Terça, 31 de dezembro de 2013
Helio Fernandes
Tribuna da Imprensa
Não vou fazer analise ampla deste 2013 que se despede,
não quero parecer pessimista. Mas quem pode ser otimista com esse fracasso
anunciado, projetado e consolidado? Tudo é negativo, não houve investimento e
como conseqüência faltou desenvolvimento.
O dólar subiu e desceu, o BC jogou BILHÕES no mercado,
os chamados investidores, ganham na alta e na baixa. Se o cambio é FLUTUANTE,
por que ficam assustados quando ele FLUTUA.
O PIB de 2013 seguiu o de 2012, começou com previsões
mais altas, fechou bem mais baixo. 2012 veio com previsão de alta de quatro por
cento, encerrou o ano em um por cento, popularizando a palavra “pibinho”. 2013,
nenhuma satisfação.
Nos últimos dias, timidamente, o Tesouro Nacional
informou, textualmente: ”A divida interna do Brasil, chegou a DOIS TRILHÕES,
CENTO E VINTE BILHÕES DE REAIS”. É isso mesmo, não há como contestar, a
informação é do Tesouro Nacional. Quaisquer que sejam as brigas ou as intrigas
que envolvem o Tesouro e seus dirigentes, os números não podem ser contestados.
Por enquanto, neste último dia do ano, o governo só
economizou (desculpem a blasfêmia) perto de OITENTA BILHÕES. A economia e os
economistas permitem e estimulam erros em cima de erros. Todos se beneficiam,
mas não conseguem fazer mágicas. De onde virão esses 120 BILHÕES para o
fechamento da A-M-O-R-T-I-Z-A-Ç-Ã-O?
No dia 22, o Tesouro anunciou, primeiro no Canal Bloomberg
(por que a preferência?), e depois aqui no Brasil mesmo: nos primeiros dias de
janeiro, VENCERÃO TÍTULOS DA DÍVIDA INTERNA, NO VALOR DE 200 BILHÕES. Nossa
Senhora, e para complicar mais ainda, o complemento: ESSES TÍTULOS TEM QUE SER
PAGOS, NÃO PODEM SER RENOVADOS.
Em setembro quando o Banco Central elevou os juros a 9
por cento, escrevi: “Em dezembro o BC deve fechar esses aumentos em 10 por
cento”. Não era adivinhação e sim analise.
Os 80 por cento de economistas que trabalham para o
governo e para grandes bancos, chegavam a 9,50, alguns iam até 9,75. Foi a 10,
cravado. Análise de fim de ano para o início de 2014: virão mais dois aumentos,
em janeiro e fevereiro ou talvez março. Mas chegarão a 11 por cento. Haverá
parada para reabastecimento. É difícil projetar com quatro meses de antecedência.
Com os juros em 11 por cento, esse um por cento a mais,
significará a obrigação de acumular mais VINTE BILHÕES para a A-M-O-R-T-I-Z-A-Ç-Ã-O.
Pelos meus cálculos os juros não passarão desses onze por cento.
PS-
Não deixem de ler, quinta feira. O senador Roberto Requião, (vários mandatos e
outros de governador), apresentou requerimento de informação.
PS3-
O
pedido está andando no Senado. Mas Requião precisa ficar atento. Como já aconteceu,
o requerimento some numa curva imprevisível.