Domingo, 3 de
agosto de 2014
Vladimir
Platonow – Repórter da Agência Brasil
Programa de
governo candidato Mauro Iasi é formulado
com base em cinco eixos — PCB/Divulgação
O candidato do PCB à Presidência da República, Mauro Iasi,
defende o aprofundamento da democracia direta como forma de governar o país.
Sexta-feira (1º), antes do lançamento do Comitê Popular do partido, o candidato
detalhou o programa de governo que pretende ver implantado no país, se vencer
as eleições em outubro.
É com base na crítica à forma de governo que emergiu no ano
passado que Iasi defende o aprofundamento da democracia direta, com o
estabelecimento do poder popular. “Seriam assembleias eleitas nos locais de
trabalho, de moradia, de estudo, que representassem diretamente as demandas
populares diretamente. Isso seria apresentado ao Congresso Nacional como uma
política de governo, disse ele.
Professor da Escola de Serviço Social da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o paulista Mauro Iasi é formado em história e
doutor em sociologia. Segundo ele, sua candidatura foi uma decisão coletiva do
partido. “Não é decisão pessoal.”Ter candidatura própria este ano foi uma
deliberação do PCB, porque o ano passado foi especial, com manifestações e
mudanças na conjuntura, destacou. Por isso, o partido entendeu que “era
essencial ter essa voz e essas propostas apresentadas no espaço eleitoral.”
O partido terá apenas 45 segundos de propaganda na
televisão, mas Iasi acredita que poderá passar a mensagem do partido, dividida
em cinco eixos principais. “Nosso tempo é curtinho, é uma disputa desigual, num
critério nem um pouco isonômico entre as forças políticas.”
O primeiro eixo, a chamada desmercantilização da vida,
considera que educação, saúde, transporte e moradia são direitos e devem ser
públicos, gratuitos e garantidos pelo Estado. O segundo trata das condições
econômicas para garantir as políticas públicas, o que implica transformações como
a reversão das privatizações e o controle estatal de áreas estratégicas, como
mineração, telecomunicações, portos e aeroportos, estatização do sistema
financeiro, aprofundamento da reforma agrária.
As condições políticas estão no terceiro eixo. O quarto inclui
a garantia e ampliação de direitos, entre os quais os direitos humanos, que o
PCB considera ameaçados. O quinto e último eixo enfatiza a importância da
articulação latino-americana e mundial com um conjunto de lutas no
sentido da antiglobalização e da crítica ao capitalismo, e da defesa do meio
ambiente.
Ao explicar o quinto eixo, Iasi falou sobre a situação atual
na Faixa de Gaza, alvo de conflito entre israelenses e palestinos nas últimas
semanas. O candidato destacou os mais de 1.800 palestinos mortos e a perda de
64 soldados e três civis israelenses. “Isso mostra a falência desta ordem
mundial”, disse Iasi.