Da Tribuna da Imprensa
Por Hélio Fernandes
Nem
duvida ou incerteza: a partir dessa data, o País terá um presidente
interino. A atual presidente, não tem alternativa ou esperança: será,
afastada. Estaremos voltando á "Republica velha", com o presidente
escolhido longe do povo. Com Temer as coisas se agravam, investigado
pela lava-Jato.
Delatado
e detalhado pelo senador Delcídio. Pode ter que devolver o mandato á
própria Dilma, como diz a Constituição, em até 180 dias. Ou ser cassado
pelo TSE. Neste caso, ele e Dona Dilma, justa e justificadamente,
caminharão juntos para o ostracismo. Ela já não estará mais no poder,ele
terá ficado apenas uns meses num roteiro que imaginou, durasse uma
eternidade. Não é mais.
Para
a mediocridade do vice, tem razão: 2 anos e meio, ou qualquer tempo,
fabuloso. Agonia, ansiedade, emoção a cada dia. A partir do 11 de maio,
pelo menos estará no Planalto, embora não possa dormir no Alvorada, a
presidente afastada estará lá. O sonho não estará completo, mas o Jaburu
também é confortável e acolhedor.
E
mesmo como interino, carrega o titulo de presidente, não importa para
onde vá. Acredita que o Jaburu não esteja com os frequentadores de hoje.
Elementos, (no sentido utilizado no jargão policial) de partidos que o
apoiaram no impeachment da Câmara, e agora cobram a recompensa em
ministérios.
Pertencem
ao PP, PTB, PR, PSD. Todos engrossavam a base parlamentar da Presidente
Dilma na semana que antecedeu a votação da baixaria. Apesar da agitação
destes dias, não esquece, tem que salvar Eduardo Cunha. Sozinho, o
presidente da Câmara "arranjou" mais de 50 votos. Esses 367, pura
ficção. Pergunta a Romero Jucá, praticamente Ministro do Planejamento:
"Garantimos esses 367 aliados da Câmara?".
O
senador não responde, diz que tem que perguntar a Eliseu Padilha. Este
diz a Jucá, só entre nós: "Precisamos de 250 estamos longe".
A Comissão do Impeachment
No
Senado é diferente da Câmara, em matéria de baixaria. Mas em termos de
utilidade, perda de tempo completa. Convocaram a Ministra da
Agricultura, defesa e acusação, ate o advogado Marcelo Lavenere,
destaque no impeachment de Collor. Mas haja o que houver, ninguém muda
ou mudará de voto. No dia 11 de maio, tudo que digo no título e
seguindo, acontecerá, nenhuma alteração, determina, "até 180 dias"
guardem.
Temer
terá os mesmos 16 votos, Dilma os mesmos 5. A partir daí, começa a
batalha verdadeira pela tramitação e o julgamento definitivo. Para a
destituição da presidente, serão necessários. 54 votos. Os a FAVOR do
impeachment, garantem que conseguiram 50. Os CONTRA, 22.
Mas
a derrota de Dilma com 4 votos a mais, parece visível. A vitoria dela,
precisando outros 6 votos, difícil. De qualquer maneira, é tudo
projeção. Especialistas garantem: “Votação só em setembro". Portanto,
espera de quase 5 meses. Não é o meu calculo ou a minha expectativa.
Muitos lembram: a Constituição determina, "até 180 dias".
O ansioso mas ainda não poderoso Meirelles
Dá
sinais de desalento, fez vários convites, nem todos com sucesso. São
muitos cargos importantes. Ontem disse publicamente: "Vou defender a
independência do Banco Central". O senador Jucá, sempre ele, sempre ele,
respondeu imediatamente: "No governo Temer isso pode ser discutido".
Meirelles não gostou, e a "carta branca" que recebeu?A impressão: não
aguenta esperar 13 dias para assumir o ministério.
Jornais
impressos e televisões, não se cansam de dizer: "Meirelles foi deputado
Federal". Desinformação completa, O que aconteceu: comprou um mandato
pelo seu estado, recebeu 183 mil votos. Carreirista, queria usar o
mandato como trampolim. Antes de assumir, Lula convidou-o para
presidente do Banco Central, não podia aceitar e se licenciar, abandonou
o mandato antes de chegar á Câmara. Agora, com a confusão nacional,
acredita que pode chegar mais alto. O que é mais alto do que Ministro da
Fazenda?
Temer
e seus áulicos, também estão ansiosos com Meirelles. Colocaram Jucá no
Planejamento para vigiá-lo e fiscalizá-lo. Querem saber, com
antecedência, quem ele cogita ou admite para o BC, silencio. Não sabem
nem qual será o Secretario Executivo do Ministério, o segundo.
Temer
e apaniguados não se livram do que chamam de "obsessão dos primeiros 9O
dias”. E se perguntam, qual será a participação de Meirelles nesse
apreensivo inicio de governo. E a pergunta não tão reservada: numa
infelicidade ou num desvio de rota, mesmo obrigatório, o Ministro da
Fazenda pode ser substituído? Dilacerante a falta de resposta. Mesmo
faltando 13 dias para a posse interina, certa e garantida.
Eleição nos EUA
Ontem,
previa para Democratas e Republicanos, em 5 estados. 2 históricos.
Pensilvania e Delawere. Um pequeno, mas riquíssimo, Connecticut. Outros
2, Maryland e Rhod Island, nenhuma lembrança na minha memória.
Pensilvânia, lindíssima, foi a segunda capital dos EUA. A primeira foi
Wall Street (em tradução livre, "rua do muro", porque havia um enorme).
Pensilvânia
ficou até 1800, quando foi inaugurada a definitiva, que ia se chamar
Washington, em homenagem ao Primeiro presidente do país. Ele já não
estava mais no cargo, proibiu usarem seu nome. Passou a se chamar
Distrito de Columbia. Depois que ele morreu, passou a ser Washington-DC.
Delawere
foi o primeiro estado dos 13 que deixaram de ser províncias, e foi
consagrado pela Constituição de 1788. Connecticut, elitista, riquíssimo,
é a capital mundial do seguro. De carro, 40 ou 50 minutos da Quinta
Avenida e do Central Park, é vizinho de Mannhatan. Filadélfia, capital
da Pensilvania, é a própria Historia da Independência e da Republica
americana.
Lá
se reuniam Jefferson, Benjamin Franklin, Washington, Monroe, Madison,
J. Adams, todos presidentes. O único que não quis foi Benjamin Franklin.
Quando chegou sua vez, não aceitou, explicando: "Eu só queria um país
para chamar de meu. Continuarei minhas invenções". Deixou mais de 200,
incluindo o importantíssimo para-raio. Sua esfinge, perdão, não existe
outra palavra, está na nota de 100 dólares.