Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Rio de sangue e chumbo

Sexta, 22 de setembro de 2017

O governo decadente do RJ está colhendo o que plantou: criminalidade ilimitada. A questão é tão trágica quanto complexa.  Só há começo de solução a médio prazo; a curto resta torcer para que... a munição das facções acabe!

Aqui estão imbricados o banditismo oficial e o das quadrilhas do tráfico armado. A "autoridade moral" de ambos se assemelha.  O paradoxo: enquanto uma parcela da cidade festeja e dança, outra, numerosa, fica no meio do conflito armado entre facções, milícias e a máfia corrupta que se apoderou do Estado. Difícil celebrar a vida assim.

A governabilidade espúria tem como fruto direto a degeneração das condições de vida do povo.

É preciso olhar para o hoje como uma consequência de anos e anos de incremento do poder de quadrilhas dentro e fora do Estado. É inusitado que um Presidente da República, denunciado por fazer parte de uma organização criminosa, libere Forças Armadas no Rio para...desmantelar organizações criminosas.

Lembremos da falência das UPPs e da Maré, que, após 15 meses de ocupação militar pelas FFAA, voltou ao status quo anterior indesejado.

Uma política de segurança pública eficaz pressupõe formulação democrática, com envolvimento das comunidades, lisura dos seus agentes, nova política de drogas (a da "guerra" fracassou), combate efetivo ao armamentismo, credibilidade e legitimidade dos governantes.

Hoje, sem essa direção e qualquer planejamento, tudo é  paliativo e frágil. E a população desamparada fica como marisco, fustigado entre o rochedo e o mar.

Chico Alencar, deputado federal (PSOL/RJ) e titular da Comissão de Direitos Humanos da CD