Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Portugal poderá entrar numa "espiral de morte demográfica", diz o Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman

Terça, 15 de dezembro de 2015
Num artigo publicado no seu blogue, Paul Krguman escreve sobre Portugal e deixa um interrogação: se em tempos de dificuldades um país sofre uma perda em larga escala no número de trabalhadores, quem vai pagar a dívida e tratar dos reformados?
14 de Dezembro, 2015
Para Krugman, a queda da população ativa em Portugal é uma realidade perocupante. Foto de Orlando Almeida-Global/Imagens
 
O prémio Nobel da Economia Paul Krugman escreveu no seu blogue no The New York Times que a queda da população ativa em Portugal é um indicador que lhe deixa a seguinte interrogação: se em tempos de dificuldades um país sofre uma perda em larga escala no número de trabalhadores, quem vai pagar a dívida e tratar dos reformados?

segunda-feira, 29 de junho de 2015

O ataque da Europa à democracia grega, por Joseph Stiglitz (Prêmio Nobel de Economia)

Segunda, 29 de junho de 2015
Devemos ser claros: quase nenhum do enorme manancial de dinheiro emprestado à Grécia foi verdadeiramente para lá. Foi canalizado para pagar aos credores do setor privado – incluindo bancos alemães e franceses. O que a Grécia obteve foi uma ninharia, mas pagou um elevado preço para preservar os sistemas bancários desses países. Artigo de Joseph Stiglitz, Prémio Nobel da Economia.
O crescimento exponencial de disputa e conflitualidade no seio da Europa pode parecer a quem está de fora como sendo o resultado inevitável do amargo fim do jogo entre a Grécia e os seus credores. Na verdade, os líderes europeus estão finalmente a revelar a verdadeira natureza da disputa da dívida em curso, e a resposta não é agradável: é sobre poder e democracia muito mais do que dinheiro e economia.
Claro, a política econômica por detrás do programa que a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) tem impingido à Grécia há cinco anos tem sido abismal, resultando num declínio de 25% do PIB do país. Não consigo pensar em nenhuma depressão que alguma vez tenha sido tão deliberada e que tenha tido tais consequências catastróficas: a taxa de desemprego entre os jovens da Grécia, por exemplo, já ultrapassa os 60%.

domingo, 28 de junho de 2015

Krugman apela ao 'Não' no referendo grego

Domingo, 28 de junho de 2015
O Prêmio Nobel da Economia manifesta o seu apoio ao governo grego e esclarece que votaria 'Não' no referendo de dia 5 de julho. Paul Krugman considera que os governos credores e as instituições europeias têm cometido “um ato de loucura monstruosa” ao empurrarem a Grécia até este ponto.
Foto do twitter de Alexis Tsipras

“Eu votaria 'Não', por duas razões. Em primeiro lugar, por muito que a perspetiva de saída do euro assuste todos - eu incluído - a troika está agora efetivamente a exigir que o regime político dos últimos cinco anos seja mantido indefinidamente. Onde está a esperança nisso?”, questiona Paul Krugman na sua coluna no New York Times.

O Prémio Nobel da Economia avança ainda que, no âmbito de um eventual Grexit, “a desvalorização não conseguiria criar muito mais caos do que já existe, e abriria o caminho para uma eventual recuperação, tal como aconteceu em muitos outros momentos e lugares”.

“A Grécia não é assim tão diferente”, frisa.

Por outro lado, Paul Krugman alerta que “as consequências políticas de um 'Sim' seriam profundamente preocupantes”.

“A troika fez claramente o reverso de Corleone - fizeram a Tsipras uma oferta que ele não pode aceitar, e, presumivelmente, fizeram-no conscientemente. Assim, o ultimato foi, com efeito, um movimento para substituir o governo grego. E mesmo que não se goste do Syriza, isto é perturbador para quem acredita nos ideais europeus”, destaca.

“A hora da verdade da Europa”

Lembrando que, “até agora, cada aviso sobre uma ruptura iminente do euro revelou-se errada” e que “os governos, seja o que for que digam durante a eleição, cedem às exigências da troika”, Krugman adianta “que a troika contava, ou pelo menos tinha esperança, que a Grécia fosse uma repetição desta história”.

O Prêmio Nobel da Economia escreve ainda que, “politicamente, os grandes derrotados deste processo têm sido os partidos de centro-esquerda, cuja anuência com a austeridade dura – e o consequente abandono de tudo o que supostamente representavam - provoca-lhes muito mais danos do que políticas semelhantes provocam ao centro-direita”.

Sobre as razões que o levam a apoiar o referendo, Paul Krugman refere que, se o 'Não' ganhar, “o governo grego será empoderado pela legitimidade democrática”, o que, a seu ver, “ainda tem importância na Europa”.

Por outro lado, “o Syriza tem estado numa posição política delicada, com os eleitores furiosos com cada vez maiores exigências de austeridade mas sem vontade de deixar o euro”.

Para o economista, “o referendo irá, efetivamente, pedir aos eleitores para escolherem a sua prioridade, e dar a Tsipras um mandato para fazer o que tem de fazer” caso a troika continue a apertar o garrote ao povo grego.

Paul Krugman considera que os governos credores e as instituições têm cometido “um ato de loucura monstruosa” ao empurrarem a Grécia até este ponto.

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sexta-feira, 26 de junho de 2015

“O FMI está a gozar connosco?”, pergunta Krugman

Sexta, 26 de junho de 2015
Do ESQUERDA.NET
“Os mesmos que falharam redondamente em prever os estragos que a austeridade causou estão agora a dar lições aos outros sobre crescimento?”, questiona o Prêmio Nobel da Economia no New York Times.
Krugman: "Afinal o que se passa? O objetivo é partir o Syriza? É obrigar a Grécia a uma bancarrota presumivelmente desastrosa, para dar força aos outros?"
Krugman: "Afinal o que se passa? O objetivo é partir o Syriza? É obrigar a Grécia a uma bancarrota presumivelmente desastrosa, para dar força aos outros?"
Na sua coluna, Paul Krugman ataca o FMI quando diz que as propostas gregas prejudicam o crescimento, recordando o historial de falhanço das previsões de crescimento da economia grega feitas pelo mesmo FMI. Leia aqui o texto traduzido pelo infoGrécia:

“Tenho estado bastante calado sobre a Grécia, por não querer gritar Grexit num auditório cheio de gente. Mas ao ouvir os relatos das negociações em Bruxelas, algo tem de ser dito – nomeadamente, o que é que os credores, em especial o FMI, julgam que estão a fazer?
 
“Esta devia ser uma negociação sobre metas para os excedentes orçamentais, e depois sobre o perdão da dívida que previne futuras crises intermináveis. E o governo grego concordou com metas que são até bastante altas, sobretudo considerando que o orçamento teria excedentes enormes se a economia não estivesse tão deprimida. Mas os credores continuam a rejeitar as propostas gregas com o argumento de que dependem muito dos impostos e não o suficiente em cortes na despesa. “Continuamos ainda no ramo de ditar a política interna.
 
“A suposta razão para a rejeição de uma resposta com base em impostos é que irá prejudicar o crescimento. A resposta óbvia é: estão a gozar connosco? Os mesmos que falharam redondamente em prever os estragos que a austeridade causou – vejam o gráfico, que compara as previsões no memorando de 2010 com a realidade – estão agora a dar lições aos outros sobre crescimento? Mais ainda, as preocupações sobre crescimento estão todas do lado da oferta, numa economia a funcionar pelo menos 20% abaixo da sua capacidade.
A azul, as projeções do FMI sobre o crescimento do PIB da Grécia; a vermelho, o que aconteceu na realidade. 
A azul, as projeções do FMI sobre o crescimento do PIB da Grécia; a vermelho, o que aconteceu na realidade.

"Falem com as pessoas do FMI e elas vão afirmar a impossibilidade de lidar com o Syriza, a sua irritação com o exibicionismo, e por aí adiante. Mas aqui não estamos na escola secundária. E neste momento são os credores, muito mais que o Syriza, que estão a mudar as balizas de sítio. Afinal o que se passa? O objetivo é partir o Syriza? É obrigar a Grécia a uma bancarrota presumivelmente desastrosa, para dar força aos outros?
 
Nesta altura é preciso deixar de falar sobre o “Graccident”; se acontecer o “Grexit” será porque os credores, ou pelo menos o FMI, quis que isso acontecesse".