Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Precisamos discutir o Brasil

Sexta, 18 de agosto de 2023

Precisamos discutir o Brasil

Roberto Amaral*

Ao anunciar o novo Pacto de Aceleração do Crescimento – PAC, que a rigor consiste, tão só, numa tentativa de recuperação do atraso, porque crescimento não há por registrar, o presidente Lula marcou a data (11 de agosto) como a do início de seu terceiro governo, ainda condicionado, tanto na sua composição quanto no conteúdo programático, pelas negociações em curso. O ministério de hoje é sabidamente pro tempore, e o PAC anunciado, nada obstante a liderança política e moral do presidente, será conduzido por cabeças ainda não coroadas. Que os deuses do Olimpo zelem por nós.

Uma maior privatização dos recursos públicos é o preço que essa entidade chamada Centrão cobra, às escâncaras, para apoiar um governo sem sustentação parlamentar própria, a fôrma deste mostrengo em que se transformou o falecido “presidencialismo de coalizão”: um inviável regime no qual a Câmara dos Deputados, um Moloch insaciável, tem mais poder que o Executivo. A crise logo transbordará da política para a institucionalidade, porque os maus ventos sempre anunciam tempestades.

Respeitadas as circunstâncias, que normalmente frustram os sonhos, há, porém, o que celebrar. Refiro-me à resistência do presidente, desafiado a todo tempo em sua habilidade política e testado em sua fidelidade ao projeto que o levou das greves dos Metalúrgicos do ABC ao Palácio do Planalto, já pela terceira vez – fato inédito nesta República oligárquica. Mas me refiro de igual modo ao PAC em si, sem ainda discutir seu escopo, ao fim e ao cabo um programa de governo de cerca de quatro anos, a que não revelou apreço a chamada grande mídia. Registro que este terceiro governo Lula, em seu sétimo mês, começa pelo bom início, que é a recuperação do planejamento como instrumento de gestão. O que não é pouca coisa, nas condições presentes, mas não é nada demais, tendo em vista que até mesmo a ditadura castrense adotou esse modelo por anos a fio.

Eis um indicador do nosso atraso.

Com o novo PAC, que esperamos possa ter o sucesso negado aos seus antecessores, retomamos a boa tradição do Estado indutor do desenvolvimento, que conhecemos principalmente na saga varguista, que FHC jurou erradicar. Se não chegarmos a assentar as bases de um Estado socialmente e economicamente democrático, que não deveria ser historicamente tão custoso — e hoje, para nós brasileiros, tão distante —, aspiremos ao mínimo oferecido pela história do presente, a saber, a ablação do neoliberalismo associado ao autoritarismo, essa degradação de que a soberania popular nos livrou em outubro de 2022, sem ainda nos poder livrar da preeminência da caserna, que nos malsina a República desde o nascedouro.

O conservadorismo mais rés-do-chão se irmana ao cobiçoso Centrão, transformando o poder legislativo num colegiado reacionário, refratário a qualquer sorte de mudança nas estruturas arcaicas do poder, de que são produto. Os “grotões” do atraso habitam a Faria Lima e os quartéis e dão ordens ao Brasil, diretamente nos gabinetes do poder (em todas as suas instâncias), ou por intermédio dos grandes meios de comunicação, seu aparelho ideológico de dominação.

Por isso mesmo, no Brasil que passa fome, não se discute o Brasil, não se discute que sociedade temos, nem muito menos que sociedade precisamos ter. O que deveria ser o debate nacional cede espaço ao império da irrelevância; a futilidade como projeto expele a informação. Este quadro, contudo, não é suficiente para explicar o conservadorismo larvar da sociedade brasileira, pois é apenas um elemento, certamente não decisivo, na teia histórico-sociológica que costura nossa formação: seremos sempre filhos da casa-grande e da senzala se não reagirmos ao desafio, ou seja, se continuarmos nos omitindo do debate.

E as esquerdas em tudo isso?

Se as disputas eleitorais são necessárias, e devemos enfrentá-las com o melhor das nossas forças, é também preciso ter claro que, no sistema do capital, o domínio da burguesia é tão sólido que, como alertou Lenin, a mera troca de agentes — de pessoas ou partidos — não abole esse poder. Ou seja, é falsa crença de que a vitória nas urnas, por si só, assegura que a vontade da maioria seja posta em prática, e priorizadas as suas necessidades. As comprovações disso abundam no cotidiano brasileiro, e talvez não haja melhor exemplo do que a tranquilidade com que o grande capital encara a periódica substituição de seis por meia dúzia, a cada pleito, no comando da economia nacional.

Em ocasiões extremas a ordem democrática permite a ascensão de um “estranho no ninho”, mas se lhe cede a governança vigiada ou compartilhada, não lhe permite o exercício do poder. Quando esse limite é intentado, a resposta é a de sempre: golpe de Estado

Eis por que a educação política e a organização popular são a chave para qualquer projeto de esquerda — algo que as forças reacionárias, ao menos elas, não se permitem ignorar.

Voltando: o PAC parece ser uma obra bem engendrada, mas jamais será um projeto com o qual o povo (aquele que dá suporte real a Lula) possa se identificar, pois não lhe pertence. Chamado às ruas para defendê-lo, ficará em casa. Porque simplesmente não foi ouvido nem chamado ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde, em noite de gala, o Pacto foi apresentado a uma plateia seleta. Por enquanto é um belo texto, certamente será publicado no Diário Oficial, mas será sempre simplesmente isso: um documento elaborado por técnicos competentes e bem-intencionados. Nada mais. É pouco para um país recentemente assolado pelo assalto da direita protofascista, com inegável apoio popular. Será um engano, certamente letal, suporem as esquerdas que os desafios foram eliminados com as difíceis eleição e posse do presidente Lula. Jamais esquecer que muitas vezes águas passadas movem moinhos. Aos incréus sugiro uma mirada em nosso entorno sul-americano, começando por Colômbia, Argentina e a tragédia peruana.

Contra o repouso do guerreiro em plena guerra, sugiro o combate permanente: nos termos de hoje é a batalha ideológica, fundamental para a conquista da sociedade e para a sustentação do governo Lula. Com o PAC, Lula nos promete a retomada do desenvolvimento, e associa o progresso ao combate à megera miséria, filha primogênita da obscena concentração de renda: segundo o IBGE, a renda do 1% de brasileiros mais ricos é 33 vezes superior à renda da metade mais pobre da população.

Que tal irmos mais adiante e fazermos deste país uma grande ágora, promovendo o debate livre e o livre pensar em todos os cantos e a propósito de tudo e de qualquer coisa? Este é o bom momento de o presidente abrir o diálogo nacional, pôr o país a pensar seus problemas e suas soluções com a sociedade. Perdida esta oportunidade (muitas já foram desperdiçadas), podemos ter segurança de que a História nos absolverá? Apostamos todas as fichas da esperança na coragem de Lula, líder e estadista, aquele que vê mais longe que seus acompanhantes de caminhada. O desafio é passar o país a limpo, como reclamava Darcy Ribeiro, usando a reflexão, o livre pensar, o indagar, o questionar, como ferramenta pedagógica. Estimular as dúvidas, e contar que o povo encontrará respostas. Discutir o país. Por que ele é desse jeito? Ao debater a vida nacional e a vida em seu bairro, em sua cidade, o transporte, a violência, o desemprego, a escola, o sistema político... o povo, sozinho, sem o concurso de instrutores ou conselheiros, compreenderá que nem a pobreza nem a riqueza são fenômenos naturais. A partir desse momento ele conquistará a liberdade que a sociedade de classes lhe nega, e se transformará em cidadão. Sujeito ativo, se transformará em agente do processo histórico.

Um ensaio pode ser trabalhar o PAC como um projeto político, recordando o entusiasmo e a confiança que levaram o antigo PT a implantar o orçamento participativo, hoje uma saudosa lembrança.

***


Aula Magna – Assim foi definida, por muitos (defensores ou não da justiça social), a participação de João Pedro Stédile na farsesca “CPI do MST”, que vai se extinguindo na Câmara dos Deputados. Como o inquérito carece da necessária definição de objeto, a reunião da última terça-feira deu ao líder do MST uma oportunidade — rara — de falar ao grande público, com fineza e acuidade, sobre modelo agrário, relações de produção, sociedade de classes e outros temas que domina com brilhantismo, para o espanto de uma meia dúzia de beócios (a começar pelo presidente e o relator do colegiado) que avaliaram poder acuá-lo. Um dos pontos que a aula de Stédile nos deixa para reflexão é a reprodução do modelo agroexportador colonial — que produzia riqueza sem desenvolver o país — no agronegócio que aí está, cantado em verso e prosa pelo aparelho ideológico do grande capital. Outro é o riquíssimo exemplo, de confiança e aposta na capacidade de auto-organização do nosso povo, que o MST e outros movimentos sociais oferecem às esquerdas brasileiras. Há de ser por isso que são tão temidos e odiados. Oxalá essa Aula Magna ecoe nos gabinetes de nossos e nossas parlamentares e diga algo aos partidos que confundem tática com estratégia.



* Com a colaboração de Pedro Amaral

quarta-feira, 6 de maio de 2015

É o NPAC: MP vai proibir a fabricação de todo tipo de panela de metal no Brasil. E obrigar o brasileiro a trocar as suas por panelas de barro

Quarta, 6 de maio de 2015
Isso é o que determina Medida Provisória a ser assinada nos próximo dias pela presidente Dilma, até por exigência de Lua. A troca das panelas de metal por de barro será totalmente financiada pelo BNDES e fará parte do Programa ‘NPAC’ (Nada de pac, pac, pac, na hora dos discursos de Dilma e de Lula na TV.

A notícia não é verdadeira, mas que parece, parece.

domingo, 25 de maio de 2014

Atraso em seis obras do PAC provoca perda de R$ 28 bilhões

Domingo, 25 de maio de 2014

Estudo da CNI leva em conta os benefícios que deixaram de ser gerados para o País com o não cumprimento dos prazos das obras

 

Lu Aiko Otta / Brasília - O Estado de S.Paulo
A demora do governo em concluir no prazo obras de infraestrutura incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) causou um prejuízo de R$ 28 bilhões à sociedade, apenas num grupo de seis projetos analisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O valor é próximo ao que se estima gastar na realização da Copa.
 
O estudo procura medir os benefícios que deixaram de ser gerados para o País apenas pela demora. Leva em conta, por exemplo, o que poderia ter sido a produção agropecuária no Nordeste, caso a transposição do São Francisco tivesse ficado pronta no prazo fixado pelo governo. Ou as receitas de exportação de minérios e grãos que deixaram de ocorrer pelo atraso na construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol).
 
Leia a íntegra em:
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,atraso-em-seis-obras-do-pac-provoca-perda-de-r-28-bilhoes,185889,0.htm
 

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

CPMI do Cachoeira aprova envio de documentos e quebras de sigilo ao Ministério Público

Terça, 18 de dezembro de 2012
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira aprovou por unanimidade requerimento do relator, deputado Odair Cunha (PT-MG), que prevê a remessa dos documentos recolhidos durante a investigação para o Ministério Público Federal de Goiás e para a Procuradoria Geral da República.

O requerimento foi o primeiro item da pauta por sugestão do deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS). Ele afirmou que o material dará ao Ministério Público condições de aprofundar a investigação, muito além do que foi a Polícia Federal nas operações Vegas e Monte Carlo. "É um volume de informações impressionante", disse Lorenzoni. O deputado afirmou ainda que, apesar das disputas políticas, reconhece que o relator cumpriu o trabalho que foi delegado a ele.

O senador Pedro Taques (PDT-MT) afirmou que essa sugestão é o melhor caminho que se pode chegar no momento. Para ele, o ideal seria a prorrogação dos trabalhos, mas essa proposta foi rejeitada.

A reunião está sendo realizada na sala 2 da ala Nilo Coelho, do Senado.
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CPMI decide votar primeiro o relatório oficial

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), decidiu não colocar em votação os votos em separado antes da votação do texto do relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). Segundo ele, essa inversão não é permitida pelo regimento.

O deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF) havia apresentado ainda requerimento de preferência para que seu relatório fosse votado antes do texto do relator. O relatório de Pitiman, que tem apenas uma página e meia, não cita nenhum nome de investigdo, critica o trabalho da comissão e diz que deve ser feita pelo Ministério Público Federal e pela Polícia Federal.
Ele sugere ainda a criação de uma comissão de deputados e senadores para acompanhar as investigações. Seu relatório, segundo o ele, o deixa com a consciência tranquila por não ter condenado inocentes nem absolvido culpados.

A reunião está sendo realizada na sala 2 da ala Nilo Coelho, do Senado.

Fonte: Agência Câmara

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Cachoeira atrás das grades novamente

Sexta, 7 de dezembro de 2012

Polícia Federal prende Carlinhos Cachoeira em Goiânia

O contraventor Carlinhos Cachoeira foi condenado a 39 anos de prisão pelos crimes de peculato, corrupção, violação de sigilo e formação de quadrilha. Com a publicação da sentença, ele voltou a ser preso novamente na tarde desta sexta-feira (7), em Goiânia. O mandado de prisão foi expedido pelo juiz da 11ª Vara Federal, Alderico Rocha Santos. Ao G1, Alderico informou que reavaliou a necessidade da prisão preventiva do contraventor. ...
 
Até então, Cachoeira havia permanecia em liberdade desde determinação da Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) no começo deste mês.
 
Cachoeira estava em casa quando foi surpreendido pela prisão, por volta das 13h. Ele foi levado para a Polícia Federal, em Goiânia. O advogado dele, Nabor Bulhões, que está em Brasília e que vai apurar o motivo da prisão antes de se pronunciar.

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Pedido do Gama Livre: Fala, Cachoeira. Bota toda a água rio abaixo. Rompa o silêncio e entregue todos.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Relatório final da CPMI do Cachoeira será votado na quarta-feira

Quinta, 29 de novembro de 2012
                                                                        Imagem da internet

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Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

A Comissão Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira marcou para a próxima quarta-feira (5) a discussão e votação do relatório final dos trabalhos apresentado ontem (28) pelo deputado Odair Cunha (PT-MG). Para viabilizar a leitura do seu parecer depois de duas tentativas frustradas, o petista retirou do texto os pedidos de investigação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e de jornalistas.

Ontem, em reunião tumultuada, Odair Cunha fez a leitura de um resumo do seu relatório com aproximadamente 80 páginas. A íntegra do parecer final tem mais de 5 mil páginas.

Ao todo, o petista sugere o indiciamento de 29 pessoas, entre as quais o bicheiro Carlinhos Cachoeira, além de pedir a abertura de inquérito por crime de responsabilidade contra 12 pessoas. Nesse grupo, está o governador de Goiás, Marconi Perillo, o ex-senador Demóstenes Torres e o prefeito de Palmas, Raul Filho.

Se aprovado pela comissão, o relatório final será encaminhado à Procuradoria-Geral da República.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Procurador Geral da República recebe representação pela continuidade das investigações do caso Cachoeira

Quinta, 22 de novembro de 2012
Do MPF

Parlamentares recorrem ao MPF para que as investigações realizadas pela Comissão Mista Parlamentar de Inquérito sejam aprofundadas

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, recebeu nesta quinta-feira, 22 de novembro, deputados e senadores integrantes da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga indícios de crimes nas relações de Carlos Cachoeira com agentes públicos e privados. Os senadores Pedro Simon (PMDB/RS), Randolfe Rodrigues (PSOL/AP) e Pedro Taques (PDT/MT) e os deputados Rubens Bueno (PPS/PR) e Ônix Lorenzoni (DEM/RS) entregaram a Roberto Gurgel uma representação em que pedem a continuidade das investigações sobre o caso.

A representação é uma reação dos parlamentares ao relatório da CPMI elaborado pelo relator, deputado Odair Cunha (PT-MG). No documento, que foi entregue aos parlamentares nesta quarta-feira, 21 de novembro, é proposto o indiciamento de 34 pessoas, além da reponsabilização criminal de outras 12 que possuem foro por prerrogativa de função. O relatório pede, ainda, investigações sobre a atuação do procurador-geral da República em relação à investigação que resultou na Operação Vegas, deflagrada pela Polícia Federal. O relatório ainda não é oficial, pois depende de leitura no plenário da Comissão, o que está previsto para ocorrer na próxima semana.

Ao receber dos parlamentares a representação, o procurador-geral da República afirmou que o documento será examinado especialmente em relação à possível relação de seu conteúdo com os fatos que já estão sendo objeto de apuração pelo MPF, especialmente perante a Justiça Federal em Goiás. Gurgel comentou, ainda, a estratégia de investigação adotada pelo MPF, a qual revelou-se bem sucedida. O procurador-geral da República ressaltou que, à época da Operação Vegas, “o quadro que veio ao Ministério Público era diminuto, limitado essencialmente à questão do jogo em Goiás. Mas era perceptível que a investigação era promissora e, por isso mesmo, houve aquele sobrestamento no sentido de permitir que as investigações pudessem ser aprofundadas”. Em seguida, foi deflagrada a Operação Saint Michel, que, conforme declarou Roberto Gurgel, baseou-se em “indícios de crimes de uma amplitude imensamente maior do que aquela daquele momento inicial”.

O senador Pedro Simon declarou que a representação manifesta a desconformidade de parlamentares com o relatório-geral apresentado na CMPI. Ele elogiou os elementos colhidos pelo MPF que chegaram para análise dos parlamentares. “O trabalho que foi levado para o Congresso Nacional pela Procuradoria foi de primeira grandeza. Lá estava provado o nome e a história dos corruptores. Não precisava à CPI fazer demonstrações. Era só pegar o que recebeu e aprofundar. E infelizmente a maioria resolveu esconder, resolveu arquivar”, lamentou o senador. A posição de Pedro Simon é compartilhada pelo senador Pedro Tacques, para quem “a CPMI poderia ter investigado mais”. Na análise de Tacques, “em razão de questões político-partidárias, a CPI não avançou”. Ele advertiu que “a CPI não pode ser um instrumento de perseguições políticas, não pode ser um instrumento de vingança”.

Já o senador Randolfe Rodrigues lembrou o início das investigações do MPF que levaram à instauração da CPMI do Cachoeira, como ficou conhecida a investigação parlamentar. “Nós estamos aqui trazendo a investigação para onde ela começou. E é a essa instituição, o Ministério Público Federal, que tem o dever constitucional de defender a República, de defender a sociedade”, asseverou Randolfe. Ele afirmou ainda considerar que o relatório apresentado pelo deputado Odair Cunha “agride aquele que foi responsável por iniciar o procedimento de investigação. É um relatório retaliatório. É um relatório que busca fazer represália pelo fato de a Procuradoria Geral da República ter cumprido o seu dever que a Constituição impõe”.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Independentes criticam relatório da CPI do Cachoeira e apresentam documento paralelo

Quarta, 21 de novembro de 2012
Ivan Richard e Karine Melo
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – Insatisfeitos com o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as atividades do grupo do contraventor e empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, parlamentares que se dizem independentes informaram que vão protocolar nesta tarde representação na Procuradoria-Geral da República. No documento, que é uma espécie de relatório paralelo, os parlamentares pedem a quebra de sigilo de empresas fantasmas que teriam recebido dinheiro da Construtora Delta e a abertura de investigação contra os governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e do Tocantins, Siqueira Campos.

O relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG), posto à diposição dos integrantes da CPMI na madrugada de hoje (21), nem chegou a ser discutido e já é alvo de críticas. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) reagiu à parte do texto em que o relator recomenda que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, seja investigado pelo Conselho Nacional do Ministério Público por ter suspendido “sem justificativa” as investigações da Operação Vegas da Polícia Federal, que apontou indícios de ligações de Cachoeira com parlamentares.

Segundo o senador, tudo começou por causa de um trabalho do Ministério Público Federal. “Houve uma disputa interna no PT sobre quem seria indiciado e prevaleceu a pior versão, que é abrir investigação contra o representante da principal instituição que iniciou a investigação. É uma inversão de valores. É trazer para o lume da investigação o investigador. Isso desvirtua o que é central, a empreiteira Delta”, afirmou Randolfe.

O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR). ressaltou que, como o governo tem maioria na CPMI, é certo que o relatório será aprovado do jeito que está. “As cartas estão marcadas e não dá para gerar falsas expectativas. É um relatório insuficiente, porque não alcança o essencial, aquilo que deveria ser investigado.

Para Dias, a CPMI “ mais escondeu que revelou” e apenas compilou o trabalho da Polícia Federal para encaminhar ao Ministério Público. “A missão da CPI seria investigar aquilo que não foi investigado pela Policia Federal e pelo Ministério Público. A matriz desse escândalo de corrupção é a Delta. Cachoeira foi coadjuvante.”

O relator aceita fazer mudanças no relatório. “O relatório é da comissão. Não queremos fazer nenhum cavalo de batalha. O que fiz foi apresentar minhas convicções sobre as pessoas que se envolveram com a organização criminosa e dela participaram”, explicou Odair Cunha. Ao sugerir o indiciamento de 46 pessoas que se envolveram com o esquema montado por Cachoeira, o relator destacou que individualizou a  conduta de todas as pessoas envolvidas com o grupo.

“Precisamos fazer um acordo de procedimento para viabilizar a discussão, votação e aprovação do nosso relatório. É natural que, em um relatório de 5 mil páginas, tenhamos muitas dúvidas e questionamentos”, disse Odair Cunha. Sobre o pedido de investigação do governador de Goiás, Marconi Perillo, Cunha destacou que ele precisa esclarecer sua ligação com o grupo de Cachoeira. “ Por que ele se envolveu tão intimamente com a organização criminosa, deixou que ela tomasse conta de parte importante do seu governo? Não temos culpa de ele ter se relacionado com essa organização.”

Quanto às críticas por ter deixado fora do relatório os governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e do Rio de Janeiro, Ségio Cabral, o relator respondeu: “Não investigamos, em nenhum momento, o governador do Rio de Janeiro. Investigamos, sim, as incursões da organização criminosa no Distrito Federal e não restaram provadas, em nenhum momento, vinculações do governador Agnelo Queiroz com o empresário Carlos Cachoeira.”

Relator da CPMI do Cachoeira pede indiciamento de 46 pessoas

Quarta, 21 de novembro de 2012
Assista pela TV Senado a pizza da CPI do Cachoeira, clicando aqui.
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a relação do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, com agentes públicos e privados analisa em instantes o relatório final com mais de 5.100 páginas do deputado Odair Cunha (PT-MG). O texto já está disponível no site da comissão.

O relatório final sugere o indiciamento de 46 pessoas, dentre elas o governador de Goiás, Marconi Perillo, do PSDB; o ex-presidente da Delta Construções, Fernando Cavendish; o deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO) e o prefeito de Palmas, Raul Filho, do PT.

Cunha recomenda que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, seja investigado por não ter dado prosseguimento às investigações da Operação Vegas, da Policia Federal. O chefe da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior, e outros quatro jornalistas - a maioria de Goiás - também tiveram o pedido de indiciamento incluído no relatório.

Projetos de Lei
 
O relator sugere a apresentação de oito projetos de lei a partir das investigações. As propostas tratam dos seguintes temas:
- criminalização de jogos de azar;
- tipificação de organizações criminosas;
- alteração prazos prescricionais;
- alteração da atuação do Conselho Nacional do Ministério Público (ampliação de atuação frente ao Supremo Tribunal Federal);
- utilização de pessoa interposta (“laranja”);
- alteração na Lei de Improbidade Administrativa;
- criação do Cadastro Nacional de Dados;
- alteração da fiscalização de empresas de factoring.

Cachoeira

 
Hoje de madrugada, o personagem principal da CPMI, Carlinhos Cachoeira, foi solto do presídio da Papuda, em Brasília, onde estava preso desde fevereiro.

Ele ganhou alvará de soltura após ser condenado, ontem, pela Justiça do Distrito Federal a cinco anos de prisão em regime semiaberto, pelos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influencia. Cachoeira também vai ter que pagar mais de R$ 150 mil em multa. Essa condenação se refere à operação Saint Michel da Polícia Civil do DF, que investigou a tentativa de fraude na licitação do sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público local.

Essa foi a primeira condenação do contraventor desde que surgiram as denúncias de corrupção.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Daniella Cronemberger


Fonte:  Agência Câmara de Notícias

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

A pizza servida pelo governo

Quinta, 1 de novembro de 2012
E a CPI do Cachoeira, que deveria ser a CPI da Delta e do Pac, acabou em pizza. Mesmo após um monte de suspeitas envolvendo a construtora, seus laranjas e figurões da política nacional —na realidade por isso mesmo—  a CPI está sendo levada somente por mais 48 dias. E o pior, não vai quebrar novos sigilos. O governo Dilma e sua base parlamentar conseguiu hoje (1/11) impedir a prorrogação por mais 180 dias. Esta é mais uma CPI que o governo da faxineira enterra.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Relator: trabalhos da CPI devem ser prorrogados por 48 dias

Quarta, 31 de outubro de 2012
Da Agência Senado
Anderson Vieira
O relator da CPI do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG), informou há pouco que já obteve o número de assinaturas necessárias para prorrogar os trabalhos da comissão por 48 dias. O parlamentar disse que o documento foi protocolado no início da tarde na Mesa do Congresso e já pode ser lido no Plenário.

Os defensores de uma prorrogação maior das atividades da comissão - por até 180 dias - já informaram não terem esperanças de conseguirem o apoio necessário. Para que a CPI não seja encerrada no próximo dia 4 de novembro, é preciso o apoio de pelo menos 27 senadores e de 171 deputados.

A reunião administrativa da CPI mista desta quarta-feira (31) foi encerrada pouco depois das 12h, com a aprovação do pedido de adiamento da votação de mais de 500 requerimentos previstos na pauta, o que provocou a revolta de alguns parlamentares, defensores de novas quebras de sigilos de empresas ligadas à construtora Delta.

A próxima reunião da CPI será na próxima semana, em dia ainda a ser definido pelo presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).
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Sem máscara


Miro Teixeira: a palavra final

Depois de se esgueirar, fazer rodeios, mudar o discurso e esgotar a utilidade dos holofotes e câmeras que acompanhavam as sessões, hoje, enfim, a base aliada deu o tapa na mesa e deixou claro: ninguém quer a continuidade da CPI do Cachoeira. Não houve acordo.
O motivo é simples: há na lista dos pedidos de quebra de sigilo pelo menos doze empresas que apresentam risco a governos de PT e PMDB. Por razões matemáticas, sem essas duas bancadas, não há o que ande no Congresso. Miro Teixeira saiu da reunião suando:
- O que irrita é a demagogia. Há a versão para a plateia e outra a portas fechadas. Quando liga a luz da câmera, todos dançam cancan, jogando as perninhas feito prostitutas e defendendo a prorrogação. Na reunião, a conversa é outra, inclusive por parte da oposição.
Fonte: 
Lauro Jardim - Radar on-line Veja

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

PAC tem R$ 15 bilhões parados em 2012

Segunda, 22 de outubro de 2012
Dyelle Menezes
Do Contas Abertas
Juntas, a União e as empresas estatais deixaram 310 ações do Programa de Aceleração do Crescimento paradas este ano. As iniciativas somam R$ 15 bilhões que ainda não saíram dos cofres públicos. Na maioria das rubricas sequer foram realizados empenhos, a primeira fase da execução orçamentária. Apenas R$ 5,3 bilhões foram reservados em orçamento.

Ao todo, 651 ações do PAC são tocadas pela União e empresas estatais em 2012. Somadas chegam à cifra de R$ 116 bilhões, dos quais, passados nove meses do ano, apenas R$ 63,3 bilhões foram efetivamente pagos (54,6%). Os dados consideram os gastos do Executivo, Legislativo e Judiciário até setembro e das estatais até agosto. Leia a íntegra no Contas Abertas

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Esquema de Cachoeira movimentou mais de R$ 84 bilhões em dez anos

Terça, 16 de outubro de 2012

Ivan Richard e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
A organização criminosa chefiada pelo empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, movimentou nos últimos dez anos mais de R$ 84 bilhões. Os dados constam do parecer que será apresentado pelo relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, deputado Odair Cunha (PT-MG).

De acordo com o petista, a movimentação corresponde a valores que foram recebidos e também usados para pagamentos por integrantes da organização entre os anos de 2002 e 2012. O valor pode ser ainda maior, tendo em vista que o montante corresponde à análise das quebras de sigilos bancários e fiscal feitas até o último dia 1º de outubro.

“Um lado positivo da prorrogação dos trabalhos é que poderemos aprofundar a análise dos dados que ainda estão chegando à comissão”, disse Cunha à Agência Brasil. Ele disse que chegou ao valor de R$ 84 bilhões em movimentações do esquema, analisando 75 quebras de sigilos de pessoas físicas e jurídicas ligadas a Cachoeira.

Hoje (16), os líderes da CPMI decidiram que vão prorrogar os trabalhos da comissão. No entanto, deixaram para depois do segundo turno das eleições municipais a decisão do prazo para mais investigação. Inicialmente, o colegiado encerraria as atividades no próximo dia 4 de novembro.

“Os partidos entenderam que, por estarmos vivendo um período eleitoral, não poderíamos contaminar nenhuma discussão de apresentação de relatório ou outras discussões de requerimentos. Mas, por unanimidade, os partidos também entenderam que devem prorrogar os trabalhos da comissão”, disse o  presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

O vice-presidente da CPMI, deputado Paulo Teixeira (PT-SP) disse que é preciso avaliar o trabalho que já foi feito para posteriormente definir o prazo da prorrogação. “Ainda temos que refletir o trabalho que nos resta. Temos que fazer um balanço do que fizemos, onde já chegamos e o tempo que necessitamos para conclusão da CPI. Por isso, resolvemos não fixar o tempo de maneira peremptória. Prazo hoje é desejo, e não podemos trabalhar com desejos. Temos que ter cronograma”, disse Teixeira.

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), defende que a comissão tenha mais 180 dias para concluir as investigações. “Regimentalmente, temos mais 180 dias. Temos que quebrar o sigilo das 29 empresas que receberam recursos da Delta. Essa não é mais uma CPI do Cachoeira, mas
também uma CPI da Delta”, frisou o tucano.


Assim como ocorreu durante o primeiro turno das eleições municipais, os membros da CPMI decidiram suspender as atividades durante o segundo turno. Com isso, a comissão só volta a se reunir na terça-feira (30) quando será definido o prazo de prorrogação dos trabalhos e também
serão votados mais de 500 requerimentos que constam na pauta.


Apesar do acordo dos líderes para prorrogação dos trabalhos da CPMI do Cachoeira, ainda é necessária a coleta de 171 assinaturas de deputados e 27 senadores para extensão do prazo da comissão.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Leréia na CPI da lorota


Terça, 9 de outubro de 2012
A CPMI do Cachoeira, que depois de impedir que os negócios da Delta com o governo Sérgio Cabral, e também com o PAC, fossem investigados virou a CPMI da Lorota, toma hoje às 15 horas o depoimento de Leréia.

O deputado Carlos Alberto Leréia, do PSDB de Goiás, teria, segundo a Polícia Federal, recebido grana da organização do bicheiro/empresário, além de ter alertado Cachoeira sobre um operação policial.

O depoimento de Leréia será um dos últimos suspiros da CPI que, por orientação “superior”, deverá morrer de morte matada nas próximas semanas. Pegar Perilo, governador de Goiás, querem. Mas isso pode fazer com que respingue em Sérgio Cabral e no Pac. Então nada de conclusões pra valer. É o acordão PT/PMDB

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

CPMI do Cachoeira retoma trabalhos na próxima semana com depoimento do deputado Carlos Leréia

Serxta, 5 de outubro de 2012
Iolando Lourenço*
Repórter da Agência Brasil
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira retoma sua agenda de trabalho na próxima terça-feira (9) depois de mais de um mês sem se reunir. Na volta aos trabalhos, os membros do colegiado tomarão o depoimento do deputado Carlos Leréia (PSDB-GO), flagrado em escutas telefônicas da Polícia Federal (PF) mantendo diálogos com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de explorar jogos ilegais e de corromper agentes públicos.

Na quarta-feira (10), deputados e senadores se reúnirão para apreciar mais de 500 requerimentos. Existe a preocupação por parte de alguns membros da CPMI que não haja tempo hábil para a análise de todos os requerimentos, nem para o agendamento de novos depoimentos. Isso porque o prazo de funcionamento da comissão termina no final do mês.

Para que a comissão continue os trabalhos, será necessário que seus membros aprovem requerimento prorrogando as atividades. Caso seja aprovado pela CPMI, o requerimento precisará ainda passar pelo plenário do Congresso.

Entre os requerimentos que estão na pauta da CPMI, constam pedidos de quebra de sigilos de 12 empresas que receberam recursos da Delta Construções, apontada pela PF e pelo Ministério Público Federal como elo financeiro da organização criminosa liderada por Cachoeira.

Na pauta da CPMI também há requerimentos que propõem a acareação do ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antonio Pagot com Cachoeira. Os dois já prestaram depoimento ao colegiado. Pagot disse não conhecer Cachoeira. Já o empresário preferiu o silêncio.

Esta semana a CPMI recebeu vários documentos relativos aos pedidos de quebra de sigilo telefônico de pessoas ligada à organização criminosa chefiada pelo empresário. A operadora Oi e a Nextel entregaram mídias com vários dados.

Hoje (4), a CPMI recebeu pedido da empresa de telefonia Claro para que seja concedido mais 15 dias para o envio das informações em relação à quebra de sigilo telefônico da Delta Construções, da Câmara de Dirigentes Lojistas de Anápolis, da empresa MCGL Empreendimentos e Participações LTDA., Hypermarcas S/A; e da Construtora Vale do Lontra LTDA.
 
*Colaborou Ivan Richard

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Estatais investiram apenas 42,4% dos recursos autorizados para o PAC em 2012


Quinta, 27 de setembro de 2012
Dyelle Menezes
Do Contas Abertas
Quase um quarto dos gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2012 foi aplicado pelas empresas estatais. No primeiro semestre deste ano, dos R$ 119,9 bilhões investidos, considerando o “PAC Global”, e R$ 29,1 bilhões saíram das estatais. O valor representa 42,4% dos R$ 68,8 bilhões autorizados para orçamento das empresas no programa em 2012.

O “PAC Global” inclui a soma de todos os investimentos do programa somados, além das estatais, o setor privado, financiamentos ao setor público, financiamento habitacional, contrapartidas de Estados e municípios, Minha Casa, Minha Vida e Orçamento Geral da União Fiscal e de Seguridade.

Para Roberto Piscitelli, professor da Universidade de Brasília (UnB) e membro do Conselho Federal de Economia (COFECON), a importância que têm as estatais para o PAC é equivalente ao seu papel no próprio desempenho das funções governamentais. Piscitelli explica, ainda, que pelas características, pelo menos em tese, essas empresas atuam de forma mais dinâmica, mais leve, ‘movimentam-se’ melhor no país e no exterior em termos de flexibilidade, eficiência, competitividade, etc.

Dentro do PAC, o ritmo de execução das estatais é semelhante ao que acontece com os recursos do Orçamento Geral da União (OGU). Nos seis primeiros meses do ano, os desembolsos do chamado “PAC Orçamentário” atingiram a cifra de R$ 18,6 bilhões, o que corresponde a 42,9% dos R$ 43,4 bilhões disponíveis em 2012.
Leia a íntegra de: Estatais investiram apenas 42,4% dos recursos autorizados para o PAC em 2012"

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Uma licitação por semana

Sexta, 21 de setembro de 2012

430 licitações só no governo Lula

Um levantamento realizado pela CPI mista do Cachoeira na base de dados do governo federal, da Controladoria-Geral da União e do Tribunal de Contas da União traduz em números o fenômeno Delta no governo Lula. Entre 2003 e 2010, a empreiteira de Fernando Cavendish venceu 430 licitações, atingindo a impressionante média de uma obra conquistada na máquina federal a cada sete dias e um invejável faturamento de cerca de 5 bilhões de reais no período.
Por Lauro Jardim - Revista Veja

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Aqui se esconde o laranja que pode escancarar o propinoduto da Delta

Sexta, 7 de setembro de 2012
Da Revista Veja

CPI do Cachoeira

Aqui se esconde o laranja que pode escancarar o propinoduto da Delta

VEJA desta semana revela que uma operação foi montada para ninguém chegar perto de Bruno de Freitas. Ele pode revelar o propinoduto da empresa no Rio

Leslie Leitão
LIGAÇÃO PERIGOSA - Da favela para o condomínio Terra Nossa: Bruno (à esq.) tem muito que contar sobre seus negócios com a Delta de Cavendish (à dir.) 
LIGAÇÃO PERIGOSA - Da favela para o condomínio Terra Nossa: Bruno (à esq.) tem muito que contar sobre seus negócios com a Delta de Cavendish (à dir.)  (Oscar Cabral/Ed Ferreira/AE)

O paradeiro do contínuo Bruno Estefânio de Freitas, 20 anos, paira como um mistério na favela do Muquiço, Zona Norte do Rio de Janeiro, de onde ele evaporou sem deixar rastros há cerca de um mês. VEJA sabe para onde Bruno foi levado. Ele está instalado em uma confortável casa de condomínio fechado em Jacarepaguá. Atualmente, divide-se entre esse e outro endereço, onde vive sob permanente escolta de seguranças e de onde só sai mantendo-se invisível por trás dos vidros fumê dos carros. Mas por que tamanho empenho para fazer o contínuo desaparecer de circulação? A resposta emerge das próprias investigações. Bruno é peça-chave na rede de laranjas e fantasmas aos quais a construtora Delta repassou quase 1 bilhão de reais para irrigar campanhas e bolsos de políticos de todo o país. Recém-saído da adolescência e hoje desempregado, o rapaz consta como dono de uma pujante empresa de terraplenagem que, entre março de 2011 e maio de 2012, recebeu 33 140 000 reais da Delta. VEJA revelou em julho que ele entrara no radar do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), do Ministério da Fazenda, ao chegar a uma agência bancária na Barra da Tijuca, com escolta armada, e sacar de uma só vez 5 milhões de reais. A CPI que investiga o bicheiro Carlinhos Cachoeira, enroladíssimo no esquema, está ciente da existência de Bruno - o único, entre vários laranjas já identificados, a ser flagrado com a mão na massa. Na semana passada, chegou-se a discutir sua convocação. Mas, em vez de darem o passo decisivo para revolver o lamaçal de corrupção, os deputados e senadores optaram por suspender os trabalhos até o fim do primeiro turno das eleições municipais.
 
Leia a íntegra da reportagem da Revista Veja.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

236 ações do Ministério dos Transportes estão paradas em 2012

Quinta, 6 de setembro de 2012
Dyelle Menezes
Do Contas Abertas


Passados oito meses de 2012, o Ministério dos Transportes ainda não conseguiu deslanchar os investimentos previstos. Ao todo, até agosto, a Pasta aplicou R$ 2,5 bilhões a menos que no mesmo período do ano passado, quando os investimentos chegaram a R$ 5,5 bilhões. Em termos de evolução em relação aos investimentos do exercício anterior, o órgão ocupa o último lugar entre as 38 pastas.

A morosidade do desembolso é diretamente refletida nas obras e compras de equipamentos: não há empenhos, ou seja, reserva de recursos em orçamento, para 236 ações do ministério.

Entre as grandes ações paralisadas está a de apoio à implantação do trem de alta velocidade na Região Sudeste, que previa a aplicação de R$ 176 milhões. Outra obra em que ainda não se investiu qualquer centavo este ano foi a de adequação do anel rodoviário de Belo Horizonte.

O Programa Nacional de Implantação de Postos de Pesagem também está incluído nessa “paralisação”. Dos R$ 81,2 milhões orçados para este ano, nada foi utilizado para a rubrica. A iniciativa trata da elaboração de projetos básicos de engenharia para a construção de postos que operarão com equipamentos fixos e portáteis, devendo ser realizados com a estreita participação da Coordenação-Geral de Operações Rodoviárias.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Ex-motorista mantém silêncio na CPMI do Cachoeira

Terça, 4 de setembro de 2012
 Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Protegido por um habeas corpus, o ex-funcionário da Delta Construções André Teixeira Jorge optou por ficar em silêncio durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Com isso, seguindo procedimento adotado pela comissão, ele foi dispensado pelo presidente do colegiado, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).

André Teixeira era motorista do ex-diretor da Delta no Centro-Oeste Cláudio Abreu, apontado como elo da organização chefiada por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e a empreiteira. Investigações da Polícia Federal mostram que a evolução patrimonial de Teixeira e movimentações financeiras são incompatíveis com os rendimentos declarados. Por esse motivo há suspeitas de que ele tenha sido usado como “laranja” pelo grupo.

De acordo com o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), o ex-motorista movimentou cerca de R$ 800 mil antes e depois das eleições de 2010. A Delta Construções, empresa na qual trabalhava, é acusada de uma série de irregularidades, inclusive o envolvimento com o esquema de corrupção atribuído ao contraventor Carlinhos Cachoeira.

O depoimento do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), marcado para hoje (4), foi adiado, ainda sem data definida. O parlamentar encaminhou ofício à CPMI informando que não poderia comparecer à reunião. Ele alegou “importantes e inadiáveis compromissos pessoais anteriormente assumidos” para não comparecer, mas se colocou à disposição da comissão a partir do dia 18 de setembro.

Segundo investigações da PF, o parlamentar goiano recebeu dinheiro de Cachoeira e alertou o contraventor sobre operações policiais contra o grupo.