Segunda, 30 de outubro de 2017
Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil
O Brasil registrou 61,6 mil mortes violentas em 2016, de acordo
com o Anuário Brasileiro da Segurança Pública divulgado hoje (30). O
número, que contabiliza latrocínios, homicídios e lesões seguidas de
morte, representa um crescimento de 3,8% em comparação com 2015, sendo o
maior patamar da história do país. Em média, foram contabilizados 7
assassinatos por hora. Com o crescimento do número de mortes
intencionais, a taxa de homicídios no Brasil por 100 mil habitantes
ficou em 29,9.
O Rio de Janeiro é o estado com maior número de
vítimas (6,2 mil) e registrou o segundo maior crescimento na quantidade
de casos, 24,3% em relação a 2015. Foram registrados 37,6 homicídios
para cada 100 mil habitantes no estado.
A maior taxa de
assassinatos foi, no entanto, verificada em Sergipe com 64 casos para
cada grupo de 100 mil. Em números absolutos, o estado teve 1,4 mil
mortes violentas em 2016, uma alta de 11,5% em relação ao ano anterior.
A
maior elevação no número de assassinatos ocorreu no Amapá que teve 250
casos em 2015 e chegou a 388 em 2016, uma alta de 52,1%. O Rio Grande do
Norte foi o terceiro em crescimento no número de mortes (18%). Com 1,9
mil casos, o estado tem a segunda maior taxa de assassinatos para cada
100 mil habitantes no estado – 56,9.
Violência contra a mulher
O
anuário trouxe ainda, pela primeira vez, os dados dos feminicídios e
assassinatos de mulheres. Em 2015 entrou em vigor a legislação nacional
que determinou que assassinatos cometidos contra mulheres em razão de
gênero se tornassem agravante do homicídio. Em 2016, foram registrados
533 casos em todo o país que tiveram enquadramento na nova lei. Desses,
96 ocorreram no Rio Grande do Sul.
Os crimes violentos contra
mulheres somaram 4,6 mil casos em 2016, o que representa uma média de um
assassinato a cada duas horas. Os estupros totalizaram 49,5 mil
ocorrências, um crescimento de 3,5% em comparação com 2015.