Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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quinta-feira, 24 de março de 2016

Sindicalismo rico, trabalhador desesperado

Quinta, 24 de março de 2016
Tribuna da Imprensa
Hélio Duque*

A sustentabilidade do sindicalismo brasileiro tem na Contribuição Sindical, decorrente de um dia de desconto do salário de todos os trabalhadores, a sua matriz. No ano passado arrecadou R$ 3,2 bilhões, dinheiro retirado do orçamento dos assalariados. Recursos distribuídos aos 10.620 sindicatos e centrais sindicais, sem qualquer fiscalização. A Caixa Econômica, responsável pela arrecadação e distribuição, se nega a mostrar com transparência quanto é destinado às várias entidades. Alega sigilo bancário pela razão de não serem órgãos públicos. Já o Ministério do Trabalho não fiscaliza os balanços das organizações sindicais sob a alegação de liberdade sindical. A prosperidade da indústria sindical e a consolidação de autêntica aristocracia de dirigentes sindicais ficam bem definidas e sem nenhum controle republicano.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Reunião com o GDF vira brincadeira; sindicalistas abandonam a mesa de negociação, já que não estava adiantando nada mesmo

Quarta, 7 de outubro de 2015

Vídeo recebido pelo WhatsApp. Caso o autor deseje que seja excluído do Gama Livre, é só comunicar.

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A seguir material publicado no site do Sindsaúde

Reunião com o GDF vira brincadeira
O Governo do Distrito Federal remarcou a reunião que estava agendada para a manhã desta terça-feira (6). Os sindicatos esperavam a apresentação de uma segunda proposta para o cumprimento das leis que já estão em vigor desde 2013. A primeira sugestão de Rollemberg e sua equipe seria pagar os direitos dos servidores a partir de maio de 2016 sem a certeza do retroativo. Veja o que diz a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.

"Para mim está se tornando humilhação esperar por uma reunião onde parece mais um muro de lamentações. A impressão que tenho é que o problema é maior que o governo. A única saída que apontam é unilateral, além de pensar que não sabemos fazer as contas de arrecadação para o próximo ano. Não somos pedintes, apenas reivindicamos o cumprimento das leis. O governo quer cumprir a LRF, mas ao mesmo tempo desconhece as leis em pleno vigor, que por sinal não são novas despesas ou novos reajustes. Trata-se de uma continuação de despesas  LEIS , mas como é para servidor público  é tratado com descaso. 'Vamos fazer um pacto por Brasília'. Sim, vamos! Chame então os prestadores de serviços e peça para prestarem serviços sem receberem o que lhes pertence. R$ 1.290.000.000,00  resultado de um empréstimo que representa mais de 7 pontos a menos na LRF, já que a cada R$ 180 milhões significa um ponto a menos na referida lei. Não esquecemos que foram quase R$ 400 milhões de emendas dos parlamentares para a saúde. Então o governo  aposta na greve  com intenções desconhecidas, sejam desmoralização do serviço público ou a abertura para a terceirização de serviços. Não quero me lembrar das  amargas palavras da ex- ministra Zélia Cardoso de Melo, 'o povo está só'. Pois aí vai a mensagem: enquanto o sangue heróico de servidor público correr em nossas veias lutaremos, e o mais importante de tudo: estamos dispostos a tudo para garantir os nossos direitos que por acaso não caíram dos céus. Todos a greve", explicou.

Fonte: Sindsaúde

quarta-feira, 11 de março de 2015

Embrapa deve permitir que funcionários recebam emails do sindicato enviados por remetente específico

Quarta, 11 de março de 2015
Do TRT 10ª Região
A Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) manteve sentença que condenou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a permitir que seus funcionários recebam emails com informes de seu interesse, enviados pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (Sinpaf) por intermédio de um endereço de email específico.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Com bancada sindical reduzida, trabalhadores temem retrocesso

Segunda, 5 de dezembro de 2014
Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil 
Com a menor bancada sindical no Congresso Nacional desde 1988, quando 44 sindicalistas compunham a representação no Legislativo, segundo levantamento do Sindicato de Servidores Públicos Federais (Sindsep), trabalhadores temem o retrocesso de direitos adquiridos ao longo dos últimos anos. O número de representantes da categoria no Legislativo caiu pela metade, de acordo com os resultados das urnas em outubro, e passará dos atuais 83 parlamentares para 46 a partir do próximo ano.

Por outro lado, a bancada empresarial que defende interesses de diversos setores manteve composição significativa na Câmara e no Senado, apesar de perder mais de 50 representantes na próxima legislatura. Os empresários passarão dos atuais 246 parlamentares para 190 no dia 1º de fevereiro.

Todos os números no Congresso podem mudar com as definições do Planalto sobre os cargos no Executivo, mas, ainda que nomes sejam cotados, o equilíbrio de forças dificilmente será alcançado. Do lado dos sindicalistas estão outros setores considerados vulneráveis como os movimentos indígenas e a comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e travestis).

Diante dos resultados das urnas, especialistas do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) concluíram que a nova composição do Congresso é a mais conservadora desde 1964, pelo número de parlamentares eleitos ligados a segmentos militares, policiais, religiosos e ruralistas. O analista político do Diap, Antônio Augusto de Queiroz, prevê que com essa composição, a tendência é que “algumas conquistas, como a garantia dos direitos humanos, sejam interrompidas ou até regridam ”.

Levantamento do Diap mostrou, por exemplo, que, enquanto nenhum dos candidatos que se autodeclarou indígena foi eleito para a Câmara dos Deputados, a bancada ruralista cresceu. Números da Frente Parlamentar da Agropecuária revelam que os representantes do setor passarão dos atuais 14 senadores e 191 deputados para 16 senadores e 257 deputados.

O novo cenário pode significar a retomada de matérias como a proposta de emenda à Constituição (PEC 215/00) que é alvo de protesto de grupos indígenas. O texto, que deve ser arquivado sem votação com o fim da atual legislatura, transfere a competência da União na demarcação das terras indígenas para o Congresso e possibilita a revisão das terras já demarcadas.

No caso de policiais e setores vinculados, como o de apresentadores de programas policialescos, foram eleitos 55 deputados, como o delegado da Polícia Federal Moroni Torgan (DEM), candidato mais votado do Ceará, com 277 mil votos, e o coronel da reserva da Polícia Militar Alberto Fraga (DEM), o mais votado no Distrito Federal, com 155 mil votos. Parte desses nomes defende propostas como a revisão do Estatuto do Desarmamento.

Na mesma linha, mais de 464 mil eleitores do Rio de Janeiro decidiram reeleger o atual deputado Jair Bolsonaro (PP), militar da reserva que segue para o sétimo mandato. Por outro lado, no mesmo estado, a população também elegeu , com mais de 144 mil votos, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), principal nome ligado ao movimento LGBT.

Para o cientista político Wagner de Melo Romão, professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), esse tipo de contradição que se repetiu em outros estados reflete o “movimento múltiplo e plural” que se manifestou nos protestos de junho do ano passado. “ Não podemos ser muito alarmistas. Acho que o novo Congresso acaba expressando o que está presente na sociedade brasileira. Se por um lado a gente fala de crise de representação, por outro lado nossas instituições estão funcionando, dando sentido a algo que está presente no eleitorado”, afirmou.

Romão reiterou que “junho significou a exposição mais clara de um acirramento que vem ocorrendo na sociedade, em que as posições políticas estão cada vez mais evidenciadas e radicalizadas”. Ele alertou para a diluição de partidos que comporão o Legislativo no próximo ano, considerando que na Câmara, por exemplo, o número de legendas representadas passará das atuais 22 para 28, a relação de parlamentares ligados a grupos de interesses específicos pode dificultar avanços de matérias sociais consideradas prioritárias pelo governo. “ Vão acabar impondo seu poder de veto a eventuais modificações”, disse .

Para Wagner Romão, a relação com o Executivo, que “é sempre muito difícil no âmbito federal, desde o início do governo Lula”, tende a se acirrar. “A base de governo, a maioria criada pelo Executivo, nunca foi totalmente estável. A gente pode verificar que na maioria das votações, quando há acordo e negociações, o governo tende a vencer porque constitui uma maioria, no entanto em algumas votações mais polêmicas, essa base não se mostra tão forte assim. Isso tende a se aprofundar”.

Se no Congresso o PT e o PMDB perderam parlamentares e o governo ainda contabilizou queda no apoio de legendas como o PSB, nos estados, a fragmentação se repetiu. “Mas, o que a gente vê nos estados é que os governadores conseguem manipular, com mais facilidade, nos seus rincões, essa divisão tão grande de partidos. Coisa diferente do que ocorre no plano federal”, disse Romão.

O PMDB elegeu sete governadores, entre eles os do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul, o maior número entre as legendas. Do PT foram eleitos cinco nomes nos estados, entre eles os dos governadores de Minas Gerais e da Bahia. Os tucanos conquistaram cinco governos e o PSB elegeu três governadores. O PSD conquistou a chefia de dois governos estaduais e o PDT, também de dois. Pelo PCdoB foi eleito o governador do Maranhão, pelo PROS, o governador do Amazonas, e o PP elegeu a única governadora do país, Suely Campos, de Roraima.

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Comentário do Gama Livre: É a força da grana, do financiamento de campanha. São financiados com milhões e milhões de reais aqueles candidatos que se eleitos concordam em ter donos.

A desmoralização das grandes centrais sindicais, entidades que se mostraram nos últimos tempos mais pelegas do que nunca, é também responsável por esse quadro desfavorável ao trabalhador. Veja só o caso das últimas medidas provisórias baixadas em dezembro de 2014 pela presidente Dilma, e que elimina muitos direitos dos trabalhadores. A CUT, a maior central do Brasil, não deu nem um pio. Quando políticos, sindicatos, partidos, têm o grande capital como donos, ou 'aliados', dá nessa situação. Quando líderes de trabalhadores passam a chamar os banqueiros e empresários que vivem de sugar o dinheiro público de 'companheiros' dá no que dá. Dá merda para o trabalhador.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Souto Maior: Abusivo é o governo! Direito ao piquete. As ilegalidades cometidas contra o direito de greve: o caso dos metroviários de São Paulo

Terça, 1º de julho de 2014
Por Jorge Luiz Souto Maior
Juiz do trabalho e professor livre-docente da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).

Tem-se assistido nos últimos meses, em âmbito nacional, um ataque generalizado contra as greves, fundado no argumento do respeito à legalidade. Mas, o que tem havido, juridicamente falando, é a negação do direito de greve tal qual insculpido na Constituição Federal:
Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Greve de educadores em Goiânia reabre debate sobre crise sindical


Terça, 24 de junho de 2014
Alex Rodrigues - Repórter da Agência
Prestes a completar um mês, nesta quinta-feira (26), a greve dos servidores municipais da educação, em Goiânia, expõe um fato cada vez mais frequente: paralisações e manifestações trabalhistas sem participação ou aval de instituições formais como sindicatos ou centrais sindicais. Situação idêntica ocorreu na greve dos garis do Rio de Janeiro, em março deste ano, e nas paralisações de motoristas de ônibus, em São Paulo e em Goiânia, no mês passado.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

O sindicalismo patronal exposto a nu

Quinta, 24 de abril de 2014
Por Fernando Alves de Oliveira*
Por que será que neste País o sindicalismo patronal não é tratado com a seriedade institucional exigida como atividade proativa, evolutiva, pautada em indefectíveis padrões éticos e morais?

Por que seus dirigentes recalcitram em admitir que o modelo, fruto de longeva legislação, ficou anos-luz distante das necessidades de um País que, ao tempo em que se gaba da conquista de avanços sociais, não se envergonha de um sistema sindical jurássico e pervertido pela inesgotável eiva de vícios acrescentados ao longo de mais de 70 décadas?

Por que o setor patronal, desde a cúpula até a base, são organismos dirigidos por entes aferrados ao cargo de direção por décadas?

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Terceirização enfraquece movimento sindical, avalia juiz do trabalho

Quinta, 9 de maio de 2013
Carolina Sarres 
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A terceirização no setor público pode ser considerada uma prática contrária ao direito à sindicalização, avaliou hoje (9) o juiz do trabalho e presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Renato Henry Sant'Anna, no seminário A Democratização do Estado e a Participação dos Atores Sociais.

O encontro discute a regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), promulgada em março deste ano, que trata sobre direito de sindicalização e relações de trabalho na administração pública. Atualmente, o tratado é válido por estabelecer princípios, mas não há lei que regulamente, de fato, os direitos relacionados à sindicalização dos servidores públicos brasileiros.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

No sindicalismo até santos têm chifres

Quinta, 19 de janeiro de 2012
Por Fernando Alves de Oliveira*
A eterna e nunca resolvida questão sindical retorna à ordem do dia, após a saída de Carlos Lupi no ministério do Trabalho, em escândalo similar aos ocorridos em outras pastas. A tônica de todos eles: corrupção e malversação de dinheiro público, que, desde então passaram a ter uma terminologia suave e amena: malfeitos...

E alguém do ramo sindical duvida que a pasta do Trabalho volte ao domínio do PT, que Lula só transferiu ao PDT para que o recém destronado pudesse imperar a seu bel-prazer juntamente com sua companheirada, em troca de apoio político-eleitoral como importante integrante da base do Governo?

Assim, a perspectiva provoca a necessária indagação. Como fica, de forma real e efetiva, a possibilidade de uma reforma sindical no Governo Dilma? Para construir uma resposta, necessário se torna volver a passado não distante.

Contrariamente ao trabalho de higienização e revigoramento de um modelo obsoleto, digno, quando muito, de uma republiqueta de bananas -por implantado na remota década de 40, obra da ditadura varguista e forjada em amplo viés corporativista num tempo que o País não passava de uma colônia agrícola e a indústria e o comércio apenas engatinhavam- a verdade é que o sindicalismo brasileiro tornou-se ainda mais empobrecido, especialmente a partir em que Lula e o PT assumiram o Poder. E lá se vão quase 10 anos! 

E o curioso é que essa regressão deu-se pelo mesmo ente que emanou do meio e com a promessa formalizada de acabar com as amarras que impediam não só a sua evolução. Sua moralização. Lamentavelmente, suas ações foram em sentido inverso, beneficiando tão-somente os operadores, seus ex-colegas de ofício, em detrimento dos contribuintes dos sindicatos. Para um sistema, já recheado de vícios, sobrevieram novas mazelas, decorrentes da corrupção gerada pelo dinheiro fácil oriundo da contribuição sindical obrigatória, mãe de todas as suas deformidades.

Resultado: mais um logro adicionado à História sindical. As conhecidas e histriônicas promessas reformistas de palanque ficaram ao sabor do vento, após Lula catapultar o Poder. Uma prova real disso? A representada pela PEC-252, de maio de 2000 (dois anos e meio antes de assumir o Poder) e que dormita até hoje na Câmara Federal, escrita e assinada. Com o recibo da burla à disposição dos desconhecedores da empulhação, as decantadas prometidas reformas ficaram para as calendas.

Portanto, não há nada que indique a menor vontade política do Governo Dilma –cujas ações, pelo menos até aqui, provam ser às de uma mera continuísta do anterior- em realizar uma reforma sindical que acabe com a devassidão existente. Nem por iniciativa do Executivo e muito pelo Legislativo, que demonstra, a cada dia, ser uma mera gaveta do primeiro. Aliás, todas as imoralidades que deram azo aos escândalos que não param de surgir, emanam do Governo de seu antecessor, fruto de impensada e desmedida cooptação político-eleitoral, cuja moeda de troca foi a concessão de ministérios de porteira fechada... Conduta vazia, meramente de preservação e perenidade de poder.

O que é preciso adicionar para ficar evidenciado e materializado que o Executivo e Legislativo não se interessam por uma reforma sindical radical que dê azo às transformações requeridas pelo Estado? Eu disse Estado e não Governo, pois desde 2003 neste País as diferenças entre um e outro têm sido confundidas, tornando-se díspares. A velha e tenebrosa questão sindical é uma delas. Na ótica dos dois Poderes, sua radical reforma, a bem do real interesse público (ou seja, do Estado) não dá votos nas urnas. Tiram! Quais as razões? Muito simples. Ferem os interesses pessoais dos donatários sindicais, isto é, dos operadores que deveriam servir e não serem regiamente servidos em seus insaciáveis apetites pecuniários e a preservação de sinecuras.

Querem uma comprovação inequívoca do forte e ferino lobby pela manutenção dessa verdadeira reserva de mercado? Que tal o exemplo das próprias centrais sindicais, órgãos espúrios na legislação, surgidas no final dos anos 70, após redemocratização do País e que são lideradas pelas CUT (PT) e Força Sindical (PDT). Desde o seu nascedouro foram sustentadas pelas mensalidades de seus respectivos sindicatos de trabalhadores filiados. Quando da assinatura da lei de sua oficialização, Lula destinou a elas a metade do percentual devido ao ministério do Trabalho, resultante da partilha do bolo sindical (20%). Trata-se de concessão anual de milhões de reais, representados por dinheiro público e sem nenhuma fiscalização, pois quando da destinação, foi cuidadoso ao vetar o artigo que submetia o TCU como órgão fiscalizador. A justificativa foi de que as centrais, a exemplo dos sindicatos são pessoas jurídicas privadas, ficando sua fiscalização a cargo de seus próprios Conselhos Fiscais.  O que vale reprisar o velho bordão: raposas tomando conta do galinheiro... Claro que a destinação dessa dinheirama pública foi em troca de apoio político-eleitoral. Assim, não se surpreendam se no futuro, esses perspicazes sindicalistas não exigirem os 10% restantes... Com toda certeza, antes do pleito presidencial de 2014... Anotem e confiram!

Foi esta a única “obra” do Governo Lula no campo sindical. Reconhecimento e dinheiro a rodo para as centrais sindicais, tendo à frente a CUT, braço direito do PT...

Mas não pensem que a inversão de valores  no âmbito  sindical ocorre somente nas entidades laborais. Embora nelas haja predomínio, também nos patronais existem nichos similares, ainda que guardadas as bem devidas proporções. Ainda recentemente uma federação esteve (e na verdade continua) engasgada em explicações sobre um caríssimo patrocínio de “palestras” que teriam sido feitas por um atual ministro de Estado, após ter deixado o cargo de prefeito grande Capital. Ocorre que os próprios funcionários de tal federação desconhecem a existência de tais eventos. Como nesta terra, campeã absoluta do ócio, o ano só começa depois do Carnaval, e também a exemplo de outros, igualmente este estranho fato está pendente de esclarecimento. Que pode não passar de um simples fato isolado, como também representar a ponta de um iceberg na existência de incestuosas relações de tráfico de influência de autoridades públicas com líderes sindicais do patronato.

A carcomida legislação também impõe que a empresa seja a cobradora e repassadora obrigatória da contribuição compulsória descontada do salário do trabalhador. Assim, não interessa às entidades laborais cogitar por mudanças. Para que trabalhar por associativismo se os cofres continuarão inflados sem ele? Subsiste, pois, alguma dúvida de que no dia em que o artigo 582 da CLT for suprimido, ficando sob a inteira vontade e iniciativa do empregado efetuar ele próprio o recolhimento da contribuição diretamente à sua entidade, que o sistema sindical laboral desabe como um castelo de areia?

Nas entidades patronais é a própria empresa que efetua o pagamento da contribuição devida ao sindicato da sua categoria econômica, cujo cálculo incide sobre o valor do seu capital social. Em razão disso, ocorre a necessidade de um trabalho de fidelização junto ao contribuinte no sentido de torná-lo sindicalizado, termo que indica que, além de contribuinte obrigatório, ele igualmente é associado, pagando uma mensalidade espontânea. Entretanto, esse expediente só é efetuado em entidades patronais efetivamente de vanguarda, e por dirigentes que se preocupam com o futuro, adotando as posturas e diretrizes do cognominado novo sindicalismo, que é imune aos ranços da obsoleta legislação de Vargas. O que deve ser destacado e deixado devidamente esclarecido é que a contribuição sindical (até 1996, denominada de imposto sindical) nunca deixou de ser tributo obrigatório, por sua recepção ao artigo 149 da Constituição Federal. Dinheiro público destituído de fiscalização idem.

A indagação que fica não é outra. Quando será que teremos um Governo realmente comprometido com a causa pública do sindicalismo? Bastam os que já passaram ao largo ou os que não se preocupam com os soberanos interesses da sociedade brasileira, mas sim atuando na contramão, como guardiões protetores dos interesses menores e mesquinhos dos seus donatários feudais. Das fileiras do PT, e com base nos antecedentes, com certeza absoluta não será jamais!

Como se observa no sindicalismo brasileiro, excetuando-se poucos atores, não há santos, embora alguns até proclamem divindade. E muitos deles, quando incomodados, além dos chifres à mostra ainda agitam seus aguçados tridentes.

*Consultor sindical patronal, autônomo e independente, autor dos livros S.O.S. SINDICALpt e O sindicalismo brasileiro clama por socorro, editados pela LTr, além de dezenas de artigos (vide acervo em http://falvesoiveira.zip.net) e de palestra direcionada. Contatos: falvesoli40@terra.com.br