeiro de 2019. Com isso, encorajou as redes criminosas que atuam no desmatamento, utilizando-se de práticas violentas contra os defensores da floresta. A constatação é do Relatório Mundial de 2022 da organização internacional Human Rights Watch (HRW), lançado globalmente nesta quinta-feira (13). 

Dados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) mostram que o número de multas de infrações relacionadas a desmatamentos pagas aos oito estados da Amazônia Legal entre 2019 e 2020 foi 93% menor do que a média dos cinco anos anteriores. O valor arrecadado é o menor em 21 anos. 

Segundo o estudo, em 2013, no governo Dilma Rousseff (PT), foram arrecadados cerca de R$ 25 milhões, o maior valor do período analisado, entre 2000 e 2020. No segundo ano do governo Bolsonaro, em 2020, chegou a somente R$ 66 mil, a partir de apenas 13 autos de infração.

terça-feira, 23 de julho de 2019

MEIO AMBIENTE. Defender o Inpe é defender a ciência brasileira, diz físico após ataques de Bolsonaro

Terça, 23 de julho de 2019

Comunidade científica enaltece trabalho de pesquisadores do instituto, que expôs dados sobre avanço do desmatamento


Brasil de Fato | Brasília (DF)
Inpe mostrou que a Amazônia perdeu 762,3 km² no mês de junho, o que representa um aumento de 60% sobre o mesmo período de 2018 / Foto: Daniel Beltrá/Divulgação Greenpeace

Presidente da Associação Brasileira de Ciências (ABC) e professor do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Luiz Davidovich reagiu à declaração do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre os dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que mostram avanço do desmatamento no país e disse confiar nos números apresentados pela instituição. 
O último monitoramento do órgão mostra que a Amazônia perdeu 762,3 km² no mês de junho, o que representa um aumento de 60% sobre o mesmo período de 2018. Na última sexta-feira (19), o capitão reformado disse a veículos de imprensa que as estatísticas do Inpe não estariam de acordo com a realidade nacional, além de "dificultar as negociações" no exterior.
Em entrevista ao Brasil de Fato, Davidovich ressalta que o trabalho do instituto é considerado “ultramoderno” e que os dados produzidos pela instituição são disponibilizados para todo o mundo por meio de técnicas de transparência. “Eu acredito que todos os brasileiros, do peão da fábrica ao presidente da República, deveriam se orgulhar do trabalho feito pelo Inpe, que esclarece a situação dos biomas nacionais. Defender o Inpe é defender a ciência brasileira, é defender o Brasil”, sustenta.
Na semana passada, Bolsonaro chegou a afirmar que o diretor do Inpe, Ricardo Galvão, seria “chamado para se explicar” e sugeriu que o pesquisador, que é físico e engenheiro, poderia estar agindo “a serviço de alguma ONG”. O presidente da ABC, por outro lado, ressalta a credibilidade do material produzido pelo instituto e afirma que a preservação da Amazônia é central para o desenvolvimento do Brasil.
“Isso precisa ser esclarecido. A realidade que os dados mostram é fiel, mostram o trágico desmatamento da Amazônia, que está prejudicando uma grande riqueza do Brasil. A Amazônia é importante não só por conta do clima, mas também por conta da biodiversidade que contém”, afirma Davidovich.
Outras reações
Em nota publicada no domingo (21), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), principal organização do meio científico no país, classificou as críticas de Bolsonaro como “ofensivas, inaceitáveis e lesivas ao conhecimento científico”. A entidade também ressaltou que o Inpe tem uma atuação de cerca de 60 anos e “reconhecimento no país e no exterior”.
“A ciência produzida pelo Inpe está entre as melhores do mundo em suas áreas de atuação, graças a uma equipe de cientistas e técnicos de excelente qualificação, e presta inestimáveis serviços ao País. O diretor do Inpe, Dr. Ricardo Galvão, é um cientista reconhecido internacionalmente, que há décadas contribui para a ciência, a tecnologia e a inovação do Brasil”, complementa o texto.
A nota sublinha que a entidade tem “confiança na qualidade do monitoramento da Amazônia” feito pelo instituto e que eventuais contrapontos a esse conteúdo precisariam ter base científica.
“Em ciência, os dados podem ser questionados, porém sempre com argumentos científicos sólidos, e não por motivações de caráter ideológico, político ou de qualquer outra natureza. Desmerecer instituições científicas da qualificação do Inpe gera uma imagem negativa do País e da ciência que é aqui realizada”, afirma o Conselho da SPBC, signatário do documento.
A ABC também se manifestou publicamente por meio de nota. A organização, que reúne mais de 700 cientistas de diferentes áreas, disse que a iniciativa do presidente “ataca também toda a comunidade de pesquisadores do Brasil e a soberania nacional”.
“O Inpe foi criado em 1961 com a missão de produzir informações e tecnologias robustas nas áreas espacial e do ambiente terrestre, bem como disponibilizar produtos e serviços para o Brasil, subsidiar suas políticas públicas e dar suporte à comunidade científica brasileira. Seu corpo de pesquisadores é de altíssimo nível e por isso participa dos principais fóruns mundiais nas áreas de suas especialidades. Sua infraestrutura é invejável e representa o estado da arte [o mais elevado nível de desenvolvimento] nas áreas relacionadas à sua missão”, acrescenta o texto.
Embargo
Após a repercussão de seus ataques em relação ao Inpe, Bolsonaro seguiu no tom de ofensiva e defendeu nessa segunda-feira (22) que os dados sobre o desmatamento passem antes por ele, porque não quer ser “pego de calças curtas” com questões importantes que podem prejudicar negociações do país. Ele também disse que essas informações deveriam passar pelo crivo do Ministério da Ciência e Tecnologia.
“Eu estou acostumado com hierarquia e disciplina, e no governo sei que a maioria é civil. Então quando o Inpe detecta um dado qualquer, ele tem que subir os dados para o ministro Marcos Pontes, de Ciência e Tecnologia, antes passando pelo Ibama para divulgar”, declarou, depois de um almoço no Comando da Aeronáutica.
Edição: Daniel Giovanaz

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Índios resolvem combater desmatamento e apreendem equipamentos no Pará

Segunda, 24 de setembro de 2018
Por Juliana Cézar Nunes - Repórter da Rádio Nacional  Brasília
Lideranças indígenas da etnia Tembé decidiram combater o desmatamento por conta própria. Um grupo de 600 indígenas autodenominados fiscais passaram a fazer nos últimos dias apreensões de caminhões, tratores e ferramentas de madeireiros que atuariam ilegalmente na Reserva Indígena Alto Rio Guamá, em Paragominas, sudeste do Pará.

domingo, 21 de janeiro de 2018

A Amazônia perdeu 184 quilômetros quadrados de florestas em dezembro

Domingo, 21 de janeiro de 2018


Dados mostram aumento expressivo do desmatamento na Amazônia.

Por Jornal O Sul / Foto: Karla Gachet - Greenpeace
e Portal ContextoExato

A Amazônia perdeu 184 quilômetros quadrados de florestas em dezembro de 2017, segundo informações do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Os dados mostram aumento expressivo do desmatamento em relação ao mesmo mês de 2016, quando foram registrados apenas 9 quilômetros quadrados de desmate.

terça-feira, 16 de maio de 2017

#RetrocessoAmbientalNão: MPF e MP/RO movem ação para retirada imediata dos invasores da Flona do Bom Futuro

Terça, 16 de maio de 2017
Do MPF
Órgãos pedem que União seja obrigada a retirar com urgência os invasores, utilizando a Força Nacional de Segurança, e a aumentar número de fiscais do ICMBio na unidade de conservação federal
#RetrocessoAmbientalNão: MPF e MP/RO movem ação para retirada imediata dos invasores da Flona do Bom Futuro
Foto: Ascom/MPF/RO 
 
Pelo menos duas frentes de invasão estão em curso na Floresta Nacional (Flona) do Bom Futuro, unidade de conservação federal localizada nos municípios de Porto Velho e Ariquemes (RO). Por causa disso, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público Estadual (MP/RO) ingressaram com uma ação civil pública na Justiça Federal para obrigar a União a retirar os invasores, reprimir os crimes ambientais com a presença da Força Nacional e disponibilizar recursos para aumentar o número de fiscais do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio).

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Meio ambiente: Amazônia perde 7.989 km² de floresta, maior desmatamento desde 2008

Segunda, 9 de janeiro de 2017

Heloisa Cristaldo - Repórter da Agência Brasil
desmatamento
Desmatamento de 2016 na Amazônia é o maior desde 2008, segundo levantamento do IpamArquivo/Agência Brasil


Entre agosto de 2015 e julho de 2016 (calendário oficial para medir o desmatamento), a Amazônia perdeu 7.989 quilômetros quadrados (km²) de floresta, a maior taxa desde 2008, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) a partir de dados oficiais divulgados pelo governo federal no fim do ano passado.

sábado, 24 de dezembro de 2016

Brasil, paraíso dos latifundiários: Dez maiores multas por desmatamento somam R$ 260 milhões e sequer são pagas, denuncia Greenpeace

Sábado, 24 de dezembro de 2016
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil

desmatamento
Entre agosto de 2015 e julho 2016 houve
aumento de 29% do desmatamento na região amazônicaArquivo/Agência Brasil

Os dez maiores multados por destruir a Amazônia entre agosto de 2015 e julho 2016 acumularam mais de R$ 260 milhões em penalidades e a maior parte dessas multas não são pagas, segundo a Ong Greenpeace. No mesmo período, como mostrou estimativas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), houve aumento de 29% do desmatamento na região.

O valor total das multas ambientais aplicadas nos estados da Amazônia Legal no período foi R$ 1,7 bilhão. As multas incluem crimes como desmatamento, exploração ilegal de madeira, transporte ilegal de madeira e fraude no sistema.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

Rios Voadores: servidor do Ibama integrante do grupo que mais desmatou a Amazônia pode perder cargo

Quinta, 22 de dezembro de 2016
Do MPF
Além de ter sido denunciado por uma série de crimes, Waldivino Gomes da Silva, que chegou a ser gerente da autarquia em Sinop (MT), foi acusado de improbidade
Rios Voadores: servidor do Ibama integrante do grupo que mais desmatou a Amazônia pode perder cargo
(foto ilustrativa: Ibama/Everton Pimentel)
O ex-gerente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) em Sinop (MT) Waldivino Gomes Silva, acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de fazer parte do esquema criminoso que promoveu o maior desmatamento já detectado na Amazônia, também foi acusado por enriquecimento ilícito e improbidade administrativa.
Juntamente com ele foram acusados o mandante e financiador da organização criminosa, Antônio José Junqueira Vilela Filho – o AJ Vilela ou Jotinha –, um dos fornecedores dos equipamentos para o desmate e executores do desmatamento, Jerônimo Braz Garcia, e a esposa de Waldivino Silva, Obalúcia Alves de Sousa.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

STJ reconhece legitimidade do MPF para defender Mata Atlântica em Sergipe


Quarta, 2 de setembro de 2015
Do STJ
A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julgamento realizado no último dia 20, reconheceu a legitimidade do Ministério Público Federal (MPF) para defender em ação civil pública a preservação de trecho de Mata Atlântica localizado em Sergipe.
O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) havia concluído pela incompetência da Justiça Federal por considerar que, embora a Mata Atlântica seja patrimônio nacional (artigo 225, parágrafo 4º, da Constituição Federal), ela não é bem da União, o que atrairia a competência da Justiça estadual – e, em consequência, afastaria a legitimidade do MPF.
Contra a decisão, o MPF interpôs recurso especial. Nas alegações, destacou a responsabilidade da União pela identificação, proteção e fiscalização dos biomas nacionais por meio de seus órgãos competentes, como o Ibama – situações determinantes da competência federal.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Desmatamento da Amazônia Legal cresce 290%

Segunda, 20 de outubro de 2014
Boletim do desmatamento da Amazônia Legal (setembro de 2014) SAD [Sistema de Alerta de Desmatamento]

Do site do Imazon
O SAD detectou 402 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal em setembro de 2014. Isso representou um aumento de 290% em relação a setembro de 2013 quando o desmatamento somou 103 quilômetros quadrados. Foi possível monitorar 93% da área florestal na Amazônia Legal enquanto que em setembro de 2013 o monitoramento cobriu uma área menor (79%) do território.

Em setembro de 2014, o desmatamento concentrou em Rondônia (33%), Pará (23%), seguido pelo Mato Grosso (18%) e Amazonas (12%), com menor ocorrência no Acre (10%), Roraima (4%) e Tocantins (1%).

As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 624 quilômetros quadrados em setembro de 2014. Em relação a setembro de 2013 houve um aumento de 3.797%, quando a degradação florestal somou 16 quilômetros quadrados.
 
Fonte: Imazon 

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Matança

Quinta, 8 de agosto de 2013
Xangai
Composição: Augusto Jatobá

Vídeo postado no YouTube por leiareisbertaglia

sábado, 27 de julho de 2013

Apenas 23% dos recursos para controle de desmatamento e incêndios foram utilizados

Sábado, 27 de julho de 2013
Marina Dutra
Do Contas Abertas

O desmatamento da Amazônia subiu 35% entre agosto e maio deste ano. A perda florestal foi de 2.337,78 km², de acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (INPE). Ao contrário dos crescentes números referentes à degradação ambiental, o programa orçamentário de combate ao desmatamento e proteção das florestas registrou baixa execução no primeiro semestre do ano.
 
O Ministério do Meio Ambiente, o Ibama, o Serviço Florestal Brasileiro, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Instituto Chico Mendes, responsáveis pelo programa “Florestas, Prevenção e Controle do Desmatamento e dos Incêndios” tiveram autorização para aplicar R$ 305,2 milhões em 2013, dos quais apenas R$ 69,8 milhões foram desembolsados até o dia 15 de julho, ou seja, apenas 23% do total. O problema em relação à baixa execução do programa é antigo. De 2002 a 2012 foram autorizados cerca de R$ 1,4 bilhão para a rubrica, dos quais apenas R$ 971,6 milhões foram desembolsados, menos de 70% do total.

Leia a íntegra no Contas Abertas.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Improbidade ambiental

Terça, 2 de abril de 2013
Fábio Medina Osório
Há muitos anos, ainda na condição de Diretor da Associação Brasileira do Ministério Público do Meio Ambiente – ABRAMPA e de Promotor de Justiça na Promotoria Especializada na Defesa do Meio Ambiente em Porto Alegre/RS, defendi a tese da chamada “improbidade ambiental”, que veio a ser sufragada no Ministério Público brasileiro e utilizada com enorme frequência para fins de combate à má gestão pública na área ambiental.
Não se trata apenas de combater graves desonestidades em matérias de licenciamentos ou fiscalizações ambientais, mas também de enfrentar o crônico problema da ineficiência endêmica nesse setor, à luz da Lei 8.429/92, que contempla, para além do ressarcimento de danos materiais e morais, a suspensão de direitos políticos e outras sanções aos agentes públicos e particulares. Um dos instrumentos propostos, em trabalho que publiquei, foi a previsão de responsabilidades pessoais de agentes públicos nos termos de ajustamento de conduta, para assegurar sua efetiva implementação.

Passados mais de dez anos do período em que exerci como Promotor de Justiça na área ambiental, e hoje na condição de advogado, vejo que a jurisprudência, especialmente do STJ, acatou a tese da improbidade ambiental e é necessário que os gestores públicos adotem cautelas cada vez maiores, no campo da prevenção, para evitar incidência da Lei 8.429/92, Lei de Improbidade Administrativa, em decorrência de ações ou omissões irregulares na área do meio ambiente natural ou urbano.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Ministério Publico Federal aponta Incra como responsável por um terço do desmatamento da Amazônia

Quarta, 10 de outubro de 2012
Aline Leal
Repórter da Agência Brasil

A Justiça Federal proibiu o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de criar assentamentos sem regularização ambiental no estado do Pará. A ação judicial, que culminou na decisão, apontou o Incra como responsável por um terço do desmatamento na Amazônia.

“Os procedimentos irregulares adotados pelo Incra na criação e instalação dos assentamentos vêm promovendo a destruição da fauna, flora, dos recursos hídricos e do patrimônio genético, provocando danos irreversíveis ao bioma da Amazônia”, registrou a ação, aberta pelo Ministério Público Federal.

sábado, 22 de setembro de 2012

Dia da árvore: só 42,7% dos recursos de combate ao desmatamento foram aplicados em 2012

Sábado, 22 de setembro de 2012
Dyelle Menezes e Guilherme Oliveira
Do Contas Abertas

Nesta sexta-feira (21) é comemorado o Dia da Árvore, dedicado a reflexões e discussões sobre a conservação da natureza e preservação das nossas matas. Entretanto, não há o que celebrar em 2012, uma vez que apenas 42,7% dos recursos disponíveis para o programa “Florestas, prevenção e controle do desmatamento e dos incêndios” foram desembolsados. Decorrido praticamente 75% do exercício, do total de R$ 182 milhões autorizados para este ano, somente R$ 77,7 milhões foram aplicados até o momento. Nos valores estão incluídos os “restos a pagar”, ou seja, compromissos assumidos em gestões anteriores, mas não pagos no exercício. (veja tabela)

O programa tem o objetivo de promover a queda contínua do desmatamento ilegal, com ênfase na fiscalização ambiental e na articulação entre os entes federados. Além disso, deve ser realizada a recuperação de áreas degradadas, principalmente nas áreas de preservação permanente e de reserva legal, bem como o manejo florestal sustentável, com enfoque comunitário e familiar, visando conciliar a manutenção e uso das florestas e a integração com demais sistemas produtivos.
Leia a íntegra no site Contas Abertas

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Incra é o maior desmatador da Amazônia, diz o Ministério Público Federal

Sexta, 6 de julho de 2012
MPF aponta o Incra como o maior desmatador da Amazônia


Ações contra a autarquia do governo federal foram ajuizadas em seis estados da região. Área desmatada em assentamentos já representa um terço do desmatamento amazônico

O Ministério Público Federal (MPF) iniciou essa semana uma nova etapa da atuação contra o desmatamento ilegal na Amazônia. Foram ajuizadas ações em seis estados – Pará, Amazonas, Rondônia, Roraima, Acre e Mato Grosso – que apontam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como o maior desmatador da região. As ações reúnem dados inéditos sobre o desmatamento em assentamentos de reforma agrária que mostram que cerca de um terço das derrubadas ilegais vêm ocorrendo nessas áreas.

“Os procedimentos irregulares adotados pelo Incra na criação e instalação dos assentamentos vêm promovendo a destruição da fauna, flora, recursos hídricos e patrimônio genético, provocando danos irreversíveis ao bioma da Amazônia”, dizem as ações iniciadas essa semana, resultado de investigação conjunta que demorou um ano para ser concluída.

A participação do Incra no volume total de desmatamento da região também vem crescendo por conta da regularização ambiental da atividade pecuária. Historicamente, a criação de gado em áreas particulares era o principal vetor do desmatamento, mas dois anos depois dos acordos da Carne Legal, iniciados no Pará, as derrubadas em assentamentos estão ficando mais preocupantes. Elas representavam 18% do desmatamento em 2004, mas em 2010 atingiram um pico: somaram 31,1% de todo o desmatamento anual na Amazônia.

As ações relatam à Justiça Federal os danos em cada estado. Em comum, em todos os processos o MPF pede a interrupção imediata do desmatamento em áreas de reforma agrária, proibição de criação de novos assentamentos sem licenciamento ambiental e um plano para licenciar os assentamentos existentes, bem como para averbação de reserva legal e recuperação de áreas degradadas, com prazos que vão de 90 dias a um ano.

As ações judiciais foram elaboradas pelo Grupo de Trabalho da Amazônia Legal, que reúne procuradores da República de toda a região, e ajuizadas em seis dos nove Estados que compõem a Amazônia Legal. Amapá e Tocantins ficaram de fora por terem números inexpressivos de desmatamento nas áreas de reforma agrária. O Maranhão, que tem uma das situações mais graves nos assentamentos, está concluindo o inquérito sobre o assunto.

Cem metrópoles - A área já desmatada pelo Incra corresponde a 20 anos de desmatamento se mantido o ritmo atual, de cerca de 6 mil km2 por ano. De acordo com a investigação, até 2010 o Incra foi responsável por 133.644 quilômetros quadrados de desmatamento dentro dos 2163 projetos de assentamento que existem na região amazônica.

Para se ter uma ideia do prejuízo, a área desmatada é cerca de 100 vezes o tamanho da cidade inteira de São Paulo. Só no ano passado, dentro de assentamentos já criados do Incra, foram perdidos 1 milhão e 668 mil hectares em floresta (um hectare é o tamanho médio de um campo de futebol). Entre 2000 e 2010, foram mais de 60 milhões de campos de futebol em florestas que vieram ao chão.

O MPF fez um cálculo com base no valor comercial dos produtos madeireiros e chegou a um valor total de R$ 38, 5 bilhões em danos ambientais causados pelo Incra em toda a Amazônia. O valor corresponde ao que foi desmatado entre 2000 e 2010 e calculado pelos valores mínimos do mercado.

Os números foram obtidos por três instituições distintas, a pedido do MPF, em análise das fotos de satélite dos assentamentos. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) chegaram às mesmas conclusões: o desmatamento está descontrolado nas áreas de reforma agrária. “Temos então que os assentamentos instalados pelo Incra responderam por 18% dos desmatamentos verificados na Amazônia Legal nos últimos 10 anos”, dizem os procuradores da República nas ações judiciais.

De acordo com o Imazon, os assentamentos mais desmatados estão no Pará, Maranhão e Mato Grosso. São 764 assentamentos (287 no PA, 207 no MA e 117 no MT) que juntos desmataram mais de 64 mil hectares até 2010. Para se ter uma ideia do tamanho do prejuízo. Nesses locais, entre 75% e 100% da cobertura vegetal foi derrubada ilegalmente, o que acrescenta a ausência da reserva legal na lista de infrações ambientais do Incra. Na Amazônia, o Código Florestal prevê reserva legal de 80% da cobertura vegetal, em propriedades privadas e também nas áreas de reforma agrária.

“No total de 2160 projetos válidos, o Inpe detectou que 1511 encontram-se com mais de 20% de sua área desmatada, o que corresponde a 70% dos Projetos de Assentamento”, diz a ação judicial. Mais da metade dos assentamentos na Amazônia – 1156 deles - devastaram a floresta de mais de 50% de seus territórios.
Regularização ambientalSão várias as causas que colocam o Incra como protagonista do desmatamento na Amazônia – negligência com a infraestrutura dos assentamentos, descontrole sobre a venda de lotes – mas pesa muito na balança a ausência quase total de licenciamento ambiental nos projetos. De acordo com o Tribunal de Contas da União, até 2003 tinham sido criados mais de 4 mil assentamentos sem licença ambiental no país.

Após essa data, ainda que não existam números totais, o TCU apontou em auditoria que a prática permaneceu inalterada: “o modo de criação, gestão e implantação de assentamentos em desrespeito à legislação ambiental deve-se à falta de ação do Incra, que sequer chega a protocolar os pedidos de licenciamento”, concluiu a auditoria. Para o MPF, “a ausência de protocolo é grave e enfraquece qualquer defesa do Incra no sentido de que a criação de tais assentamentos sem a devida licença ambiental decorre da falta de manifestação dos órgãos ambientais”.

Íntegra das ações judiciais:
Acre
Amazonas
Mato Grosso
Pará
Rondônia
Roraima

segunda-feira, 28 de maio de 2012

ONGs ambientais diz que vetos ao Código Florestal anistiam desmatadores e abre brechas para crimes ambientais

Segunda, 28 de maio de 2012
Para mais de 160 organizações da sociedade civil que integram o Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável, a medida provisória e os vetos anunciados pelo governo federal ao Código Florestal mantém anistia aos desmatadores e abre brechas para novos crimes ambientais.

Durante uma coletiva realizada hoje (28), em Brasília, o assessor de políticas públicas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), André Lima, afirmou que a anistia de multas e de recomposição de áreas desmatadas está prevista em vários pontos do texto enviado pela presidenta Dilma Rousseff. O advogado, que integra o comitê, relacionou os artigos 4º, 6º , 11, 61, 63 e 67, que tratam de questões como as faixas de áreas úmidas na Amazônia, áreas de reserva legal em imóveis rurais e da recomposição de mata ciliar em margens de rios de acordo com o tamanho da propriedade rural.

“Mais grave que a anistia e a redução das áreas de proteção permanente (APPs), é a possibilidade de recomposição dessas APPs com espécies exóticas. Estamos falando de espécies que não compõem esses ecossistemas. Agora, basta plantar eucalipto e pinus que as APPs estarão recuperadas”, criticou Lima.

Para o advogado Raul Telles, coordenador adjunto do Instituto Socioambiental (ISA), que também representa o comitê, o Brasil está dando vários passos para trás. “É a primeira vez que permitem que essas áreas, fundamentais para a biodiversidade local, sejam recompostas com eucalipto ou outras plantas que não são nativas. Nem a bancada ruralista teve coragem de propor isso, mas a [presidenta] Dilma [Rousseff] fez”, disse.

Telles avaliou que o texto enviado pelo governo é pior do que o Código Florestal aprovado em 1965. “A lei era bem intencionada, mas carente de medidas de implementação. A lei de agora mantém essas carências, mas é mal intencionada”, disse. Segundo ele, já que o governo optou por não punir os desmatadores, deveria criar incentivos econômicos para estimular a recomposição de APPs.

Os representantes do Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável afirmaram que o único ponto de avanço em relação à lei ambiental de 1965 foi a previsão do Cadastro Cmbiental Rural [CAR]. A proposta é registrar todos os imóveis rurais do país que serão monitorados por satélite para acompanhar a recuperação de áreas desmatadas e evitar novos desmatamentos.

“O CAR serviria para baratear e dar maior escala ao monitoramento dos imóveis, com georreferenciamento. Mas para que um cadastro, se praticamente ninguém vai precisar recuperar? O único avanço que poderíamos ter, não tivemos”, afirmou Raul Telles.

Para o movimento de organizações sociais, o retorno do texto para o Congresso Nacional é preocupante já que os debates vão acontecer depois da Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) e durante as campanhas eleitorais municipais. Ainda assim, os integrantes do comitê garantiram que vão aproveitar o evento “como oportunidade para construir um constrangimento nacional e internacional a favor de um código mais adequado à vontade da maioria da sociedade”.

Fonte: Agência Brasil
Carolina Gonçalves, repórter

terça-feira, 8 de maio de 2012

O tempo está se esgotando para a Amazônia!

Terça, 8 de maio de 2012
Vamos entregar uma forte e ensurdecedora petição com 2 milhões de assinaturas para Dilma antes que ela tome a decisão final – encaminhe para todos!

Caros amigos do Brasil,




Há alguns dias, o Congresso aprovou um projeto de lei catastrófico que vai devastar nossas florestas, da Amazônia à Mata Atlântica. Agora, somente a presidenta Dilma pode barrar essa lei. Ela está sob pressão para vetá-la, mas cabe a nós aumentar essa pressão e levá-la até o limite. Não temos tempo a perder. Clique para salvar a Amazônia e compartilhe essa petição:
Há alguns dias, o Congresso aprovou um projeto de lei catastrófico que dá aos madeireiros e fazendeiros carta branca para desmatar enormes faixas de nossas preciosas florestas, da Amazônia à Mata Atlântica. Agora, somente a presidenta Dilma pode barrar essa lei.

O universo está conspirando a nosso favor. Em algumas semanas, Dilma será anfitriã da maior conferência ambiental do mundo. Informantes nos disseram que ela não aceita pagar o preço de ser considerada a líder que aprovou a devastação da Amazônia. Dezenas de pessoas já foram assassinadas por serem contra o desmatamento – agora é a nossa vez de fazer pressão e forçar Dilma a escolher a opção do veto.

Não temos tempo a perder – ela pode tomar uma decisão a qualquer momento. Vamos dar mais força à nossa petição de 1.2 milhão de assinaturas. Clique abaixo para salvar a Amazônia e divulgue essa campanha para todos – quando alcançarmos 2 milhões de assinaturas a Avaaz juntará forças com ex-ministros do Meio Ambiente para entregar a petição diretamente para Dilma:

http://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma/?vl

Na última década, o Brasil conseguiu reduzir amplamente os índices de desmatamento, chegando a 78% de redução entre 2004 e 2011. A razão? Uma legislação florestal aclamada mundialmente, aplicada pela polícia federal, e o monitoramento via satélite. Mas esse novo e perigoso código ameaça desfazer esse progresso e provocar o desmatamento total.

Os assassinos de florestas estão festejando – não somente essa nova lei vai possibilitar o desmatamento de uma área do tamanho dos estados de Minas Gerais e São Paulo juntos, como também concede anistia para todos os crimes de desmatamento do passado.

Dilma já disse que quer chegar a um "acordo" entre o lobby pró-desmatamento e os defensores ambientais. Entretanto sabemos que o acordo não é necessário – no Brasil, o desenvolvimento econômico e a proteção de nosso meio ambiente andam de mãos dadas. Estudos confirmam que a incrível transformação da agricultura do Brasil está fortemente baseada no aumento da produtividade e não na expansão de terras. Enquanto isso, na Rússia, a proteção branda das florestas levou a consequências desastrosas – o aumento enorme dos incêndios em florestas e uma redução de 20% na produção de trigo do país.

79% dos brasileiros em todo o país rejeitam a mudança na legislação florestal. Vamos garantir que sejamos escutados antes que seja tarde demais. Assine agora a petição para Dilma vetar imediatamente o Código Florestal e, em seguida, encaminhe esse email para todos:

http://www.avaaz.org/po/brasil_veta_dilma/?vl

Nos últimos 3 anos, membros brasileiros da Avaaz deram grandes saltos em direção ao mundo que todos nós queremos: ajudamos a aprovar a Ficha Limpa contra todos os desafios e pressionamos nosso governo a assumir um papel de liderança na ONU, proteger os direitos humanos ao redor do mundo, e intervir em apoio à democracia no Oriente Médio. Agora, mais uma vez, é hora de preservarmos o nosso mais precioso tesouro natural para o bem de nossos filhos e netos.

Com esperança e determinação,

Luis, Pedro, Diego, Alice, Ricken, Maria Paz e toda a equipe da Avaaz

Mais informações:

'Dilma disse que não vai nos decepcionar', diz Minc sobre Código Florestal (Folha de S. Paulo)
http://www1.folha.uol.com.br/poder/1081843-dilma-disse-que-nao-vai-nos-decepcionar-diz-minc-sobre-codigo-florestal.shtml

Dilma deve vetar partes do Código Florestal que levem a anistia, diz Ideli (G1)
http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/04/dilma-deve-vetar-partes-do-codigo-florestal-que-levem-anistia-diz-ideli.html

Código Florestal foi votado, mas batalha continua (Reuters)
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE83P0AX20120426

Código Florestal: os principais pontos do texto aprovado (O Globo)
http://oglobo.globo.com/pais/codigo-florestal-os-principais-pontos-do-texto-aprovado-4738934#ixzz1tEoUD3xV

Para ambientalistas, texto aprovado do Código Florestal ampliará o desmate (O Estado de S. Paulo)
http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,para-ambientalistas-texto-aprovado-do-codigo-florestal-ampliara-o-desmate,865403,0.htm

Comunicado IPEA 96
http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/comunicado/110616_comunicadoipea96.pdf

Código florestal em roleta russa
http://www.zeeli.pro.br/Novo/Arquivos/Artigos/Valor/2012/Codigo_florestal_em_roleta_russa.aspx

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Desmatamento dispara em Roraima e Mato Grosso, aponta estudo

Sexta, 6 de abril de 2012
Da Agência Brasil
O desmatamento em Roraima e Mato Grosso disparou entre agosto de 2011 e março deste ano em comparação com o período compreendido entre agosto de 2010 e março do ano passado, com aumentos de 363% e 96%, respectivamente. Os números, divulgados hoje (5) pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), compõem estudo sobre o monitoramento da Amazônia Legal.

Apesar de Roraima liderar o ranking proporcionalmente, a área atingida em Mato Grosso é dez vezes maior, chegando a 637 quilômetros quadrados (km²). Também foi em Mato Grosso que houve o maior embargo de área para produção entre janeiro e março de 2012 (4,3 mil km²) e a maior quantidade de multas aplicadas na Amazônia Legal, R$ 31,5 milhões, duas vezes mais que o Pará, segundo colocado.  

O desempenho negativo desses estados não afetou significativamente o quadro geral do desmatamento da Amazônia Legal, que passou de 1.371 km² no ano passado para 1.398 km²  neste ano. Isso pode ser atribuído ao bom desempenho de estados como o Pará e o Amazonas na redução de áreas atingidas.

O estudo também mostra que houve um pico de desmatamento em fevereiro deste ano (307 km²)  em comparação com os números colhidos em dezembro (75 km² ) e janeiro (22 km²). Segundo a ministra Izabella Teixeira, isso ocorreu porque a região ficou encoberta por nuvens no verão, o que dificultou a medição adequada dos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A ministra Izabella Teixeira acredita que os números de Roraima foram inflados com a migração de madeireiros do Pará. Ela também acredita que o desmatamento crescente em Mato Grosso tenha sido influenciado pelas discussões sobre a votação do Código Florestal. “Ainda não temos explicações, mas sabemos que tem gente lá dizendo que pode desmatar porque o sujeito vai ser anistiado.”

Segundo a ministra, outro motivo que pode ter colaborado para o incentivo ao desmatamento é a edição de lei federal que deu aos estados competência para fiscalizar áreas em que pode ser liberada a retirada de vegetação, o que permitiria a contestação de multas aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “Não existe nada na lei que impeça a atuação de órgãos federais”, rebateu a ministra.

Edição: Nádia Franco