Terça, 18 de maio de 2010
Por Ivan de Carvalho

2. No mesmo artigo, disse que o Instituto Datafolha, do grupo Folha de S. Paulo, credenciou-se nos meios políticos como o mais acreditado e livre de reservas, ressalvas, suspeitas e mesmo erros técnicos e não maleável aos imensos interesses que são afetados, poderosamente, pelos resultados das pesquisas. E que seria o único instituto de pesquisas de opinião pública que seria levado em conta, seriamente, por este repórter. Convém informar os leitores que os políticos tomam conhecimento dos resultados de diversos institutos e ficam à espera dos resultados do Datafolha para comparar com os demais e concluir se estes pesquisaram eficazmente ou não.
3. Acabam de sair resultados do Vox Populi e do Sensus. Até tentei ignorá-los absolutamente, mas resolvi que algumas observações não seriam inúteis. Os resultados são bons para a candidata do PT, Dilma Rousseff. Resta saber se são bons também no outro sentido e isto poderá ser melhor avaliado quando o Datafolha divulgar sua próxima pesquisa. Sempre na faixa do “empate técnico”. Quanto ao que está agora no mercado, Dilma supera o tucano José Serra por magros dois pontos em um cenário (com todos os candidatos que se aprestam a concorrer à presidência da República) e perde para Serra em outro cenário, por décimos. Mas e daí? O que isso vale?
4. Na verdade, vale porque Serra sempre teve o primeiro lugar e uma dianteira em todas as pesquisas anteriores e uma alteração disso tem um impacto no eleitorado, na negociação de alianças e no financiamento das campanhas. Mas agora está todo mundo esperando pelo Datafolha, ainda mais que as duas pesquisas, a Vox Populi e a Sensus, chegaram numa hora em que havia uma avaliação de que as coisas iam mal para Dilma. Em síntese: as duas pesquisas divulgadas só serão ou não validadas pelo Datafolha.
5. Só para não passar batido. O Vox Populi pesquisou as eleições baianas, registrando um recuo de Jaques Wagner de 44%, em sua pesquisa anterior para 41 por cento, enquanto Paulo Souto sobe de 29% para 32% e Geddel passa de oito para nove por cento, enquanto Luiz Bassuma, do PV, aparece com 1 por cento. Para quem botar fé na pesquisa: no momento, haveria segundo turno (41 de Wagner contra 42 da soma dos outros), enquanto na pesquisa anterior do mesmo instituto Wagner ganharia no primeiro turno. Entre uma pesquisa e outra, houve a troca do PR e César Borges da aliança com o PT pela aliança com o PMDB.
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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta terça.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.