Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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segunda-feira, 28 de abril de 2014

Retomar o cotrole da produção petrolífera brasileira

Segunda, 28 de abril de 2014
Do Blog Política Econômica do Petróleo


RETOMAR O CONTROLE DA PRODUÇÃO 

PETROLÍFERA BRASILEIRA


Wladmir Coelho

As denuncias de corrupção envolvendo dirigentes da Petrobras e autoridades da república revelam o tamanho da negligencia e irresponsabilidade de sucessivos governos em relação a política econômica do petróleo no Brasil.

Negligência iniciada durante a ditadura militar através da imposição do contrato de risco e ampliada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso que entregou o petróleo nacional aos oligopólios.
O governo Lula, apoiado na manipulação da história, manteve o modelo implantado por Fernando Henrique Cardoso e continuou o processo de desmonte da Petrobras escondendo-se no discurso pretensamente nacionalista e intervencionista.

O ex-presidente chegou a imitar o gesto de Getúlio Vargas erguendo a mão mergulhada em petróleo como símbolo do controle nacional do mineral. Entretanto a mesma mão presidencial que acenava para as fotos publicitárias assinou, em 2010, a lei 12.351 determinando a execução dos leilões de entrega do pré-sal aos oligopólios.

 Em 2013 a presidente Dilma Rousseff concluiu o projeto entreguista iniciado durante a ditadura militar realizando os infames leilões do pré-sal. O governo brasileiro, mais uma vez, manteve-se submisso aos interesses dos oligopólios gerando um prejuízo irreparável ao Brasil.

Esta submissão aos interesses dos oligopólios gerou uma legislação que submete a política econômica do petróleo nacional aos interesses de empresas que desde o século passado atuam de forma obscura em todo o planeta.

Desta forma o Brasil deveria iniciar um processo não somente de investigação da conduta ética dos dirigentes da Petrobras, mas um amplo debate a respeito da nacionalização da produção petrolífera nacional.

O modelo de exploração proposto e executado através da lei 12.351 de 2010 revela o seu caráter antinacional ao transformar a Petrobras em elemento financiador dos oligopólios aspecto agravado quando somado a conversão dos recursos desta exploração para um fundo especulativo.

A Petrobras não foi criada para “brilhar” nas bolsas de valores. Esta característica mercadológica, defendida por governantes neoliberais e oposicionistas da mesma linha ideológica, revela somente o desejo de abrir o controle da empresa ao capital internacional.

Na verdade o modelo de financiamento da produção petrolífera no Brasil precisa de uma análise profunda desvinculada de opções ideológicas que visam a lucratividade dos oligopólios. Este debate não pode permanecer nos parâmetros estabelecidos durante a ditadura militar, retomado durante o governo Fernando Henrique, ampliado durante os governos Lula e Dilma Rousseff.

Torna-se necessário redefinir o papel da Petrobras na política econômica do petróleo tornando clara a sua função de empresa nacional responsável pela exploração petrolífera e garantidora do abastecimento da matéria prima necessária à produção.

O modelo “oitava irmã”, planejado durante a ditadura militar, revela-se incompatível à missão histórica da Petrobras de rompimento com o modelo econômico de base colonial.

O debate de interesse do povo, apesar de todas as denuncias, ainda não foi iniciado. Infelizmente, estamos observando uma disputa entre governo e oposição neoliberal relativa a melhor forma de privatização total da Petrobras.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Contrabando de petróleo do pré-sal não pode ser legalizado

Domingo, 2 de fevereiro de 2014

CONTRABANDO DE PETRÓLEO DO PRÉ-SAL NÃO PODE SER LEGALIZADO

Wladmir Coelho
Do Blog Política Econômica do Petróleo


   Recebi do amigo Gilson Sampaio um link para a seguinte notícia: “ É ou não é um sucesso: Shell Grila o Pré-sal”.  Segundo informações da imprensa nacional e internacional a Shell do Brasil (durante o governo FHC a emenda nº6 – mantida e protegida nos governos seguintes -   concedeu a Royal Dutch Shell a condição de empresa brasileira) avança sua exploração para áreas ainda não leiloadas e reservadas ao controle direto do Estado.

   Em 2011 no livro Direito Econômico e Ação Estatal na Pós Modernidade (Editora LTR)  apontei – dentre outras características entreguistas – a possibilidade de controle de blocos sem a presença da Petrobras e livres dos leilões em função de uma manobra denominada INDIVIDUALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO.
   No citado livro afirmo:

   “Esta condição de operador "único" [da Petrobrás] não pode ser confundida com "onipresença", podendo desaparecer considerando-se a possibilidade de individualização da produção, fato previsto quando uma jazida estende-se além do bloco concedido, obrigando a realização de um acordo mediado através da Agência Nacional do Petróleo; e deste, conforme o artigo 35 do citado projeto, a indicação de um operador, criando a possibilidade de inúmeros sub-blocos operados de modo independente àquele adotado nas áreas adjacentes de acordo com o parágrafo 2º do artigo 36 do projeto em questão.

   Utilizando desta possibilidade de expansão da área explorada a Shell e sua sócia a Total do Brasil, alegando que a natureza não respeita os limites artificiais de um bloco, depois da extração gratuita, sabe-se lá em quais quantidades, apela aos rigores da lei  e poderá ser premiada com mais um bloco.

   Temos neste ponto alertas importantes:

   1º - Como fica a situação do petróleo extraído e exportado de forma irregular?

  2º - Existem falhas nas medições oficiais do petróleo extraído do pré-sal?

  3º - Existem outras empresas apropriando-se indevidamente do petróleo brasileiro?

  A prática de contrabando de petróleo não é novidade,  todavia o Estado brasileiro além de conviver com esta prática criou os métodos necessários à sua legalização em prejuízo dos interesses nacionais.