Sexta, 22 de abril de 2016
              André Richter – Repórter da Agência Brasil
          
A ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Thereza de 
Assis Moura negou hoje (22) pedido do Ministério Público Eleitoral (MPE)
 para anexar os acordos de delação premiada dos executivos da 
empreiteira Andrade Gutierrez, investigados na Operação Lava Jato, nas 
ações em que a oposição pede a cassação dos mandatos da presidenta Dilma
 Rousseff e do vice, Michel Temer.
Na mesma decisão, a ministra 
também rejeitou pleito do PSDB para incluir as provas da investigação da
 Operação Acarajé, uma das fases da Lava Jato, nas ações. Na 
quarta-feira (20), a ministra determinou o início da etapa de produção 
de provas, após unificar quatro ações que pedem a cassação da chapa 
vencedora em 2014.
Segundo a ministra, o acordo de delação dos 
executivos da Andrade Gutierrez ainda está sob segredo de Justiça no 
Supremo Tribunal Federal (STF) e ainda não pode ser utilizado nas ações.
 “Entendo deva-se aguardar seja ele [sigilo] retirado, como ocorreu com a
 colaboração premiada de Ricardo Pessoa [dono da empreiteira da UTC] 
devendo, portanto, se [for] o caso, ser o pedido renovado 
oportunamente”, decidiu.
Nos depoimentos, executivos da 
empreiteira teriam afirmado que repassaram propina oriunda de contratos 
da Petrobras como doação oficial para a campanha da presidenta, tese 
rechaçada pelo ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da 
Presidência da República, Edinho Silva, que atuou como coordenador 
financeiro da campanha presidencial em 2014.
Sobre a inclusão de 
provas da Operação Acarajé, Maria Thereza negou pleito do PSDB, por 
entender que o pedido de utilização de provas foi feito de forma 
genérica. Na operação, a força tarefa da Lava Jato investiga o 
publicitário João Santana, que atuou na campanha eleitoral da 
presidenta.
A ministra atendeu solicitação para investigar uma 
linha de celular da operadora OI Móvel S/A que teria sido usada por um 
integrante da campanha, segundo o PSDB, para divulgar boatos sobre a 
suposta intenção da oposição de acabar com programas sociais em caso de 
vitória nas eleições.
“Trata-se de pleito que visa averiguar a 
suposta ocorrência de fato, nominado pelos autores [PSDB] como fraude, 
consistente na disseminação, por meio de mensagens escritas tipo SMS, de
 falsas informações a respeito da extinção de programas sociais, bem 
como o alcance da referida divulgação, razão pela qual entendo não haja 
razão para indeferi-lo.”, decidiu a ministra.
Nas ações que 
tramitam no TSE, o PSDB pede a cassação do mandato da presidenta e do 
vice, por entender que há irregularidades fiscais nas campanhas 
relacionadas a doações de empreiteiras investigadas na Operação Lava 
Jato.
 
 
 
