Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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segunda-feira, 14 de julho de 2025

O BRASIL E A QUESTÃO ENERGÉTICA

Segunda, 14 de julho de 2025

O BRASIL E A QUESTÃO ENERGÉTICA


Pedro Augusto Pinho*

José Bento Monteiro Lobato (1882-1948) foi escritor, advogado, empresário e nacionalista. Em 1936 publicou “O Escândalo do Petróleo”, criticando a ausência do governo na pesquisa do petróleo no Brasil. Ele mostrava as descobertas já realizadas na Venezuela, na Colômbia, no Peru, na Bolívia e na Argentina e questionava: cercado de petróleo por que ele não existe no Brasil?

Certamente a campanha de Monteiro Lobato muito ajudou Getúlio Vargas e a criação, em 1954, da Petrobrás.

Igualmente importante foi a nacionalização do petróleo que Lázaro Cárdenas, presidente do México de 1934 a 1940, realizou em 1938, criando a Petróleos Mexicanos (PEMEX) para assumir a administração desta fonte de energia. A data 18 de março é celebrada como feriado cívico naquele país, lembrando o feito histórico.

Poucos no Brasil se interessavam pelo petróleo. A primeira Faculdade de Geologia surgiu em 1957, embora a Escola de Minas de Ouro Preto já oferecesse cursos sobre geologia desde 1876. Os primeiros profissionais para exploração de petróleo na Petrobrás foram engenheiros e agrônomos que fizeram cursos de especialização em petróleo no exterior.

Este descaso não era somente pelo desconhecimento, era para manter o povo na melhor hipótese desinformado, quando não intencionalmente com ideias deformadas.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

O feroz Estado de Israel e suas ações com britânicos e estadunidenses

Terça, 3 de dezembro de 2024

O feroz Estado de Israel e suas ações com britânicos e estadunidenses

Artigo publicado originariamente no PÁTRIA LATINA  de 2 de dezembro de 2024


*Pedro Augusto Pinho

Só os muito ingênuos ou doutrinados pelos sionistas, ingleses e estadunidenses não conseguem enxergar que o Estado de Israel foi a vingança do Reino Unido contra as populações de suas antigas colônias no Oriente Médio e nordeste da África.

Em relação aos Estados Unidos da América (EUA) foi mais outra ação pelo domínio do mundo. Não pela ocupação territorial como colônias politicamente definidas, mas no novo modelo colonizador das dívidas (financeiro) e sujeição tecnológica e para apoio político e votos em fóruns internacionais.

Na geopolítica do século XXI, distinguem-se as alianças, no Oriente Médio, da Síria com o Irã, apoiados pela Rússia, e da inclusão nos BRICS do Egito e do Irã, antigas colônias/protetorados britânicos.

Sem dúvida forma-se, naquela área do antigo Império Otomano, nova realidade fruto da brandura com que aquele Império tratou as sociedades sob seu domínio. Países como a Síria, o Egito, o Iraque e o Líbano integram o passado otomano na história de seus estados árabes. Muito diferente do domínio britânico, que mesmo antes da criação com apoio brasileiro do Estado de Israel (1948), havia constituído o Kuwait, um satélite na então província otomana, para ser praça de guerra inglesa (1899).

Recorde-se que os otomanos tentaram, em vão, impedir que judeus imigrassem para Palestina e dessem ao sionismo o ponto de apoio demográfico, com a consequência que está nos noticiários destas últimas décadas.

A pilhagem sempre foi atividade cultivada pela aristocracia inglesa desde tempos imemoriais, e dos EUA, desde quando o petróleo alavancou seu modelo de financiamento estatal para desenvolver a industrialização privada naquela parte do continente norte-americano.

A Síria vem tendo seu petróleo roubado pelas tropas dos EUA, acantonadas em seu território. São fatos que a ideologia neoliberal financeira oculta pelo controle que tem das mídias e até mesmo dos currículos escolares (veja-se a respeito o leilão de escolas públicas promovido pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas, em São Paulo – 29/novembro/2024).

O Oriente Médio está sendo preparado pelas decadentes finanças neoliberais para ruptura que conduzirá o Mundo à III Grande Guerra.

O significado do Oriente Médio é ser o maior polo petrolífero do mundo. Em meados de 2023, as reservas de petróleo globais eram estimadas em 1,6 trilhões de barris, aumento de 3,3% em relação ao ano anterior. Isso significa que, malgrado toda campanha pela “transição energética”, nenhum país está cogitando seriamente de dispensar o petróleo como sua mais importante fonte primária de energia.

Só quem não tem petróleo defende sua substituição.

Além das reservas da Arábia Saudita, com 290 bilhões de barris, lá se encontram as reservas do Irã (173 bilhões de barris), do Iraque (127 bilhões), do Kuwait (110 bilhões), dos Emirados Árabes Unidos (108 bilhões), do Catar (21,5 bilhões), do Omã (sete bilhões), do Iêmen e do Egito (cinco bilhões, cada), da Síria (4,5 bilhões), além do que se supõe na porção marítima da Faixa de Gaza.  Ou seja, metade do petróleo líquido (óleo) e gasoso mundial.

E o segundo polo petrolífero está na América Latina, graças às reservas venezuelanas, as maiores em um mesmo país, ao Brasil do pré-sal, ao México, ao Equador, à Colômbia, à Bolívia e à Argentina. Considerando que o terceiro maior polo petrolífero está na Rússia e em países seus aliados (Azerbaijão, Cazaquistão, Uzbequistão), vê-se a dificuldade da antiga hegemonia ocidental (leia-se EUA e Reino Unido) manter seu poder. E fica ainda mais consistente quando um quarto polo está na África, onde se processa sua segunda luta pela independência, começando na região ocidental do Sahel.

A guerra, para países bélicos, que tem boa parte de seu Produto Interno Bruto (PIB) originado da produção e comercialização de artefatos e serviços militares, é sempre a opção preferencial. E, quando em decadência, como se observa após mais de quatro décadas de domínio, torna-se uma condição de sustentação para seu poder neoliberal financeiro.

Posicionemos, geograficamente, este local que EUA e Reino Unido, com a ação desumana de Israel, pretendem ser o Saravejo, o 28 de junho de 1914, estopim da I Grande Guerra, para a primeira guerra termonuclear.

O Oriente Médio compreende a área de 7,2 milhões de km² onde habitam cerca de 260 milhões de pessoas. Os países mais populosos são a Turquia e o Irã, ambos com cerca de 80 milhões de habitantes e o mais extenso, com área de 2,2 milhões de km², é a Arábia Saudita.

Muitas diferenças mais do que identidades se observam neste Oriente Médio.

As principais etnias lá encontradas são os árabes, os persas e os turcos. Os judeus estão concentrados no Estado de Israel e majoritariamente de imigrações recentes. Sob o ponto de vista religioso, lá se encontram as três maiores religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Estas duas últimas com diversificadas crenças, matizes dos cultos e interpretações, e, consequentemente, dos pastores e hierarquias religiosas.

O petróleo e sua importância como fonte primária de energia e como insumo industrial tem sido a mais relevante produtora de guerras neste oeste asiático. Ainda que surjam em todas as mídias não por interesses colonizadores dos EUA e da Europa Ocidental, mas pelos supostos conflitos culturais, sobressaindo as diversidades religiosas.

Assim vai sendo o mundo inteiro preparado para não ver como surpreendente este recanto, construído desde 1.300, que chega ao século XVII estendido pela Ásia Ocidental, norte da África e sudeste europeu, tolerante com a diversidade de povos sob seu domínio, capaz de deflagrar uma guerra nuclear.

No entanto, o que se verifica é o colapso de uma civilização calcada unicamente no lucro, que não carrega feridos, e tem a perspectiva de redução populacional em curto prazo, para que não cesse de concentrar renda e riqueza.

Neste momento de penúria econômica e cultural, a recomendação das finanças é reduzir ainda mais as despesas com a educação, a saúde e o trabalho, como se os robôs e a inteligência artificial pudessem substituir o que o grande cientista brasileiro, neurocirurgião Miguel Nicolelis, chamou “O Verdadeiro Criador de Tudo; como o cérebro humano esculpiu o universo como nós o conhecemos” (Editora Planeta, SP, 2020).

Nesta obra, Nicolelis discorre sobre a informação gödeliana (G-info), aquela devida ao lógico tcheco Kurt Gödel (1906-1978), que afiança quanto mais complexo é um ser vivo, mais informação gödeliana, aquela que não pode ser traduzida pela lógica digital, ele acumulou.

“Nos seres humanos”, afirma Nicolelis na obra referida, “esse processo alcança o ápice quando se usa G-info para gerar conhecimento, cultura, tecnologias e recrutar grandes grupos sociais para colaborações coletivas que melhorem em demasia as nossas chances de adaptação para as mudanças do meio ambiente”, erroneamente atribuídas aos combustíveis fósseis.

E prossegue Nicolelis: “a G-info pode, por exemplo, explicar por que a maior parte do processo neural é executada inconscientemente”. Ora, como então digitaliza-la?

Os EUA criaram o “11 de setembro de 2001” para invadir o Iraque (2003), a Líbia (2011), proclamar o Califado Islâmico do Iraque e da Síria (2014), sendo o Afeganistão uma derrota militar e econômica que saiu das manchetes mundiais.

Também sob o pretexto da corrupção, que vem desde a Idade Média sendo atribuído aos opositores do poder fundiário, comercial, financeiro, desde 2011, a Síria enfrenta violentos conflitos motivados por denúncias de corrupção do presidente Bashar al-Assad, oriundas dos EUA, Reino Unido e aliados europeus.

Há um núcleo de planejamento de ações desestabilizadoras a serem aplicadas em países ou movimentos opositores por todo mundo, coordenado por Washington, que nem sempre tem sucesso, como se observou na Coreia, no Vietnã, em Cuba, no Afeganistão e, mais recentemente contra a Rússia, a partir da Ucrânia, entre outros desastres estadunidenses.

Infelizmente, o Brasil é dos casos de sucesso desta aparelhagem golpista, como foi o Irã (1953) e o Chile (1973).

O atual Plano contra o Mundo parte dos conflitos entre a Turquia e o Irã, os mais populosos do Oriente Médio, que se conectam com a OTAN e os BRICS, dois polos da rivalidade pelo domínio global.

A questão que se coloca no entanto não interessa às partes agressoras: seria outro tiro no pé, como reconhece a Europa envolvida na agressão da OTAN à Rússia?

Não se pode esquecer que a China, grande potência econômica, tecnológica e civilizacional do século XXI dá apoio ao governo Assad e já incluiu a Síria na Iniciativa do Cinturão e Rota, a nova Rota da Seda. E a Rússia procura aproximar o Irã da Turquia, o que incluiu uma conferência trilateral para solução de divergências.

A Guerra portanto é objetivo do decadente ocidente unipolar, não do novo poder multipolar aberto pelos BRICS.

*Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.

sábado, 16 de dezembro de 2023

A ignorância administra a energia brasileira. Energia faz Brasil retroceder a colônia na era financeira neoliberal

Sábado, 16 de dezembro de 2023

A ignorância administra a energia brasileira

Divulgação Sintec/RS

Energia faz Brasil retroceder a colônia na era financeira neoliberal


Pedro Augusto Pinho*

Ao fim do Governo Geisel, o Brasil despontava como exemplo de governança energética. Tínhamos a energia nuclear, a da tecnologia de ponta, hoje encaminhando para a fusão nuclear, a energia hidrelétrica, a mais limpa e com amplas possibilidades no Brasil em razão da nossa malha fluvial, a energia da biomassa, cujas possibilidades apenas se anteviam com o pró-álcool e poderia ser de grande valia para distribuição de riqueza e mais equilíbrio regional, e a energia do petróleo que já deixava antever a autossuficiência, graças ao esforço no desenvolvimento das tecnologias envolvidas do poço ao posto, realizado pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (CENPES), órgão da PETROBRÁS. O ano era 1980.

Porém a campanha das finanças pelo domínio dos governos mundiais estava na reta final. A década de 1980 foi das desregulações financeiras que conclui com a divulgação, em novembro de 1989, do denominado “Consenso de Washington”, a nova constituição a ser adotada por todos países do mundo. A década seguinte tratou de implementar, com a extinção da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), a ideologia neoliberal que anunciava o “fim da história” e das guerras.

O Brasil submergiu a este encantamento e começa a regredir, as estatísticas passam a mostrar fatias da realidade e ocultar o que ocorria com a maioria do povo brasileiro. A fraude, a farsa, a corrupção e as ilusões circenses são próprias das governanças das finanças.

Mas fiquemos no Brasil.

Toda década de 1990 foi de governos financeiros neoliberais, uns mais outros menos afoitos, mas o troféu de demolidor do Estado Nacional Brasileiro cabe a Fernando Henrique Cardoso, que extinguiu o monopólio da Petrobrás e criou organismo estatal, com nomeações de pessoas ignorantes ou ideologicamente comprometidas com o “mercado” para ocupar as funções relevantes: Agência Nacional de Petróleo (ANP), que foi alterando o nome para incorporar outras áreas da energia.

Aos poucos o Brasil foi perdendo o controle da energia nacional, com as privatizações, o encerramento de atividades, que vão da organização das atividades a suas execuções, e deixando avançar capitais estrangeiros no planejamento, na execução e até no controle das energias brasileiras. E como ficamos?

Apesar de tantas fontes e da capacidade de produção de energia em 1980, o Brasil se apresenta, de acordo com a série estatística do órgão estadunidense Energy Information Administration (EIA), como dos países de menor energia per capita do mundo, apenas superior a outras colônias como a Colômbia e o Equador. Para ficarmos na América do Sul, Argentina, Equador e Venezuela são países que têm maior energia per capita do que nossos 17.300 kWh.

Em termos mundiais, somos verdadeiramente ridículos quando comparados com países pobres como a Tailândia, a África do Sul, Portugal, México, Grécia, Belarus e Azerbaijão. Países importadores de energia como Trinidad y Tobago e Cingapura apresentam energia per capita de 107.269 e 147.085 kWh, respectivamente.

Em 2006, com a competência técnica já demonstrada quando da descoberta da enorme reserva do Campo de Majnoon, no Iraque, e com a firmeza e coragem de quem não se intimida, quando se trata do interesse nacional, o geólogo brasileiro Guilherme Estrella, dirigindo a equipe de exploracionistas da Petrobrás, descobre o pré-sal.

A camada do pré-sal tem características distintas das outras descobertas marítimas brasileiras. Em competente e didático artigo, o geólogo e mestre em Estratigrafia (UFRGS) Marco Antônio Pinheiro Machado expõe em “Pré-sal: maldição ou redenção” (in Patrícia Laier, Francisco Gonçalves, Orildo Lima e Silva, organizadores, “A Petrobrás Fatiada”, FEBRAGEO, 2022): “O rifte atlântico rasga o supercontinente de Gondwana … aos poucos a evolução do rifte fica mais lenta e forma-se um grande lago. … É nessa ocasião que se forma a rocha-reservatório do pré-sal. … As entradas esporádicas do mar salinizam o grande lago e a combinação com um clima extremamente árido possibilita a precipitação de vários tipos de sal. … Estima-se que a deposição ou precipitação de sal na Bacia de Santos ocorreu durante 500 mil anos – muito rápido, se comparado com a idade da Terra”.

Esta condição geológica da formação do pré-sal se estende de Santa Catarina até Alagoas.

Na lista de reservas de petróleo, o Brasil ocupa o 14º lugar, em 2022, mas há diversas inconsistências e crassos erros nesta divulgação do Wikipédia. O mais grave é somar areias e folhelhos betuminosos como se fossem reservatórios de petróleo. O próprio modo de obtenção é diferente.

Nos reservatórios, sejam do pré-sal ou do pós-sal, terrestres ou marítimos, é pela pressão nas rochas reservatórios que se extraia o petróleo. O mais comum e inicial processo, para aumentar a energia natural do reservatório, é injetar gás, que ficará na parte superior, e água, que ficará abaixo do óleo, pressionando a saída do óleo das rochas. Nas areias e folhelhos é pela lavagem de água misturada com solventes em grande volume e pressão que se obtém o betume, fase intermediária que sofre processo semelhante à destilação para se obter o óleo e o gás.

Portanto incluir areias e folhelhos betuminosos no petróleo de reservatórios é misturar banana com coelhos, não sei como se denominará a resultante, mas não serão frutas nem animais.

Excluídos os países de reservas de areias e xistos betuminosos, as maiores reservas, conforme o Wikipédia, para 2020, estão (em bilhões de barris) na Venezuela (303,8), na Arábia Saudita (297,5), no Irã (157,8), no Iraque (145,0), na Rússia (107,8), no Kuwait (101,5), nos Emirados Árabes Unidos (97,8), na Líbia (48,1), na Nigéria (38,5) e no Cazaquistão (30,0). Líbia e Cazaquistão com dados de 2012. Argélia e Brasil seriam os próximos desta lista.

Pode-se afirmar que existem hoje, no mundo, quatro polos de reservas de petróleo. O maior está no Oriente Médio, o segundo possivelmente estará na América do Sul ou na Rússia com os países da Confederação de Estados Independentes (CEI), e o quarto na África, que passa por outro processo de libertação, agora do domínio econômico e cultural dos anteriores dominadores. Ou seja, o domínio euro estadunidense, do unilateralismo, se enfraquece e mostra que o mundo multipolar, fortalecido pela República Popular da China ganha protagonismo universal.


BRASIL NA OPEP: IGNORÂNCIA OU CORRUPÇÃO

O Brasil segue na rota colonial, mesmo fazendo parte dos BRICS, não aproveita para se firmar com polo importante do mundo multipolar.

Vimos que o Estado, ao abrir mão do planejamento, execução e controle, de autossuficiente na produção de energia é, atualmente, um importador de derivados, sendo a Rússia o principal fornecedor de diesel para o Brasil.

Neste aspecto retrocedemos ao período da República Velha, ou da I República, quando exportávamos café, açúcar, charque pelo Rio Grande do Sul, e importávamos todos os derivados de petróleo.

Ao ingressar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o Brasil confirma sua trajetória regressiva ao período colonial, de exportador de matérias primas, de produtos in natura, e importador de produtos industrializados, que dispensa a evolução tecnológica, o conhecimento e vai se afundando no país das desigualdades, das novas escravizações, dos ubers e dos MEIs.

O Brasil já produz 4.666 mil barris de petróleo por dia (b/d) (Agência Brasil, para o mês 09/2023). O pré-sal representa 77% da produção brasileira.

Em 2021 o petróleo já se colocava como o terceiro produto mais exportado, superado somente pelo minério de ferro, primeiro, e pela soja, caracterizando a economia do tipo colonial do Brasil (FazComex, 10/11/2013).

Na OPEP+, o Brasil estará nas disputas ao lado dos exportadores, e não dos consumidores. Isso significa que está abrindo mão de agregar milhares de kWh na energia per capita, tirando o País do mesmo plano do Qatar, dos Emirados Árabes Unidos, que detêm melhores desempenhos nesta avaliação.

Se verificarmos a posição do presidente da Petrobrás, investindo em cata-ventos marítimos para produzir energia eólica, ou de outras autoridades na área de energia do Governo Federal, incentivando a energia solar, ou proibindo a pesquisa de petróleo no território nacional, podemos concluir que é um governo de ignorantes, no domínio da energia.

Ou, alternativamente, por estar subordinado ao capital financeiro apátrida, que incentiva a substituição do petróleo por energias menos eficientes e mais caras, o Brasil na OPEP+ será a voz que aquele organismo está perdendo, pelas mudanças que ocorrem em antigas fidelidades estadunidense, pelo interesse árabe no mundo multipolar e nas novas alianças com a China e a Rússia.

Ou seja, o Brasil assume a vassalagem da qual já se liberara o Irã e a Síria, e nestes anos de 2020, a Arábia Saudita, os Emirados Árabes Unidos, o Qatar, aderindo ao mundo de maior liberdade, de respeito a suas culturas, o mundo multipolar.

*Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.

domingo, 3 de dezembro de 2023

Um punhado de guerras e a incompreensão das esquerdas

 Domingo, 3 de dezembro de 2023

3 de dezembro de 2023

 Foto: Reprodução: Twitter/Lula Oficial

Pedro Pinho*

Ucrânia, na guerra forjada com golpe de estado; massacre em Gaza, na mais nazista de todas alegações, o espaço vital; formação de conflito em Esequibo, na Venezuela, por reservas de petróleo; o chanceler chinês criticando a imprudência estadunidense em usar Taiwan para provocar guerra com a República Popular da China (China) e os identitários brasileiros não encontrando melhor do que retirar o busto do padre Antônio Vieira (1608-1697), orador sacro e figura da nossa literatura, do jardim da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), no bairro carioca da Gávea.

O neoliberalismo, mesmo com suas bases nas finanças apátridas, é também uma ideologia que busca deformar a compreensão, doutrinar as mentes para as deixar brincando no parquinho infantil, enquanto promovem a pilhagem de recursos insubstituíveis, como minérios e petróleo.

Não mais se encontram exegeses tão comuns nos pensadores que forjaram a construção dos rumos mais humanos do Brasil. Onde estão: Darcy Ribeiro? Paulo Freire? Getúlio Vargas? Alberto Torres? Oscar Niemeyer? Monteiro Lobato? Nise da Silveira? Rachel de Queiroz? para não sairmos do século XX e incluirmos pensamentos diversificados.

Hoje se leem, quando há quem leia ao invés de clicar na tela do celular, expressões ambíguas, slogans, e como gado magro corre atrás de um afago, que nada custa aos detentores do poder.

E o governo, porque sempre é necessário ter alguém para culpar dos fracassos, se mete nas mesmas falácias, nas mesmas questões sem verificar o interesse nacional, no que efetivamente promoverá o bem-estar do povo brasileiro.

AS DIVERSAS FACES DA LUTA PELO PETRÓLEO

Os hidrocarbonetos e demais elementos que constituem o petróleo resultaram num produto de incontáveis aplicações para o progresso e o bem-estar da humanidade.

O mais utilizado e o menos nobre é a produção de energia pela combustão. É, ainda, a mais barata fonte primária de energia e o tão alegado efeito poluidor vai depender muito mais das tecnologias de uso, da produção de energia, do que do próprio petróleo.

Porém o petróleo, nas formas líquida e gasosa, é insumo industrial para imensa e diversificada produção de bens: remédios, fertilizantes, cosméticos, plásticos de vários graus de resistência que substitui o aço em muitas aplicações, além de entrar na composição de muitos equipamentos e instrumentos para comunicação, agricultura, construção naval e aeroespacial, residências. Pode-se, sem erro, afirmar que o petróleo faz e continuará fazendo, por muitas décadas, parte da vida de qualquer ser humano, seja urbano, campestre ou até isolado da civilização, direta ou indiretamente.

Mas o petróleo encontra-se muito concentrado em algumas poucas regiões da Terra. E tem sido o motivo verdadeiro de muitas das guerras, quase todas, travadas desde o século XX até hoje.

Estima-se que as reservas de petróleo, conhecidas em 2022, cheguem a 1,6 trilhões de barris, concentrados no Oriente Médio (Arábia Saudita, Irã, Iraque, principalmente), na Rússia e na América do Sul (Venezuela, a maior reserva do mundo, cerca de 304 bilhões de barris, e o Brasil, com o pré-sal).

Muitas estatísticas incluirão a América do Norte, mas, excluído o México, não há suficiente petróleo nos Estados Unidos da América (EUA) e no Canadá nem para o consumo próprio. O que existe nestes dois países são areias betuminosas ou xisto que exigem uma fase intermediária para serem transformados em petróleo: o betume, que sofre um processo industrial para ser transformado em óleo e gás.

E a produção de betume envolve processos muito danosos à conservação da natureza, como a contaminação de aquíferos, os dejetos poluidores, e o uso abundante de água, que sai contaminada após a lavagem dos folhelhos, provocando poluição em terra e nas águas.

Os efeitos climáticos são das falácias que os neoliberais buscam combater o petróleo na expectativa de que os países das grandes reservas não tenham recursos para prosseguir na pesquisa por reservatórios e no desenvolvimento das tecnologias de exploração e produção do óleo e gás.

Esta questão das tecnologias exploratórias é muitíssimo importante e está quase sempre fora dos debates. O Brasil as sofreu em seu processo de desenvolvimento. Há um século, em 1923, o Brasil não produzia uma única gota de petróleo nem tinha refinaria para produzir o petróleo importado. Estava nas mãos das denominadas sete irmãs, as grandes empresas de petróleo do mundo, privadas e estatais. Nos Acordos decorrentes do firmado em 1928, em Achnacarry (Escócia), o Brasil estava destinado a ser explorado pela Standard Oil Co, que aqui era denominada Esso, hoje Exxon.

Com a Revolução de 1930 teve início a preocupação governamental em abastecer o Brasil de petróleo e derivados. Várias leis e instituições foram promulgadas e constituídas, até que, em outubro de 1954, se criou a Petrobrás.

A Petrobrás, graças à inteligência e patriotismo de seus primeiros dirigentes, voltou-se para a formação e treinamento de seus quadros. Formou-se uma equipe que rivalizou e ainda rivaliza com as mais avançadas do mundo, descobrindo petróleo onde as grandes empresas internacionais não achavam, como em Majnoon (reservas de 38 bilhões de barris), no Iraque, e no pré-sal brasileiro, que está ainda muito longe de apresentar a cubagem de seus reservatórios.

Espera-se que o desenvolvimento da pesquisa exploratória agregue novos e significativos volumes às reservas atuais, não sendo de modo algum despropositado avaliar que o petróleo ainda será um bem disputado pelo próximo século.

PETRÓLEO E SOBERANIA HOJE

Realiza-se em Dubai (Emirados Árabes Unidos), desde 30 de novembro até 12 de dezembro de 2023, mais uma Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP28, reunindo quase 200 países para uma discursão sem sentido: a ação do homem nas mudanças climáticas. Ignorando as condições geológicas, as eras glaciais e interglaciais, os efeitos das oscilações no eixo terrestre e as explosões solares, como estão ocorrendo ultimamente, e provocam fenômenos de grande beleza como as tempestades magnéticas, causadoras desta recente aurora boreal na Rússia.

O Brasil fará o papel subserviente que lhe foi determinado pelos capitais apátridas de propor a energia verde e sandices de igual monta. Os países europeus estão sentindo nas suas economias e nas reações populares, o resultado da troca do petróleo e da energia nuclear, as duas mais avançadas tecnologias para produção de energia, pelo caríssimo retrocesso para o uso do vento e do Sol, como habitantes do mundo pré-industrial.

O presidente da Petrobrás coloca a maior parcela dos investimentos da companhia na caríssima e pouco eficiente energia eólica em águas oceânicas, apesar de ter ciência dos fracassos colhidos pela Bélgica, Reino Unido e Países Baixos.

Porém as manifestações das ditas esquerdas brasileiras, copiando modismos estrangeiros, direcionam-se para questões identitárias.

Não questionamos a participação das mulheres no poder, nem é luta deste século, muito menos no regime de escravidão da maior parcela de nossa população de ubers e MEIs.

Porém sabemos que um país colonizado, agora não mais por outro país, mas pelas finanças apátridas, sem soberania, não pode garantir as igualdades pretendidas.

Foram a soberania e o nacionalismo chinês que possibilitaram o desenvolvimento social e tornaram a China, sem declarar guerra a qualquer nação, apenas se defendendo das agressões, tornando, repetimos, a potência que é hoje.

Se falta a esta esquerda identitária criar seus próprios projetos, que mire a vitoriosa China, não a já derrotada Europa nem o declínio estadunidense.

Melhor seria, no entanto, conhecer nosso país, nossa cultura, nossa história e daí tirar os projetos para o Brasil Soberano, Nacionalista, Democrático e verdadeiramente Cidadão.

* Pedro Augusto Pinho, administrador aposentado.












TRANSCRITO DO PÁTRIA LATINA

quinta-feira, 28 de julho de 2022

De importador à autossuficiência

Quinta, 28 de julho de 2022

De importador à autossuficiência
Publicado em 28/07/2022

A série sobre A História da Petrobrás, iniciativa da AEPET, escrita pelo jornalista José Augusto Ribeiro, chegou a sua segunda parte esta semana. Ribeiro se dedica a narrar a consolidação da Petrobrás, desde a morte de Getúlio Vargas (1954) até o fim governo de Fernando Henrique Cardoso (2002).

É a história vitoriosa de um País importador de todos os derivados de petróleo, que atingiu a autossuficiência na produção de petróleo e de todos os derivados, criou a petroquímica, produziu fertilizantes, desenvolveu tecnologia própria, levou aos mais remotos rincões do Brasil os produtos do petróleo e foi ao exterior para descobrir campos gigantes, como Majnoon, no Iraque.

Entretanto, durante este período, a Petrobrás não deixou de enfrentar os ataques dos “corvos de sempre”, municiados pelos EUA, que queriam impedir que uma empresa estatal ocupasse o espaço das grandes petroleiras.

Mas isso não impediu que a Petrobrás consolidasse um parque nacional de refino e, através de pesquisas próprias, chegasse à descoberta de petróleo na Bacia de Campos. Ali estava consolidada a autossuficiência.

A Constituição de 1988 introduziu o monopólio estatal do petróleo, em termos até mais abrangentes que os da Lei 2004, que criara a Petrobrás. Pelo art. 177 da Constituição, tal como originalmente votada, constituíam monopólio da União, além de atividades de menor porte ligadas à indústria petrolífera, a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes dessas atividades; e o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no país, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem.

Mesmo tendo sido aprovado por ampla maioria, o artigo 177 da nova Constituição não resistiu dez anos. Em 1995, primeiro ano de Fernando Henrique Cardoso na Presidência, emenda constitucional que decretava o fim do monopólio da União. O petróleo que era para ser nosso, passou a ser vosso, para júbilo dos “corvos de sempre”.

Enquanto aguardamos a terceira e última parte da série, há tempo para a reflexão sobre a soberania que queremos para o Brasil e o papel da Petrobrás nesta construção.

Clique aqui para ler a Segunda Parte de A História da Petrobrás

ENERGIZANDO

*Gestão da Petrobrás retoma venda de três refinarias e adia prazo para manifestações, diante da falta de interesse de investidores


**Manifesto ‘Petrobrás para os brasileiros’ busca adesão da população e fortalecer debate nacional





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sábado, 20 de março de 2021

O mundo que poderia ter sido

 Março

20

O mundo que poderia ter sido


No dia 20 de março de 2003 os aviões do Iraque bombardearam os Estados Unidos.
Atrás das bombas, as tropas iraquianas invadiram o território norte-americano.
Houve numerosos danos colaterais. Muitos civis norte-americanos, em sua maioria mulheres e crianças, perderam a vida ou foram mutilados. Desconhece-se a cifra exata, porque a tradição manda contar as vítimas das tropas invasoras e proíbe contar as vítimas da população invadida.
A guerra foi inevitável. A segurança do Iraque, e da humanidade inteira, estava ameaçada pelas armas de destruição massiva acumuladas nos arsenais dos Estados Unidos.
Nenhum fundamento tinham, porém, os rumores insidiosos que atribuíam ao Iraque a intenção de ficar com o petróleo do Alasca.

Eduardo Galeano, no livro ‘Os Filhos dos Dias’, L&PM Editores, 2ª edição, página 100.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O risco de um conflito bélico com a Venezuela

Segunda, 21 de janeiro de 2019

Por 
Salin Siddartha
Neste momento, o Brasil tende a atuar como um agente de confronto aos governos latino-americanos que se opõem aos Estados Unidos da América. As visitas de John Bolton, Mike Pompeu e Mauricio Macri ao nosso país se traduzem como ordem expressa de Washington no sentido de conclamar o Presidente da República Jair Bolsonaro a aliar-se com a Colômbia, Argentina e demais governos de direita da América Latina para derrubar Nicolas Maduro e desestabilizar Cuba e Nicarágua, com um enfrentamento agressivo ao que estes dois países representam na configuração geopolítica atual.

De fato, já se verifica um risco de conflito armado com a Venezuela, o qual pode evoluir por etapas ou acontecer, simultaneamente, em táticas híbridas de combate. Em princípio, um possível boicote nas exportações brasileiras de alimentos pode acarretar um maior surto de fome naquele país sem que seja necessária uma intervenção de nossas tropas, embora não possam ser descartadas ações de guerrilha muito localizadas e pontuais, com sabotagens fisicamente destrutivas, realizadas por intermédio de aplicações de forças de operações especiais.

É triste atestar que, apesar de nossa relação comercial com a Venezuela ainda apresentar um superávit de mais de meio bilhão de dólares, nosso comércio bilateral já foi muito mais lucrativo antes de Michel Temer embarcar no apartheid ideológico imposto pelo mercado financeiro internacional à Venezuela. Até 2015, tínhamos um lucro comercial anual de 5 bilhões de dólares em uma balança de pagamentos que envolvia um pouco mais de 6 bilhões de dólares. Essa queda acontece em troca de uma substituição de parceria comercial com os Estados Unidos, altamente deficitária para nossa economia. Em suma, estamos perdendo divisas em prol de um posicionamento ideológico que não só não enche a barriga do brasileiro, mas também esvazia o estômago de nossos irmãos venezuelanos. Em caso de um boicote mais severo de nossa parte, ainda azedaremos um prejuízo historicamente sem par proporcional, mesmo que, na atualidade nosso lucro comercial ainda seja menor do que antes era.

Destarte, adversamente ao que se possa esperar, os venezuelanos são vistos pela espionagem dos Estados Unidos como um povo difícil de submeter-se a uma rendição, visto que já demonstraram historicamente um aguerrido espírito de luta e se encontram belicamente mais bem municiados do que nós brasileiros. Acrescente-se que o nacionalismo chavista impregnou, nas forças armadas deles e naquela população, um sentimento antiestadunidense tão forte, que agrupa recursos de heroísmo suficientes para desencorajar ataques que possam vir a ser bem sucedidos no interior daquele território.

Encarado por outro aspecto, o claudicante assessoramento prestado por extremistas de direita a Donnald Trump faz com que o Presidente norte-americano trilhe, muitas vezes, por um terreno desconhecido e aventureiro, ao qual empresta uma visão patologicamente preconceituosa e racista em relação aos latino-americanos.

  O equívoco de análise e assessoramento à Casa Branca dos serviços de previsão de confronto da sessão para a América do Sul talvez não tenham dimensionado a contento que, se os Estados Unidos impuserem uma guerra à Venezuela, é certo que China e Rússia se envolverão diretamente ou indiretamente e, na última hipótese, fornecerão financiamento, armas, treinamento, tecnologia militar e apoio logístico ao Governo de Maduro. É que a China possui interesses comuns com o regime bolivariano, o que acarretará a ingerência dela e, provavelmente, da Rússia em proteção aos seus negócios naquela nação. Seria uma reação de defesa para com seus aliados no Continente.

Não encontraria facilidade para ser concretizada qualquer atitude belicosa do Brasil á Venezuela, por mais que seja instada por categórico apoio de Donnald Trump. Ainda que uma invasão protagonizada pelas Forças Armadas brasileiras na Venezuela venha a ser bem sucedida, seu epílogo seria demasiadamente demorado, dadas as condições no cenário de combate no país vizinho.

Tudo se daria em um teatro de incursões tão sacrificante, que a vitória de Pirro se corporificaria em perdas lamentáveis para um país como o Brasil, de tão grande vulto e compostura mundial. O prejuízo a amargar seria deveras destrutivo em todos os sentidos. E tudo sairia a um preço econômico, político e social muito caro e perigoso para as consequências nacionais de nossa própria independência. (Pior ainda: tudo pretextado a título de uma patriotada que servisse para justificar nosso compromisso com os princípios defendidos pelos EUA  neste hemisfério.)

De mais a mais, qualquer reação carreada para esse objetivo terá de acarretar o fechamento da fronteira de Roraima com a Venezuela; nesta hipótese, aquele Estado brasileiro passaria por sérios problemas advindos das relações ilícitas praticadas promiscuamente entre autoridades políticas brasileiras, militares, empresários, contrabandistas, traficantes, chineses e venezuelanos. É que Roraima está mergulhada em uma das mais densas gosmas fétidas produzidas pela corrupção neste quadrante da América. Por si só, isso torna muito difícil uma invasão com tropas brasileiras à Venezuela, que detém os cordões titiriteiros capazes de manipular, com certa mestria, os papéis a serem jogados por meio de escandalosa chantagem de repercussão internacional suficiente para comprometer nossa Nova República quase que por inteira.

Atente-se do mesmo modo que metade da energia elétrica consumida em Roraima é produzida na Venezuela e que os 50% restantes custam 5 vezes mais caro do que aquele Estado brasileiro paga para ser suprido pela energia elétrica fornecida a nós pelos venezuelanos. No caso de uma guerra, ficaríamos, de imediato, sem abastecimento de energia, o que inviabilizaria a própria incursão de nossos combatentes àquele país. Outrossim, metade de Roraima depende do contrabando de ouro, diamante, gasolina e diesel da Venezuela, afora a venda de produtos de primeira necessidade para a máfia dos chineses e militares brasileiros que contrabandeiam para a Venezuela. São pessoas de ambos os países que enriqueceram em torno de 3 mil vezes nestes últimos 3 anos (elas não vão querer largar essa situação privilegiada tão facilmente – Roraima perderia muito mais que a Venezuela).

Igualmente nesse contexto, a Venezuela não está sozinha. Ela tem, hoje, 15 nações e povos indígenas parentes habitando na Amazônia roraimense. São gentes detentoras de dupla nacionalidade emparedadas naquela região. Ademais, encontram-se quase 2 vezes mais brasileiros vivendo na Venezuela do que venezuelanos vivendo no Brasil, mesmo na conjuntura migratória por que passa a Venezuela nos últimos 3 anos. Segundo o Relatório Internacional de Migração, divulgado pelo Departamento das Nações Unidas para Assuntos Econômicos e Sociais (DECA). Os dados oficiais apontam 6.119 imigrantes do Brasil vivendo naquela nação (brasileiros que lá têm vida estabelecida e moram com suas famílias, ou sobrevivem do garimpo naquelas terras), enquanto o número de venezuelanos vivendo no Brasil é de 3.515 pessoas. Isso levando-se em conta que o número de venezuelanos que migraram para nosso país aumentou cerca de mil por cento durante este período levantino de três anos. Os dados informam também que apenas 53,2% daqueles nossos vizinhos que cruzam a fronteira em Roraima se instalam aqui, os restantes 46.8% se destinam a outros países, onde se fixam.

Portanto, por mais que Washington conclame Jair Bolsonaro a uma operação armada para derrubar o governo de inspiração chavista, a estultícia de um presidente brasileiro desavisado esbarraria no capacitado preparo do Alto Comando das Forças Armadas do Brasil. Elas sabem avaliar riscos e o fazem preventivamente com um sistema de informação e inteligência quase impecável. É um exercício a que nossos militares se dedicam diuturna e cotidianamente, e com muito brio.

Cruzeiro-DF, 21 de janeiro de 2019

SALIN SIDDARTHA

sexta-feira, 22 de junho de 2018

AEPET: 'Veja lista dos entreguistas da Cessão Onerosa'

Sexta, 22 de junho de 2018
Seu deputado federal está na lista de entreguistas do petróleo? E seu candidato à Presidência da República em 2018, está?
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Da AEPET

Veja lista dos entreguistas da Cessão Onerosa

A Aepet repudia aqueles que votaram ‘sim’ pela aprovação do projeto

Em regime de urgência e enquanto os brasileiros se distraem com a Copa, foi aprovado na Câmara o projeto do dep. José Carlos Aleluia (DEM-BA) que possibilita a privatização de até 70% dos 5 bilhões de barris de petróleo contratados entre a União e a Petrobrás. A lei objetiva transferir para empresas multinacionais estrangeiras as vantagens garantidas por contrato exclusiva e intransferível entre a União e a Petrobrás.

Essa autorização entreguista afronta o art. 4º da própria Lei nº 12.276/2010 e ao próprio Contrato que estabelecem inequivocamente que apenas a Petrobrás será a cessionária.

“Foi com base nessa exclusividade que foi celebrado o Contrato de Cessão Onerosa e a União. Desse modo, houve uma quebra de contrato”, avalia o assessor legislativo da Câmara, Paulo César Ribeiro Lima, que é PHD pela Universidade de Cranfield, Inglaterra e Consultor em Minas e Energia.

“Acrescente-se, ainda, o que diz o parágrafo 6º do art. 1º da Lei nº 12.276/2010: “§ 6º A cessão de que trata o caput é intransferível”, pondera Lima.

Como grande parte das unidades da cessão onerosa já estão contratadas e entrarão em operação no curto prazo, produzindo petróleo com altíssima rentabilidade, conclui-se, então, que carece de qualquer lógica, a Petrobrás transferir a titularidade dessas áreas, como proposto pelo Projeto de Lei nº 8.939, de 2017.

“Dessa forma, o PL nº 8.939, de 2017, fere a própria essência da Lei nº 12.276/2010, representa uma quebra do Contrato de Cessão Onerosa e não apresenta nenhum mérito. Pelo contrário, essa proposição é, na verdade, uma afronta ao interesse público. Em suma, transfere para empresas multinacionais as vantagens oferecidas à Petrobrás.

“A Aepet repudia aqueles que votaram ‘sim’ pela aprovação do projeto de Aleluia”, afirma o presidente da AEPET, Felipe Coutinho.

Confira a seguir a lista dos deputados que votaram a favor do projeto entreguista na Câmara dos Deputados por Estado e por Partido. Vale observar que o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que presidiu a votação, foi favorável ao regime de urgência na tramitação do projeto. Em seguida, confira a lista de senadores que recebem agora o projeto para se pronunciarem.

Resultado da votação na Câmara