Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna
Na Estação Rodoviária de Brasília os buracos avançam sobre o passeio público. Foto de Uirá Lourenço
No estudo foram avaliadas as condições das calçadas, da sinalização para os pedestres, o conforto e a segurança para quem caminha. Definitivamente, o pedestre parece ter sido esquecido. As condições para circulação de pedestres e cadeirantes nas calçadas, ruas e faixas de travessia na Capital da República são degradantes. Brasília recebeu a nota 6,25. Pelos critérios do estudo, o mínimo aceitável seria 8. Ou seja, Brasília foi reprovada
Por Chico Sant’Anna
Caetano Veloso, em suas canção “Alegria, Alegria”, recomendava caminhar contra o vento. Já Geraldo Vandré, nos versos de sua icônica “Caminhando e Cantando”, também recomendava caminhar, cantar e seguir a canção. Já Gilberto Gil, apelou ao Além e recomendou “Andar com Fé”. Mas se, como diz o poeta, a fé não costuma falhar, na Brasília das avenidas largas, cada vez mais, caminhar, talvez mesmo, tenha que apelar às bençãos dos céus. Prevalece a leitura de que ela foi projetada para um ser humano dotado de cabeça tronco e rodas. Definitivamente, o pedestre parece ter sido esquecido. As condições para circulação de pedestres e cadeirantes nas calçadas, ruas e faixas de travessia na Capital da República são degradantes. Quem diz isso é o estudo Campanha Calçadas do Brasil 2019, realizado pela Mobilize Brasil, e que atribuiu à cidade nota 6,25. Pelos critérios do estudo, o mínimo aceitável seria 8. Ou seja, Brasília foi reprovada no quesito acessibilidade. E olhe que o levantamento só focou o Plano Piloto, pois se tivesse se expandido paras cidades satélites a situação seria bem pior.