Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 22 de março de 2011

Presidente do BC se aperta ao tentar explicar descobertas da CPI da Dívida

Terça, 22 de março de 2011
Do site da "Auditoria Cidadã da Dívida"
O Jornal Estado de São Paulo noticia a fala do Presidente do Banco Central Alexandre Tombini no Senado Federal, onde defendeu a política de juros altos sob a justificativa de que seria necessário conter a atividade econômica para combater a inflação.

A Agência Senado mostra o questionamento feito pela Senadora Marinor Brito (PSOL/PA) a esta política, dado que a alta de preços tem sido causada principalmente pela  inflação internacional de alimentos e preços administrados como as tarifas de ônibus, que não são influenciados pela taxa de juros. Tombini respondeu que as altas taxas de juros são necessárias para se impedir que estas altas de preços sejam repassadas para o conjunto geral dos preços da economia.

Porém, mesmo que isso seja verdade, seria mais um motivo para que políticas alternativas fossem executadas para impedir a alta destes preços, tais como a reforma agrária e a redução dos preços administrados pelo próprio governo.

A Senadora Marinor também questionou o Presidente do Banco Central sobre uma grave descoberta da CPI da Dívida: a realização de reuniões entre o Banco Central e representantes de rentistas (bancos e fundos de investimento) para estimar variáveis como inflação, crescimento e juros, que são consideradas pelo COPOM (Comitê de Política Monetária) na definição das taxas de juros, beneficiando os próprios rentistas. Tombini reconheceu que estas reuniões acontecem, e também que tais instituições financeiras costumam acertar as suas previsões, ou seja: os bancos estimam a taxa de juros e o Banco Central as cumpre.
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