Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Tartare de tomate com sabor de petróleo ao molho de campanha

Segunda, 19 de outubro de 2009
Trecho da coluna de hoje de Pedro Porfírio (site Porfírio Livre)

Para o “bom burguês” um líder divino
Tão logo chegou a Nova York, Lula deixou as malas no hotel Intercontinental Barclay, no 111 da East 48th Street, fez algumas ligações para o Brasil e deslocou-se por 180 metros até o Waldorf Astoria, onde se reuniu, primeiro com o sempre sorridente Eike Batista e, a seguir, com ele, Rex Tillerson e Carla Lacerda, presidente da Esso, a subsidiária brasileira da petrolífera da família Rockfeller.
Blindada a sete chaves, essa conversa não vazou. Mas pelos pronunciamentos dos empresários, ficou claro que Lula havia satisfeito seus gostos. Depois de enfatizar que “a liderança e o carisma de Lula são presentes de Deus”, o maior doador da última campanha do presidente e do filme baba-ovo sobre sua vida (R$ 1 milhão de cada tacada), proclamou com a voz embargada: “tenho certeza de que seu nome já entrou para a galeria de grandes estadistas da nossa historia”.
Eike, que em julho de 2008 passou a maior aflição de sua vida com a presença da Polícia Federal em sua casa e em suas empresas, por conta dos expedientes de corrupção e suborno que usou para ganhar a licitação da Estrada de Ferro do Amapá, mostrava-se o próprio porta-voz do governo: “o Brasil respeita todos os seus contratos. Repito: o Brasil respeita todos os seus contratos” – disse em seu discurso triunfalista (leia a coluna de hoje do jornalista Pedro Porfírio)