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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mário Couto denuncia desvio de mais de R$ 1 bilhão no Pará

Quinta, 20 de maior de 2010
da Agência Senado
Baseado em auditoria realizada pela Auditoria-Geral do Estado do Pará, o senador Mário Couto (PSDB-PA) denunciou nesta quinta-feira (20) o desvio de mais de R$ 1 bilhão no governo do estado, sendo que apenas na Secretaria da Educação o desvio chega a R$ 900 milhões. Ele responsabilizou a governadora Ana Julia Carepa pelo "mar de corrupção" que domina o estado e cobrou sua punição.

Mário Couto disse que a auditora nomeada pela própria governadora fez o levantamento das contas do governo do Pará e constatou que 80% de todas as obras e serviços foram contratados sem licitação. Ele acrescentou que o resultado dessa auditoria foi entregue à Assembleia Legislativa pela auditora, que pediu demissão "com vergonha".

O senador solicitou à Mesa do Senado a criação de uma comissão parlamentar, priorizando os senadores do Pará em sua composição, para acompanhar a revelação dos relatórios daquela auditoria. Mário Couto também pediu que fosse garantido o acesso imediato dessa comissão a todos os documentos entregues à Assembleia Legislativa. Segundo ele, a maioria das denúncias de desvios envolve recursos federais.

Além disso, Mário Couto anunciou ter encaminhado correspondência ao Ministério Público Federal, ao Ministério Público do Estado do Pará e à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) solicitando providências. Ele manifestou a esperança de que a OAB se posicione da mesma forma que no caso do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda.

- Perto do que foi feito no Pará, o que o Arruda fez é fichinha. No caso Arruda, com R$ 10 milhões, os Ministérios Públicos entraram em ação, a população foi para a rua, a OAB correu em cima, tomaram providências imediatas, prenderam o Arruda. No Pará, é pior a corrupção. São R$ 900 milhões apenas em uma Secretaria e não se faz nada - protestou.

O senador relatou que um dos casos de desvio de recursos públicos refere-se ao pagamento em dobro (R$ 18 milhões) por uma obra que não foi realizada. Ele assinalou que a violência tomou conta do estado e que os casos de homicídio já se tornaram banal no interior, enquanto o governo estadual só demonstra apatia diante da situação de insegurança total.