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(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Partidos no DF: legendas tradicionais perdem filiados

Segunda, 17 de maio de 2021
Do Blog Brasília por Chico Sant'Anna



De novembro de 2020 a abril de 2021, a maioria dos 33 partidos políticos do Distrito Federal sofreu uma desidratação. Mais de cinco mil eleitores cancelaram suas filiações a 21 partidos. Apenas onze apresentaram elevação de militantes registrados. O destaque ficou para o Psol que cresceu 16,62%, enquanto partidos tradicionais como o PSDB, do senador Izalci Lucas, o PP, da deputada Celina Leão, e o DEM, do coronel Alberto Fraga apresentaram queda no volume de eleitores associados. O PT permanece como a maior agremiação partidária da Capital Federal.

Por Chico Sant’Anna
Faltando dezessete meses para as eleições, o volume de filiados a partidos no Distrito Federal caiu 2,46%. Em relação a novembro de 2020, são 5.391 eleitores a menos, que decidiram deixar de militar organicamente numa agremiação partidária. Esse retrato é fruto da perda de associados em 21 dos 33 partidos formalmente inscritos na Justiça Eleitoral. Nesse cenário que pode demonstrar desencanto pelas maiorias das siglas, um partido, contudo, demonstrou musculatura: o Psol. De novembro a abril, cresceu 16,62%, subiu um degrau na escala de filiados, passando do PSB, e assumindo a 12ª colocação dos maiores partidos. Está a 60 filiados para entrar no seleto grupo dos dez maiores partidos do Distrito Federal.

Para o analista político, Mellilo Dinis, enquanto alguns partidos lutam para crescer, como o Psol, outros se desidratam a olhos vistos. “Há diversos fatores: desencanto com a política, pouca vida partidária, dificuldades de encontrar projetos e propostas que superem a identificação com um ou outro nome na política, distanciamento entre bases e direção – explica ele.

“Os partidos estão em descrédito não só no Brasil, mas em inúmeros países – explica o consultor Hélio Doyle – conseguir aumentar o número de filiados nessas circunstâncias é uma façanha, ainda mais quando são partidos que não estão no poder. Mas ainda falta muito para que os partidos brasileiros ganhem real representatividade e que o número de filiados signifique militância efetiva.”