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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Bancos e especulação imobiliária se beneficiam com caos urbano

Sexta, 24 de setembro de 2010
Da Radioagência NP
Aline Scarso

O caos do transporte público nas grandes metrópoles brasileiras é resultado da necessidade de mobilidade dos trabalhadores, obrigados a morar longe do trabalho em razão da forte especulação imobiliária em áreas centrais das cidades. Para o candidato a Presidência pelo PCO, Rui Costa Pimenta, a estabilidade econômica não pode estar ligada, como acontece hoje, à especulação dos bancos no setor de habitação e à especulação imobiliária das grandes construtoras.

“É um processo que leva a transformar os centros urbanos em locais cada vez mais caóticos. Sem uma multa contra os especuladores e contra o sistema financeiro que privilegia os bancos também na área de habitação, não há possibilidade nenhuma de colocar os centros urbanos em ordem e criar um lugar que seja habitável. A mesma coisa acontece com o transporte que está dominado por um grupo capaz de levar [o sistema] a um caos total.”

Em São Paulo (SP), 2,7 milhões de passageiros dependem diariamente do metrô. Nos últimos 15 anos, apenas 22 quilômetros de linha foram construídos, menos de 1,5 km por ano. Além da expansão lenta, as linhas Azul e Vermelha já ultrapassaram a capacidade de transporte nos horários de pico. Quem viaja na linha Vermelha, com capacidade de 1.6 mil pessoas, tem que dividir a lotação com 1.8 mil. Já a linha Azul, com capacidade para 1.5 mil passageiros, chega a transportar 2 mil.

De acordo com a Secretaria dos Transportes Metropolitanos, o metrô paulista custou à população R$ 400 milhões por quilômetro construído. O metrô de Madri, por exemplo, custou cerca de R$ 71 milhões por quilômetro. Além disso, a fabricante de vagões de trens e metrôs Alstom está sendo investigada pela acusação de ter pago propina ao governo do PSDB para ganhar a licitação do metrô.

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