Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Funai restringe entrada em terras indígenas na região de Belo Monte

Terça, 25 de janeiro de 2011
Da Agência Pulsar Brasil
A Fundação Nacional do Índio (Funai) restringe por mais de dois anos a entrada de pessoas em terras indígenas no Pará. A portaria número 38, publicada no Diário Oficial, tem por objetivo o estudo de grupos indígenas isolados.

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), a terra indígena Ituna/Itatá  tem uma área de mais de 137 mil hectares. Ela está a cerca de 70 km do canteiro de obras da hidrelétrica de Belo Monte, entre os rios Xingú e Bacajá.

Com o projeto, a região pode ser afetada pela migração. São esperadas 100 mil pessoas durante o período de instalação da usina. O secretário-adjunto do CIMI Cleber Busato afirma que esse aumento populacional pode levar a extinção dos povos indígenas.

Busato aponta a contradição entre o isolamento da área e a liberação da construção da usina de Belo Monte pela Funai. A liberação, feita em outubro de 2009, foi uma decisão que ignorou o parecer técnico do próprio órgão.

O documento da Funai apontou, entre outros problemas, a falta de um estudo que permitisse a completa avaliação dos impactos para os povos indígenas da região.

A hidrelétrica de Belo Monte é alvo de oposição de diversos grupos sociais devido aos impactos sociais e ambientais na região amazônica. No último 13 de janeiro, Abelardo Azevedo abandonou a presidência do Ibama por discordar do projeto.

Segundo a Funai, existem 67 referências de grupos indígenas isolados em todo o Brasil. Já as pesquisas realizadas pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI) indicam 90.(pulsar/brasilatual)