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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

“O da meia” renunciou. O do Panetorne bem que poderia fazer o mesmo

Segunda, 25 de janeiro de 2010
Enquanto “o da meia” (deputado distrital Leonardo Prudente) renuncia ao cargo de presidente da Câmara Legislativa do DF, o que aconteceu nesta segunda-feira (25/1), “o do panetone”, que é o mesmo do crime do painel do senado, foge da Justiça como o Diabo foge da cruz. Sob os mais diversos argumentos, inclusive alegando o Panetonegate como fator que o teria impossibilitado a depor como acusado do crime de violação do sigilo do painel do Senador, ele já se escafedeu de uma dezena de intimações e de alguns depoimentos.
O crime da violação do painel foi cometido no ano de 2000. Depois de jurar da tribuna do senado, e pelos seus filhos, de que nem sequer havia visto a lista de votação da cassação do ex-senador Luiz Estevão (DF), Arruda uma semana depois, e novamente chorando, confessou o crime diante de seus pares. Confessou e renunciou ao cargo de senador. É o que deveria fazer agora, confessar com detalhes o que ele tenta reduzir a status de “pecados” e, sem choro dessa vez, renunciar ao cargo de governador.
Como ainda governador (até quando, meu Deus!) Arruda tem a prerrogativa de ser ouvido em local escolhido por ele em data também por ele definida.
Mesmo depois de Arruda dizer que viu como votaram todos os senadores na cassação do ex-senador Luiz Estevão, a sua defesa, seus advogados, negam a violação. Em depoimento em novembro de 2009, a servidora do senado Regina Célia Peres Borges confirmou que foi Arruda quem pediu a lista de votação.
Leonardo, o imprudente, por sua vez, pediu hoje renúncia do cargo de presidente da CLDF. Não aguentou a pressão popular, mas atendeu também aos interesses da defesa de Arruda. Enquanto não renunciava, o Cabo Patrício, deputado do PT e vice-presidente, assumiu o cargo maior na CLDF, o que, definitivamente, estava trazendo desgaste para Arruda e sua turma.
Ao renunciar, Prudente força uma nova eleição para o cargo em no máximo uma semana, o que certamente resultará na escolha de outro arrudista para presidente da CLDF. Até que apareçam novas denúncias, de preferência com apoio de filmagens do cinegrafista de atos secretos do governo Arruda, o cinegrafista Durval Barbosa. Aqui vale lembrar que em depoimentos à Polícia Federal o cinegrafista Durval Barbosa denunciou 19 dos 24 distritais, especialmente quanto à suposta grana entregue quando da votação do PDOT (Plano Diretor de Ordenamento Territorial). Plano que transformou muitas áreas rurais de Brasília em urbanas, coisa que poderá encher em bilhões de reais os bolsos de alguns especuladores imobiliários. Nesse caso, só para a votação do projeto se teria pago, segundo Durval, a cada um dos 19 a bagatela de 450 mil reais. E para a derrubada de alguns vetos do Executivo ao projeto, mais uma “baba”. E que baba!