Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 16 de maio de 2021

Morre Bruno Covas, 41, após dois anos de luta contra o câncer

 Domingo,  16 de maio de 2021

Bruno Covas assumiu o cargo de prefeito com a saída de João Doria, que foi eleito governador, em 2018 - Gov SP / Secom

Prefeito licenciado de São Paulo deixa um filho de 15 anos; batalha contra a doença comoveu até adversários políticos

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), morreu neste domingo (16), aos 41 anos, após lutar por cerca de dois anos contra o câncer. A mais recente internação do político aconteceu no dia 3 de maio, quando ele se afastou da Prefeitura para tratamento de seus tumores. A informação foi confirmada pelo hospital Sírio Libanês, onde estava internado.

Com um sangramento controlado no sistema digestório, ele saiu da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas apresentou uma piora grave nas últimas horas desta sexta e não resistiu.

Logo que começou sua carreira política, em 1998, quando tinha 18 anos, Covas se filiou ao PSDB, partido que tinha entre os fundadores o seu avô, o ex-governador de São Paulo Mário Covas.


Nascido em Santos (SP), Bruno veio para São Paulo quando ia cursar o ensino médio e morou com o avô no Palácio dos Bandeirantes. Na faculdade, ele estudou Direito e Economia.

Sua primeira tentativa em um pleito aconteceu quando ele concorreu a vice-prefeito de Santos, em 2004, mas não foi eleito. Porém, dois anos depois, conquistou uma cadeira de deputado federal por São Paulo, cargo para o qual foi reeleito em 2010.

Em 2011, ele se licenciou do mandato para ser secretário estadual de Meio Ambiente de São Paulo, durante a gestão de Geraldo Alckmin (PSDB). Já em 2014, ele foi eleito deputado federal por São Paulo.

Ricardo Nunes, ocupando atualmente o cargo de prefeito de SP. posa ao lado do então companheiro de chapa, Bruno Covas, durante a corrida eleitoral de 2020 ; em frente, uma mesa repleta de objetos religiosos/ Reprodução / Facebook

Dois anos depois, Covas foi vice na chapa de João Doria (PSDB) para a prefeitura. E, com a saída de Doria para assumir como governador de São Paulo, ele assumiu a cadeira de prefeito da cidade em 2018.

Nas eleições de 2020, Covas teve sua primeira vitória como cabeça de chapa, com 59,45% dos votos válidos, contra 40,55% de Guilherme Boulos (PSOL), que ficou em segundo lugar.

Durante a corrida eleitoral de 2020, Covas participou de uma sabatina no programa Roda Viva, da TV Cultura, e foi questionado sobre seu tratamento contra o câncer. Na época, ele disse ser 100% transparente sobre o tema.

"Descobri câncer em metástase em outubro do ano passado. Todo instante fiz o tratamento da forma mais transparente possível. Os médicos me perguntaram qual era o grau de transparência que eles deveriam dar. Eu disse: 100%. A população tem o direito de saber como está a saúde de seu representante, do seu prefeito", afirmou.

Ao anunciar seu licenciamento para tratar o câncer, Covas publicou uma carta explicando os motivos pelos quais estava pedindo licença e agradeceu ao apoio nas redes sociais.

"Com toda força e foco que preciso colocar na minha saúde, fica incompatível o exercício responsável de minhas funções como Prefeito de São Paulo. Por isso, vou solicitar à Câmara de Vereadores uma licença do cargo pelo período de 30 dias para me dedicar integralmente à minha recuperação", disse antes de ir para o Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, para fazer seu tratamento.

Covas deixa um filho, Tomas Covas, de 15 anos.

Confira a nota do hospital Sírio Libanês:

O Prefeito de São Paulo Bruno Covas faleceu hoje às 08:20 em decorrência de um câncer da transição esôfago gástrica, com metástase ao diagnóstico, e suas complicações após longo período de tratamento.

Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês desde o dia 2 de maio, sob os cuidados das equipes médicas coordenadas pelo Prof. Dr. David Uip, Dr. Artur Katz, Dr. Tulio Eduardo Flesch Pfiffer, Prof. Dr. Raul Cutait e Prof. Dr. Roberto Kalil.


Dr. Luiz Francisco Cardoso
Diretor de Governança Clínica

Dr. Ângelo Fernandez
Diretor Clínico



Edição: Vinícius Segalla