Terça, 23 de dezembro de 2014
Da Agência Brasil
Edição: Jorge Wamburg
Os médicos que trabalham na rede pública de saúde do Distrito
Federal ainda não receberam o 13° salário e o pagamento de horas-extras
de trabalho está atrasado desde outubro, o que pode ocasionar uma
redução no número de atendimentos nos plantões das unidades, de acordo
com o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédicos-DF).
O
presidente do sindicato, Gutemberg Fialho, informou que a redução nos
atendimentos pode acontecer por decisão dos próprios médicos,
autorizados a não trabalhar em regime de hora-extra: "Diante do fato de
eles não terem recebido pelo trabalho que fizeram, nós os orientamos que
poderiam escolher trabalhar ou não em regime complementar". Gutemberg
informou que, na quarta-feira (17), o sindicato entregou um ofício à
secretária de Saúde, Marília Coelho, informando sobre a decisão dos
médicos caso não recebessem os atrasados até o último sábado (20).
"Avaliamos
que o acordo feito com a secretaria de Saúde, de que iríamos receber no
início do mês, primeiramente, e depois no dia 20, não foi honrado.
Portanto entendemos que não dá para exigir que um profissional trabalhe
sem que receba por seus serviços", disse o presidente do SindMédicos-DF.
O
sindicato informou ainda que há uma deficiência de mais de 3.500
médicos na rede pública. Segundo o a entidade, essa é a principal causa
para que tantos médicos trabalhem em plantões. "Se eles [médicos] não
fizessem isso, a população ficaria sem ter como ser atendida
adequadamente, informou a diretora de comunicação do SindMédicos-DF",
Adriana Graziano.
A remuneração referente a atividades exercidas
em regime de hora-extra pelos médicos da rede pública do Distrito
Federal é paga a cada dois meses aos profissionais de saúde. Em nota, a
Secretaria de Saúde do DF informou que os servidores devem receber o 13º
salário e as horas extras até a meia-noite de hoje (23). A pasta
informou também que investiu na reestruturação do quadro de pessoal e
contratou mais de 15 mil profissionais de todas as categorias, entre
temporários e efetivos, durante os quatro anos de gestão. Além disso,
lembrou que um concurso público foi realizado em setembro de 2014,
quando foram abertas 6.634 vagas para todas as categorias.