Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Números federais e estaduais

Segunda, 26 de julho de 2010 
Por Ivan de Carvalho
    1. A pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana entra em conflito total com a sondagem de opinião eleitoral realizada pelo Instituto Vox Populi. Este acabara de atribuir, na sexta-feira, 41 por cento das intenções de voto a Dilma Rousseff, do PT e a candidata governista, 33 por cento a José Serra, do PSDB e oposicionista e oito por cento a Marina Silva, do PV e também oposicionista. Dilma teria oito pontos percentuais de vantagem sobre Serra nas intenções de voto.
    Então vem o Datafolha e estabelece o conflito dos números: confere a José Serra 37 por cento das intenções de voto e a Dilma Rousseff, 36. Um ponto a favor de Serra, ou, para quem preferir, o chamado “empate técnico”. Na pesquisa anterior do Datafolha, no mês passado, Serra e Dilma também empataram, na ocasião, ambos com 37 por cento das intenções de voto, enquanto o Vox Populi, também em sua pesquisa anterior, divulgada no dia 29 de junho, dava 40 por cento a Dilma Rousseff e 35 por cento a José Serra.
    Em relação a Marina Silva, a última pesquisa Vox Populi atribui oito por cento, exatamente como na pesquisa anterior do mesmo instituto, coisa bastante diferente dos 12 por cento de intenções de voto que o último Datafolha atribui a Marina.
    2.  O Datafolha (do grupo Folha de S. Paulo e em parceria com a TV Globo) pesquisou a Bahia e atribuiu 44 por cento das intenções de voto ao governador Jaques Wagner, do PT, 23 por cento ao ex-governador democrata Paulo Souto e 12 por cento ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, do PMDB. Luiz Bassuma, do PV e Professor Carlos, do PSTU, apareceram com um por cento, cada. Cinco por cento dos eleitores disseram que votarão nulo ou em branco e 14 por cento não quiseram responder.
    Por esses números, o governador Jaques Wagner tem a possibilidade de vencer sem necessidade de disputar um segundo turno. Os candidatos de oposição podem alegar, no entanto, que tais números tendem a sofrer grande mudança e que as posições atuais se devem a um período de muitos meses em que as oposições estiveram quase sem voz, com exposição modesta na mídia, enquanto o governador, sob este aspecto, foi beneficiário de intensa propaganda de seu governo.
    Este fenômeno estaria encerrado por força da lei eleitoral, que não permite a propaganda oficial no período eleitoral, mas somente a propaganda eleitoral, regulada por lei, e na qual o governador e os dois principais candidatos da oposição têm condições similares de comunicação com o público pelo rádio e televisão, bem como por outros meios de propaganda. Quanto a Luiz Bassuma, pode conquistar pontos junto ao eleitorado à medida que a campanha de Marina Silva cresça, apesar do pouco tempo que ambos terão nos programas gratuitos de rádio e televisão. Um crescimento apreciável de Bassuma é considerado por alguns políticos como importante para assegurar a realização de segundo turno na Bahia.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta segunda.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.