Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Bandeiras tarifárias: ataque ao bolso do consumidor

Quarta, 31 de dezembro de 2014
“Sabendo-se que o setor elétrico tem como ingredientes um modelo mercantil, uma privatização ‘sem riscos’, dirigentes incompetentes, decisões autoritárias e antidemocráticas, o resultado no bolso do consumidor não poderia ser diferente”


Do Congresso em Foco

Heitor Scalambrini Costa*
Mesmo com um sofrível serviço elétrico prestado aos consumidores brasileiros, segundo indicadores de desempenho da própria Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as companhias distribuidoras seguem recebendo as benesses de um capitalismo sem risco.

Nos últimos anos as empresas dependeram de repasses do Tesouro Nacional e de aumentos tarifários bem acima dos índices inflacionários, o que lhes garantiu lucros líquidos e dividendos excepcionais aos seus acionistas, quando comparados com a realidade do país. Tudo para garantir o malfadado equilíbrio econômico-financeiro das empresas – como rezam os “contratos de privatização”. Em nome deste artifício contratual, as empresas têm garantido até a possibilidade de reajustes tarifários extraordinários. E é exatamente isso, segundo a Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica (Abradee), que será solicitado a Aneel pelas empresas no início de 2015, justificado pela “conjuntura do setor elétrico”.