Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Veja vídeo em que a ex-presidente do parlamento grego fala sobre os fatos que levaram seu país à falência

Sexta, 2 de dezembro de 2016
A exposição foi no dia 24 de novembro. Veja o vídeo e entenda também o que nos espera aqui no Brasil com as medidas ecônomicas do governo Henrique Meirelles/Temer.
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Da Auditoria Cidadã da Dívida
Convidada pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, a deputada grega Zoe Konstantopoulou, ex-presidente do Parlamento do país europeu e fundadora do partido Viagem para a Liberdade, alertou os senadores sobre o risco da financeirização da economia das nações em benefício de bancos e grandes corporações financeiras.

“Nada deve justificar a violação da democracia, liberdade e dignidade humana”, reforçou.

Ela relatou a experiência grega, que envolvida em esquemas financeiros, levou o país a uma crise econômica, social e política grave.

A ex-presidente do parlamento grego foi convidada para relatar os fatos que levaram o país aos caos econômico e social e como a auditoria da dívida grega revelou fortes mecanismos fraudulentos de emissão de dívida pública. “Estados não são companhias, ao contrário, devem ser garantidores de direitos do povo”, defendeu Konstantopoulous.

Ela sugeriu resistência aos projetos que impõe sacrifícios à população em benefício de interesses financeiros.

Confira a palestra completa:

sábado, 2 de abril de 2016

Wikileaks divulga conversas do FMI para impor mais austeridade à Grécia

Sábado, 2 de abril de 2016
Do Esquerda.Net
A Wikileaks divulgou neste sábado a transcrição de conversas telefónicas entre responsáveis do FMI, onde preveem um “desastre” grego, buscam novas formas de impor mais austeridade à Grécia e de pressionar a UE, ameaçando com a saída do FMI da troika.
Poul Thomsen, 2011 - Foto de Mário Cruz/Lusa
 
A conversa telefônica é de 19 de março passado e entre Poul Thomsen, diretor de assuntos para a Europa do Fundo Monetário Internacional (FMI) e a chefe da missão da instituição na Grécia, Delia Velculescu.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Varoufakis: Política econômica da União Eropeia "é um fracasso abjeto"

Sábado, 20 de fevereiro de 2016
O antigo ministro das Finanças grego interveio no arranque do Fórum por um Plano B na Europa, que se realiza este fim de semana em Madrid.
Sessão de abertura do Fórum "Plano B para a Europa"
O Fórum por um Plano B na Europa junta ativistas da esquerda europeia que se opõem à Europa de austeridade e contestam abertamente as regras impostas por Bruxelas aos governos nacionais. "A história da Europa nos últimos seis ou sete anos é uma comédia de erros. Erram e depois não podem admitir o erro, o que leva ao falhanço [fracasso]. Quando falham isso leva a austeridade e depois a mais falhanço [fracasso]", disse Varoufakis na abertura do encontro.

Para o antigo ministro das Finanças grego, citado pela agência Lusa, o único plano de Bruxelas é "manter a estrutura de cartel da União Europeia”, qualquer que seja o resultado da receita econômica que prescreve aos países em dificuldades. "E depois falam em recuperação. Que recuperação em Espanha e em Portugal? Ou na Irlanda? A política econômica europeia é um falhanço [fracasso] abjecto!", exclamou Varoufakis, que apresentou recentemente o seu novo projeto político que rejeita a saída do euro e defende uma aproximação ao campo político da social-democracia. "Temos de nos aliar com os Verdes, com os Sociais-Democratas que viram o erro em que caíram. Nós, da Esquerda, percebemos que temos uma responsabilidade histórica para com os povos", propôs o antigo ministro.

Este Fórum para um Plano B vai juntar milhares de participantes em sessões temáticas e plenários que contam com forte participação de ativistas do Sul da Europa, entre os quais os portugueses Francisco Louçã (economista fundador do Bloco), Lídia Fernandes (Marcha Mundial das Mulheres), Mamadou Ba (SOS Racismo) e João Camargo (Precários Inflexíveis). Entre os oradores internacionais estão muitos deputados e eurodeputados do Podemos, Izquierda Unida, EQUO, mas também do Die Linke alemão, do Parti de Gauche e dos Verdes franceses, Partido da Esquerda sueco ou da L’Altra Europa italiana, para além de ex-deputados do Syriza como Zoé Konstantopoulou ou Costas Lapavitsas. Outras figuras das redes por uma globalização alternativa estão entre os oradores, como Susan George (ATTAC) e Eric Toussaint (CADTM), sindicalistas da CGT francesa e da ELA basca e ativistas das redes de apoio aos refugiados e contra a precariedade laboral.

Julian Assange, refugiado na embaixada do Equador em Londres, também participará no Fórum através do Skype.

Acompanhe aqui as transmissões em direto do Fórum

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domingo, 20 de setembro de 2015

Syriza vence eleições na Grécia

Domingo, 20 de setembro de 2015
Do ESQUERDA.NET
O Syriza vence as eleições na Grécia e deverá constituir novo governo com o partido Gregos Independentes, uma vez que os dois partidos, em conjunto, terão maioria absoluta. Na comemoração da vitória, Tsipras afirmou: “Hoje na Europa, a Grécia e o povo grego são sinónimos de luta pela dignidade”. Marisa Matias afirma que a vitória do Syriza "evitou o pior cenário possível que era pôr no poder as forças partidárias da troika".
Alexis Tsipras e Panos Kammenos, líder dos Gregos Independentes, na comemoração da vitória

O Syriza venceu as eleições na Grécia, elegendo 145 deputados (menos quatro do que em janeiro passado).
O partido Gregos Independentes elegeu 10 deputados (menos três que em 25 de janeiro).
Syriza e Gregos Independentes poderão voltar a constituir coligação e governo, uma vez que os dois partidos juntos terão maioria absoluta. Os dois partidos elegem 155 deputados, sendo a maioria absoluta 151 deputados.

Syriza vai repetir coligação e governar com maioria absoluta na Grécia

Domingo, 20 de setembro de 2015
Da Agência Lusa // Agência Brasil
O líder do partido de esquerda Syriza, Alexis Tsipras, vai repetir a coligação com os nacionalistas Gregos Independentes, caso se confirmem os resultados eleitorais, informou hoje (20) a televisão pública grega ERT.

Com 40% dos votos contados, o Syriza obteve 35,5% e 145 lugares no parlamento. Os Gregos Independentes, do ex-ministro da Defesa Panos Kamenos, conseguiram 3,72% e dez assentos. Juntos, os dois partidos terão 155 dos 300 lugares do parlamento grego, quatro mais do que a maioria absoluta.

De acordo com fontes dos nacionalistas, citadas pelo diário To Vima, os dois líderes partidários deverão fazer ainda esta noite uma declaração conjunta. Kamenos, que todas as sondagens excluíam do parlamento, chegou sorridente à sede partidária, mas até agora não prestou declarações aos jornalistas.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Stiglitz, Prêmio Nobel da Economia, diz que “A União Europeia está a destruir o seu futuro”

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Quarta, 2 de setembro de 2015
Do site esquerda.net
Em entrevista ao Le Monde, o Prêmio Nobel da Economia defendeu que “a obsessão com a austeridade e a fobia da dívida” têm como objetivo atacar o Estado Social. Para Joseph Stiglitz, as “desigualdades são o resultado de escolhas políticas e não uma fatalidade”.
2 de Setembro, 2015
Por ocasião da apresentação da edição francesa do livro The Great Divide, Joseph Stiglitz afirmou que uma das causas da “estagnação secular” é a “anemia na procura global”, causada, particularmente, pelas políticas de austeridade impostas na Europa.
Para o economista norte americano, o terceiro pacote de assistência à Grécia “é a garantia de que o país se vai afundar numa depressão longa e dolorosa”.
“A dívida é encarada como um travão ao crescimento, quando, pelo contrário, é o garante da prosperidade futura, quando utilizada para financiar investimentos essenciais”, advogou o Prêmio Nobel da Economia em entrevista ao Le Monde.
Segundo Stiglitz, “uma parte da direita do Velho Continente alimenta esta histeria em torno da dívida, por forma a atingir o Estado Social. O seu objetivo é simples: reduzir o escopo dos Estados”.
“É muito preocupante. Alimentando essa visão de mundo, a obsessão com a austeridade e a fobia da dívida, a UE está a destruir o seu futuro”, alerta.
“Desigualdades são o resultado de escolhas políticas e não uma fatalidade”
O economista norte americano defendeu que as desigualdades, que, segundo alega, estão na origem da crise do subprime de 2007, “são incompatíveis com o crescimento saudável”.
“As desigualdades são o resultado de escolhas políticas e não uma fatalidade”, referiu o Nobel da Economia.
Defendendo que os países industrializados, e em concreto os EUA, devem investir em inovação, infraestruturas e educação, Stiglitz assinalou que “o endividamento para construir o futuro não é um travão ao crescimento”, sendo que “não fazê-lo é que é um presente envenenado para as gerações futuras”.
O economista lembrou ainda que, “nos EUA, as taxas de juro reais são negativas, e as mesmas são muito baixas na Europa”. “O momento nunca foi tão propício ao investimento”, frisou.
Sobre a suposta “recuperação dos EUA”, Joseph Stiglitz apontou que não passa de “uma miragem”, sendo unicamente sustentada pela queda do dólar e a bolha do mercado de ações.

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Lafazanis: Unidade Popular irá representar o voto OXI (não) na Gŕecia

Terça, 25 de agosto de 2015
Do site ESQUERDA.NET
Ex-ministro da Energia e líder do recém-criado partido Unidade Popular pretende levar às eleições a vontade popular expressa no referendo de 5 de julho contra a austeridade, contra o novo Memorando e a sujeição nacional pela troika.
25 de Agosto, 2015
Lafazanis: Dar expressão ao OXI. Foto de Left.gr (Δολοφονία του Παύλου Φύσσα -Παναγιώτης Λαφαζάνης) [CC BY 3.0 (http://creativecommons.org/licenses/by/3.0)], via Wikimedia Commons
Lafazanis: Dar expressão ao OXI. Foto de Left.gr 
(Δολοφονία του Παύλου Φύσσα -Παναγιώτης Λαφαζάνης) 
[CC BY 3.0 (http://creativecommons.org/licenses/by/3.0)],
via Wikimedia Commons

Panagiotis Lafazanis recebeu nesta segunda-feira do presidente da República o mandato de formar governo, como líder da Unidade Popular, o terceiro maior partido parlamentar, com 25 deputados. A formação do novo partido impediu que esse mandato fosse entregue à Aurora Dourada, de extrema-direita, que antes era o terceiro partido.
Lafazanis recebeu esse mandato de acordo com a Constituição e tem três dias para apresentar um governo ou assumir que não tem condições para o fazer. “Certamente que não temos ilusões de que possa ser formado por este Parlamento um governo com orientação antimemorando, que é o nosso objetivo”, disse Lafazanis. “Mas vamos usar este mandato para demonstrar que aquilo que o país e o povo grego precisam é de um novo Parlamento que se oponha ao Memorando”, esclareceu, ao receber o mandato, anunciando que além das reuniões protocolares com os outros partidos, a Unidade Popular reunir-se-á também com os movimentos sociais e sindicatos.
Cancelamento das privatizações
E foi nesta reunião, ocorrida esta terça-feira, que Lafazanis afirmou que o novo partido é a favor do cancelamento da onda de privatizações do terceiro memorando, “que preveem procedimentos escandalosos e preços de saldo” e convertem o país “numa colônia e num protetorado”.
Lafazanis criticou também em termos muito duros a data de 20 de setembro para as eleições, defendendo que o mais cedo que elas poderiam ser realizadas seria a 27 de setembro, defendendo a Unidade Popular a data de 27 de novembro, para que “o povo possa ter consciência das medidas de austeridade que ainda vão ser adotadas de acordo com o Memorando.

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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Grécia vai para eleições antecipadas após renúncia de Tsipras

Quinta, 20 de agosto de 2015
Do esquerda.net

Eleições deverão ocorrer no dia 20 de setembro. Plataforma de Esquerda do Syriza deverá formar um novo partido, a Unidade Popular. Presidente do Eurogrupo adverte que as eleições podem pôr em risco o programa do terceiro memorando.

21 de Agosto, 2015
Alexis Tsipras:  “o mandato que recebemos no dia 15 de janeiro expirou”
Alexis Tsipras: “o mandato que recebemos no dia 15 de janeiro expirou”
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, anunciou a renúncia ao cargo, abrindo caminho a eleições antecipadas, que provavelmente irão ocorrer no dia 20 de setembro. Num discurso na televisão, Tsipras disse que “o mandato que recebemos no dia 15 de janeiro expirou” e afirmou sentir “a profunda obrigação moral e política de me submeter ao vosso julgamento”, para que o voto dos eleitores “determine se vos representámos com coragem nas conversações com os credores, se este acordo é suficiente para emergirmos da crise”.
A decisão do primeiro-ministro já era esperada, devido à rebelião da ala esquerda do Syriza, com cerca de 1/3 da sua bancada parlamentar do Syriza a recusar-se a votar o 3º resgate, o que deixou a coligação governamental Syriza-Gregos Independentes sem a maioria parlamentar, dependendo do voto dos partidos de oposição para aprovar o 3º memorando com os credores.
Novo partido prestes a ser anunciado
Segundo algumas fontes, a Plataforma de Esquerda, liderada pelo ex-ministro Panagiotis Lafazanis, deverá muito em breve anunciar uma nova formação política que se chamará Unidade Popular e contará também com a participação da atual presidente do Parlamento, Zoe Konstantopoulou, e dirigentes do partido Antarsya, não se sabendo ainda qual será a opção do Movimento dos Cidadãos Ativos do ex-eurodeputado e herói nacional Manolis Glezos.
A Plataforma de Esquerda, liderada pelo ex-ministro Panagiotis Lafazanis, deverá muito em breve anunciar uma nova formação política que se chamará Unidade Popular 
O maior partido de oposição, a Nova Democracia, anunciou que iria usar os três dias que a Constituição lhe confere para tentar formar um governo minoritário. Como é previsível que não consiga, a tarefa ainda passaria para o 3º partido, a Aurora Dourada, a menos que a ala esquerda do Syriza cinda com todos os seus deputados, o que a tornaria a 3ª formação política (segundo o The Guardian, corriam boatos neste sentido) e levaria a que Lafazanis fosse também encarregado de formar governo.
Caso nenhum partido da oposição consiga formar Governo, um executivo interino ficará no poder até à votação, chefiado pela presidente do Supremo, Vasiliki Thanou, que é muito crítica do plano de austeridade.
Moody's diz que eleições põem em risco programa do 3º resgate
As eleições antecipadas provocaram a habitual reação temerosa das autoridades europeias e dos porta-vozes da finança 
As eleições antecipadas provocaram a habitual reação temerosa das autoridades europeias e dos porta-vozes da finança – os chamados “mercados”. O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, apelou à Grécia para que não abandone o seu compromisso com o euro.
A agência de notação Moody's advertiu que Tsipras pôs em risco o programa do 3º resgate com a convocatória das eleições antecipadas. As eleições “podem aumentar as preocupações em torno da implementação do programa e, potencialmente, pôr em risco o pagamento de futuras tranches”, diz um comunicado da agência.

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terça-feira, 18 de agosto de 2015

O diktat da Alemanha

Terça, 18 de agosto de 2015

O diktat da Alemanha, por Ignacio Ramonet*

Ao apresentar às multidões um Tsipras com a corda ao pescoço e uma coroa de espinhos, Merkel, Hollande, Rajoy e os demais pretendiam demonstrar que não existe alternativa à via neoliberal. Criou-se na Europa o status de “novo protetorado” para os Estados que pediram um resgate. Editorial de agosto do Le Monde Diplomatique em espanhol.
17 de Agosto, 2015
Somente nos filmes de terror se podem ver cenas tão sádicas como a que vimos no dia 13 de julho, em Bruxelas, quando o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras – ferido, derrotado, humilhado – teve que acatar em público, cabisbaixo, o diktat da chanceler alemã, Angela Merkel - Foto de Guido Bergmann/Bundesregierung
Somente nos filmes de terror se podem ver cenas tão sádicas como a que vimos no dia 13 de julho, em Bruxelas, quando o primeiro-ministro grego Alexis Tsipras – ferido, derrotado, humilhado – teve que acatar em público, cabisbaixo, o diktat da chanceler alemã, Angela Merkel, renunciando assim ao seu programa de libertação, pelo qual foi eleito, e o qual, precisamente, acabava de ser ratificado pelo seu povo, mediante referendo.
Exibido pelos vencedores como um troféu para as câmaras do mundo, o pobre Tsipras teve que engolir o seu orgulho e tragar também tantos sapos e cobras que o próprio semanário alemão Der Spiegel, compadecido, qualificou a lista de sacrifícios impostos ao povo grego como “um catálogo de horrores”…
Quando a humilhação do líder de um país alcança níveis tão assustadores, a imagem fica para a história, para servir de exemplo às gerações futuras, incitadas a não aceitar nunca mais um tratamento semelhante. Assim chegaram até aos nossos tempos expressões como “passar pelas forcas caudinas”1 ou o célebre “passeio da Canossa”2. O que ocorreu em 13 de julho foi tão enorme e tão absolutamente irreal que talvez esse dia também seja recordado, no futuro da Europa, como o dia do “diktat da Alemanha”.
Perdeu-se definitivamente o controle cidadão em relação a uma série de decisões que determinam a vida das pessoas no quadro da União Europeia (UE) e, sobretudo, no seio da Zona Euro

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Eric Toussaint: "A presidente do Parlamento Grego salvou a honra do Syriza"

Segunda, 17 de agosto de 2015
"A coisa mais séria descoberta pela Comissão da Verdade é clara: toda a dívida reclamada pelos credores da Troika é ilegítima, odiosa, ilegal e insustentável. Não é apenas uma parte dela; é a totalidade da dívida.
Nós estamos em uma situação em que os três partidos à direita que perderam o referendo são aqueles que, juntamente com os credores, estão ditando as leis que o Parlamento deve adotar."
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Entrevista (em 01 de agosto) com Eric Toussaint*, por Fátima Fafatale
Tradução do inglês para o português por Giulia Pierro – original aqui.

“Agora o governo Tsipras tornou-se cúmplice dos credores, em violação dos direitos humanos”, diz Eric Toussaint, coordenador científico da Comissão da Verdade sobre a Dívida Grega, formada sob os auspícios do parlamento grego em abril de 2015. A própria Comissão da Verdade também enfrenta uma possível retirada de apoio. “Nós vamos continuar trabalhando enquanto [Zoe Konstantopoulou] continuar presidente e, mesmo se ela sair, vamos continuar por nossa conta”, diz ele. O cientista político belga propôs alternativas para a “capitulação”. Diagonal perguntou-lhe quais políticos gregos poderiam realizá-las. “Há uma maioria do Comité Central Syriza que se opõe ao acordo e é a favor da implementação de medidas radicais”, disse ele. Toussaint acredita que “uma saída do euro tornou-se uma perspectiva necessária.”
Qual é a sua avaliação da capitulação assinada por Tsipras?
É uma verdadeira capitulação com efeitos devastadores, porque agora o governo Tsipras tornou-se cúmplice dos credores, em violações de direitos humanos. De fevereiro de 2015 até agora não foi esse o caso, porque as leis aprovadas pelo parlamento grego buscavam restabelecer parcialmente esses direitos. É verdade, mesmo que insuficientemente, mas eram leis destinadas a restabelecer os direitos afetados por cinco anos de políticas ditadas pela Troika.
As consequências da capitulação certamente serão sentidas entre o povo grego a partir do outono. Mas desde já pode-se ver de forma muito clara que as leis apresentadas nas noites de 15, 16, 22 e 23 de julho e aprovadas pelo Parlamento foram propostas pelo governo, porém ditadas pelos credores. Elas afetam seriamente os direitos econômicos, sociais, civis e políticos dos cidadãos gregos, é por isso que eu menciono violações dos direitos humanos. Uma das leis aprovadas nas noites de 22 e 23 de julho permite aos bancos organizar a expulsão de famílias que atrasarem o pagamento de suas hipotecas. Na Espanha, você sabe o que isso significa. Essa lei não é tão nefasta quanto a atual lei espanhola, mas tem os propósitos semelhantes…

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Grécia: Novo memorando revê em baixa metas de austeridade

Quarta, 12 de agosto de 2015
O governo grego e os credores chegaram a acordo para o financiamento ao país nos próximos três anos. As metas orçamentais a atingir nos próximos anos baixaram e Atenas acredita que dão espaço para o crescimento da economia. Em dois telefonemas, Merkel ainda tentou travar o acordo.
12 de Agosto, 2015
O acordo prevê que possa regressar a negociação coletiva e as alterações às leis laborais serão feitas em consulta com a OIT.

Segundo a agência ANA-MPA, a chanceler alemã falou com Alexis Tsipras na segunda e na terça-feira, procurando convencer o primeiro-ministro grego da solução de um “acordo-ponte” que garantisse o pagamento das dívidas ao BCE nos próximos meses, prolongando as negociações para o terceiro memorando. Nos contatos que manteve também com Juncker e Hollande, Tsipras recusou sempre essa hipótese, exigindo que fosse cumprida a decisão da cimeira de 12 de julho para um terceiro programa de assistência ao país.
O acordo técnico anunciado na terça-feira terá agora de passar em vários parlamentos de países da zona euro. A começar pelo grego, onde deverá ser votado esta quinta-feira, para no dia seguinte ser discutido no Eurogrupo. A grande diferença em relação às anteriores propostas em cima da mesa é a revisão em baixa das metas de austeridade para os próximos anos na Grécia.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Stiglitz: “Partidos de centro-esquerda acobardaram-se e submetem-se à Alemanha”

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Segunda, 27 de julho de 2015
Para o Prêmio Nobel da Economia não é surpreendente que uma figura anti-austeridade, como Jeremy Corbyn, surja como sério concorrente à liderança do Partido Trabalhista britânico. "Fora da Alemanha a ideia de que a austeridade é prejudicial está muito disseminada. Acho que é a visão correta, entende".
27 de Julho, 2015
As pessoas irão lutar contra as políticas de austeridade, entende o Prémio Nobel.

“Não estou surpreendido de todo que exista uma reivindicação por um forte movimento anti-austeridade em torno do aumento das preocupações com a desigualdade. As promessas do New Labour no Reino Unido e dos Clintonites nos EUA têm sido uma deceção”, afirmou o ex-economista do Banco Mundial e professor na Universidade da Columbia nos EUA.
Joseph Stiglitz entende ser natural que os jovens sejam os defensores mais prováveis da candidatura de Jeremy Corbyn à liderança do Labour por se sentirem mal e estarem desiludidos com a política mainstream.

sábado, 18 de julho de 2015

Os 80 mil milhões de que a Grécia precisa estão na Suíça . . . e são gregos

Sábado, 18 de julho de 2015 
De Carta Maior 
O quantia que gregos sonegaram e esconderam na Suíça supera os 80 bilhões de euros. Alguém ainda acredita que a dívida pública é legal, moral ou legítima?

Carlos Enrique Bayo* Tahir / Flickr
Entre as muitas canalhices que a Troica e o Conselho Europeu cometeram contra a Grécia, talvez a mais cínica foi a de ocultar que todo o dinheiro que os gregos necessitam agora está em paraísos fiscais e foi fruto de evasão fiscal por parte dos magnatas tão apoiados por Merkel e Rajoy. Indo direto ao ponto: o valor que se esconde em contas na Suíça supera os 80 bilhões de euros –precisamente, a quantidade que se negocia agora para um terceiro resgate grego –, segundo os especialistas consultados pelo programa Rundschau (Panorama) da radiotelevisão suíça (SRF).

quinta-feira, 16 de julho de 2015

Zoe Konstantopoulou e Maria Lucia Fattorelli contra a austeridade e o Sistema da Dívida

Quinta, 16 de julho de 2015

Da Auditoria Cidadã da Dívida

Nesta semana Zoe Konstantopoulou enviou uma linda carta ao Parlamento Grego e ao povo grego, colocando-se contra o programa de austeridade aprovado (antes que ele tivesse ido a votação), e a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, por sua vez, mandou uma carta a Zoe, em resposta, dando total apoio à luta do povo grego contra a austeridade e o Sistema da Dívida.
Leia as cartas a seguir (ambas traduzidas ao português).
Zoe Konstantopoulou
Não ao Memorando de Servidão
Eis o discurso proferido no início da manhã de 11 de julho por Zoe Konstantopoulou, presidente do parlamento grego, sobre a questão da proposta do governo para as instituições credoras:
Senhoras e senhores,
Em momentos como este temos de agir e falar com sinceridade obrigatória e ousadia política. Devemos assumir a responsabilidade que cabe a todos e a cada um de nós.
Temos de defender, de acordo com os ditames de nossa consciência, as coisas que são sagradas, atemporais e não negociáveis, as leis e os direitos do povo e da sociedade. Devemos guardar o legado daqueles que deram suas vidas e sua liberdade para que possamos viver como pessoas livres hoje. Devemos preservar a herança dos jovens e das gerações futuras, da civilização humana. [Devemos preservar], além disto, os valores inalienáveis ​​que definem e animam nossa existência pessoal e coletiva.
Como cada pessoa escolhe e decide agir pode ser diferente, e ninguém tem o direito de banalizar decisões que surgem a partir de um processo e julgamento existencial, para repreendê-las, ou explorá-las para consumo político.
Todos e cada um de nós somos julgados e devemos ser julgados por nossas posições e nossas decisões, por nosso Sim e por nosso Não, por nossas ações e omissões, pelos nossos compromissos e as nossas respostas, pela nossa dedicação e abnegação.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Crise na Grécia: Contrária a acordo, vice-ministra das Finanças pede demissão

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Quarta, 15 de julho de 2015
Da Agência Lusa / Agência Brasil
A vice-ministra grega das Finanças, Nadia Valavani, apresentou hoje (15) carta de demissão enviada ao primeiro-ministro, na qual afirma que o acordo assinado na segunda-feira (13) de manhã com os credores "não é viável".
"Não vou votar a favor do projeto de lei [que adota o acordo com os credores] e penso que não posso ficar no governo votando contra", disse Valavani, deputada do partido Syriza, em declarações citadas por agências internacionais.
Na carta que enviou ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a agora ex-governante explica que considera que o acordo foi, na verdade, "uma solução imposta à Grécia" e que o próprio desenho do pacote de reformas "não é viável".
A demissão surge na sequência do acordo assinado na segunda-feira de manhã entre a Grécia e os credores internacionais, depois de um fim de semana de intensas negociações em Bruxelas.
No princípio da semana, o próprio primeiro-ministro tinha previsto divisões dentro do seu próprio partido e chegou a dizer que iria confiar na oposição para aprovar o novo pacote de austeridade, em troca de apoio financeiro para fazer face a compromissos de curto prazo, entre os quais, o pagamento de 3,5 bilhões de euros ao Banco Central Europeu já na segunda-feira.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Varoufakis abre o livro: “Você até tem razão, mas vamos esmagar-vos à mesma”

Segunda, 13 de julho de 2015
Na primeira entrevista após deixar o Ministério das Finanças, Varoufakis revela que defendeu a emissão de moeda alternativa como resposta à asfixia dos bancos, fala da “completa falta de escrúpulos democráticos por parte dos supostos defensores da democracia na Europa” e acusa os governos de Portugal e Espanha se serem “os mais enérgicos inimigos do nosso governo”. #ThisIsACoup
Varoufakis sobre o Eurogrupo: “Aquilo é como uma orquestra bem afinada e Schäuble é o maestro. Tudo segue a sua pauta”
 
“Desde o início, esses países [os mais endividados] deixaram bem claro que eram os mais enérgicos inimigos do nosso governo(…). E claro que a razão era que o seu maior pesadelo era o nosso sucesso: se conseguíssemos um acordo melhor para a Grécia, isso iria obliterá-los politicamente, teriam de responder aos seus povos porque não tinham negociado como nós fizemos”, responde Varoufakis na entrevista à New Statesman.

domingo, 12 de julho de 2015

Stiglitz: É “inconcebível” exigir mais austeridade à Grécia

Domingo, 12 de julho de 2015
Deu em ESQUERDA.NET
O destacado economista e Prémio Nobel, Joseph Stiglitz, criticou este domingo a Alemanha por demonstrar “falta de humanidade” com um país tão endividado como a Grécia e alerta que expulsão do país da zona euro provocará “danos muito muito profundos”.

O “plano Grexit” da Alemanha [saída da Grécia da Zona do Euro]

Domingo, 12 de julho de 2015
O plano de Wolfgang Schäuble de expulsão da Grécia do euro impõe que o país entregue bens no valor de 50 mil milhões a um fundo para abater a dívida, sob a ameaça de mandar a Grécia para um “intervalo da zona euro” pelo menos até 2021. Aparentemente tem a cobertura de Angela Merkel e do vice-chanceler Sigmar Gabriel, líder do SPD.
O plano de Wolfgang Schäuble de expulsão da Grécia do euro impõe que o país entregue bens no valor de 50 mil milhões a um fundo para abater a dívida

O infoGrécia traduziu o documento oficioso da Alemanha que circulou pelos jornalistas ainda durante a reunião do Eurogrupo. Wolfgang Schäuble, aparentemente com a cobertura de Angela Merkel e do vice-chanceler Sigmar Gabriel, sugere que a Grécia entregue bens no valor de 50 mil milhões a um fundo para abater a dívida, ao mesmo tempo que nomeia a Comissão para “despolitizar” a administração grega, ao estilo colonial. A alternativa de Berlim era mandar a Grécia para um “intervalo da zona euro” pelo menos até 2021.

A 9 de julho, a Grécia apresentou uma lista de propostas. Estas propostas basearam-se e até ficam aquém do último memorando preparado pela Troika para concluir a avaliação no âmbito do Fundo Europeu de Estabilização Financeira. Mas a Grécia não conseguiu concluir a revisão.

A essas propostas faltam várias áreas de reformas da maior importância para modernizar o país, para estimular o crescimento económico e o desenvolvimento sustentável a longo prazo. Entre elas, a reforma do mercado laboral, a reforma do setor público, privatizações, setor bancário, reformas estruturais, não são suficientes.

É por isto que essas propostas não podem construir as bases para um programa do Mecanismo de Estabilidade Europeu a três anos, como é pedido pela Grécia. Precisamos de uma solução melhor e sustentável, mantendo o FMI a bordo. Agora há dois caminhos:

1. As autoridades gregas melhoram as suas propostas rapidamente e significativamente, com inteiro apoio do seu parlamento. Os melhoramentos devem reconstruir a confiança, assegurar a sustentabilidade da dívida à partida e a implementação bem sucedida do programa – de forma a assegurar o regresso aos mercados após completar o programa. Esses melhoramentos incluem:

a) transferência de bens valiosos da Grécia no valor de 50 mil milhões de euros para um fundo, como o Instituto para o Crescimento no Luxemburgo, para serem privatizados ao longo do tempo e reduzirem a dívida; b) reforço das capacidades e despolitização das tarefas administrativas da Grécia sob os auspícios da Comissão para a implementação adequada do programa; c) cortes de despesa automáticos em caso de falhar as metas do défice.

Ao mesmo tempo, um conjunto de elementos de financiamento teria de ser posto em prática para cobrir o intervalo até se proceder ao primeiro pagamento ao abrigo deste programa melhorado. Isto significa que o risco de não concluir um novo programa do MEE deve recair sobre a Grécia, não sobre os países da zona euro.

2. No caso de a sustentabilidade da dívida e a perspectiva de uma implementação credível não poderem ser asseguradas à partida, deve propor-se à Grécia negociações céleres para um tempo de intervalo fora da zona euro, com possível reestruturação da dívida, se necessário, num formato do tipo Clube de Paris, durante pelo menos os próximos cinco anos. Só este caminho pode permitir uma reestruturação da dívida suficiente, que não seria compatível com a pertença a uma união monetária (Art. 125 do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia).

Esta solução de intervalo deve ser acompanhada pelo apoio à Grécia enquanto Estado-membro da UE e do povo grego com medidas geradoras de crescimento, assistência humanitária e técnica durante os próximos anos. A solução de intervalo deve também ser acompanhada pela simplificação de todos os pilares da União Económica e Monetária e medidas concretas para a governança da zona euro.

Artigo publicado em infogrecia.net 

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sábado, 11 de julho de 2015

Varoufakis: “Schäuble quer ver a Grécia expulsa do euro”

Sábado, 11 de julho de 2015
Do ESQUERDA.NET
Num artigo publicado no Guardian, o ex-ministro das Finanças grego diz que a Alemanha não aceita a reestruturação da dívida porque o plano de Wolfgang Schäuble é usar o “Grexit” como meio para “disciplinar a zona euro e a França”.
“Subitamente, uma dívida grega permanentemente insustentável, sem a qual desapareceria o risco de Grexit, ganhou uma nova utilidade para Schäuble”, defende Varoufakis.
Para Varoufakis, o “Grexit” tornou-se “ora o desfecho preferido ou a arma escolhida contra o nosso governo” pela larga maioria do Eurogrupo, “sob a tutela de Schäuble”. “Pela minha experiência nos cinco meses de negociação, a minha convicção é que o ministro das Finanças alemão quer ver a Grécia ser expulsa da moeda única para atemorizar os franceses e fazê-los aceitar o seu modelo de uma zona euro disciplinadora”, concluindo que a dívida insustentável da Grécia serve o interesse do ministro alemão.

Dias antes do referendo e da sua demissão, Varoufakis chegou a prometer que cortaria um braço para não assinar um acordo que não previsse a reestruturação da dívida. E volta a defender neste artigo que tal medida é essencial para o sucesso das reformas na Grécia.