Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Você perdoa Arruda?

Quinta, 7 de janeiro de 2010
Pronto, acabou a crise da corrupção filmada pelo cinegrafista de atos secretos do Panetonegate. As gravações de áudios, de vídeos e depoimentos de Durval Carneiro acusando o governador, secretários e 19 deputados distritais serão apagados dos autos do processo que está no Superior Tribunal de Justiça (STJ), dos equipamentos eletrônicos das emissoras de TV, do YouTube (tem um monte deles lá) e até mesmo da memória de cada um dos contribuintes brasilienses e brasileiros. Pelo menos é o que parece que Arruda, o governador gravado pegando grana repassada por Durval Barbosa, pretende.
Hoje (7/1) ao dar posse, no Centro Administrativo do Buritinga, aos quase 500 dirigentes (diretores e demais gestores) de escolas públicas do DF Arruda tentou mais uma vez a manjada estratégia usada quando do crime de violação do sigilo do painel do senado. A estratégia de pedir perdão, desculpas. Naquela ocasião (do painel) ele, chorando, jurou pela felicidade dos filhos, pela sua honra, que não tinha visto a lista de votantes na cassação do senador Luiz Estevão. Que não tinha violado o sigilo. Uma semana depois a amnésia passou e ele, também chorando, pediu perdão pela violação.
Por ocasião do escândalo do painel do senado ele já falava em “erros”. Não é que agora ele pediu perdão pelo que singelamente chamou de “erros”. Se é que o dinheiro veio de esquemas corruptos entre agentes do estado e empresários, como os vídeos e os depoimentos de Durval Barbosa parecem que mostram, não se poderia chamar de erros, falhas, equívocos, deslizes. Se isso aconteceu seria crime.
Num acesso de bondade franciscana o governador também declarou hoje por ocasião da posse dos dirigentes escolares que já perdoou seus adversários. Você acredita nisso? Nem eu, nem a torcida do Flamengo e do Corinthias.