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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 20 de maio de 2021

Dia Mundial da Abelha mobiliza público para a proteção de um dos maiores polinizadores

Quinta, 20 de maio de 2021

FAO/James Cane

Da ONU News

Influência do inseto cobre grande parte das espécies de plantas com flores silvestres do planeta, safras alimentares e terras agrícolas; evento na FAO incentiva regeneração ambiental e proteção. 

As Nações Unidas marcam este 20 de maio o Dia Mundial da Abelha. Com as hashtags #WorldBeeDay e #Savethebees, a ONU chama a atenção de legisladores e do público para a importância de se proteger os polinizadores. 

A data realça a dependência do mundo em relação a estes insetos e a necessidade de conservação para resolver questões de abastecimento global de alimentos e à eliminação da fome nos países em desenvolvimento. 

Degradação 

A organização alerta ainda que é preciso conter a perda de biodiversidade e a degradação dos ecossistemas como previsto nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS. 

FAO/Alessia Pierdomenico
Cerca de 90% das espécies de plantas com flores silvestres dependem total ou parcialmente da polinização animal

As abelhas e polinizadores como borboletas, morcegos e colibris, estão cada vez mais ameaçados pela ação humana. Sua função é considerada essencial para que que continue a interação saudável entre o meio ambiente e os seres vivos.  

Cerca de 90% das espécies de plantas com flores silvestres dependem total ou parcialmente da polinização animal. Na mesma situação estão mais de dois terços das safras alimentares e 35% das terras agrícolas globais.  

De acordo com a ONU, a ação dos polinizadores não apenas contribui, de uma forma direta, para a segurança alimentar, mas também é fundamental para a conservação da biodiversidade. 

Assembleia Geral  

A Assembleia Geral proclamou o Dia Mundial da Abelha em 2017. A meta é contribuir para a solução do fornecimento global de alimentos e eliminar a fome nos países em desenvolvimento. 

Unmiss/Eric Kanalstein
A importância das abelhas vai muito além da produção de mel.

Um evento virtual celebra a data sob o lema Empenhados com as Abelhas: Reconstruindo Melhor para Elas. 

A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura FAO realça que a meta é incentivar a cooperação e solidariedade para combater as ameaças da pandemia à segurança alimentar e aos meios de subsistência agrícolas.  

Nessa ação, a regeneração ambiental e a proteção da abelha são prioritárias. 

A agência considera que o evento será uma ocasião para aumentar a consciência de todos de que “podem fazer a diferença para apoiar, restaurar e aprimorar o papel dos polinizadores.”  

FAO/ Fernando Reyes Pantoja
Abelhas são as mais conhecidas entre polinizadores, com mais de 20 mil espécies
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O Blog Gama Livre sugere a leitura de:

O massacre das abelhas pelo agrotóxico. Nos últimos anos, no Brasil mais de um bilhão de abelhas foram mortas Domingo — 3 de setembro de 2017

Estudo estima em R$ 43 bilhões a contribuição econômica dos polinizadores — Quarta, 6 de fevereiro de 2019


Histórico: Europa decide proibir pesticida que exterminou mihões de abelhas —Domingo, 29 de abril de 2018

Alemanha proíbe oito pesticidas neonicotinóides em razão da morte maciça de abelhas:
http://www.ecodebate.com.br/2008/08/30/alemanha-proibe-oito-pesticidas-neonicotinoides-em-razao-da-morte-macica-de-abelhas/
Itália proibe agrotóxicos neonicotinóides associados à morte de abelhas:
http://www.ecodebate.com.br/2008/09/22/italia-proibe-agrotoxicos-neonicotinoides-associados-a-morte-de-abelhas/

Dia da Terra
Certa vez, Einstein disse:

— Se as abelhas desaparecessem, quantos anos de vida sobrariam para a terra? Quatro, cinco? Sem as abelhas não há polinização, sem polinização não há plantas, nem animais, nem gente.

Ele falou isso numa roda de amigos.

Os amigos riram.

Ele, não.

E agora acontece que existem cada vez menos abelhas no mundo.

E hoje, Dia da Terra, vale a pena lembrar que isso não acontece por vontade divina nem maldição diabólica, e sim

por causa do assassinato dos bosques nativos e da proliferação dos bosques industriais,

por causa dos cultivos de exportação, que proíbem a diversidade da flora,

por causa dos venenos que matam as pragas enquanto matam a vida natural,

por causa dos fertilizantes químicos que fertilizam o dinheiro e esterilizam o solo,

e por causa das radiações de alguns aparelhos que a publicidade impõe à sociedade de consumo.

Eduardo Galeano, no livro Os filhos dos dias (Um calendário histórico sobre a humanidade), Editora L&PM, 2012, página 136