Sábado, 27 de abril de 2013
Da IstoÉ
Votação de recursos pelo STF pode livrar José Dirceu, João Paulo Cunha e Delúbio Soares da prisão e desmoralizar o julgamento do mais emblemático caso de corrupção do Brasil
por Izabelle Torres
O mais rumoroso caso de corrupção já
julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) viverá nos próximos dias um
capítulo de incertezas e embates, capaz de mudar o desfecho da ação
penal que condenou gente graúda à cadeia. A publicação do acórdão do
mensalão e a apresentação dos recursos pela defesa dos acusados devem
forçar os ministros a rediscutirem as penas impostas a 12 dos 25 réus
enquadrados por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. A nova
análise dos casos pode causar uma reviravolta no resultado, livrando
condenados da prisão e reduzindo substancialmente as penas impostas.
Esse é um cenário que, se consolidado, vai abalar o simbolismo de um
julgamento considerado o marco contra a cultura da impunidade no Brasil.
As possibilidades mais estarrecedoras dessas mudanças envolvem as
chances de o ex-ministro José Dirceu e seus parceiros, o deputado
federal João Paulo Cunha (PT-SP) e o ex-tesoureiro Delúbio Soares, não
irem para a prisão.
Os três integrantes do núcleo político do esquema dependem apenas de
mais um voto para que sejam reduzidas as penalidades que receberam e, a
partir de então, serem enquadrados no regime semiaberto, aquele em que o
preso fica em liberdade durante o dia, permanecendo no presídio somente
à noite e nos fins de semana. Pelo placar atual, Dirceu, João Paulo e
Delúbio ficariam presos em regime fechado, pois foram condenados a
cumprir pena superior a oito anos de detenção.