Quinta, 27 de agosto de 2015
Do Blog da Marina
Nesta
semana ficamos sabendo que a presidente Dilma Rousseff, logo após a sua
reeleição, tomou um “susto” ao tomar conhecimento do quadro de
degradação da economia brasileira.
Vamos partir do pressuposto de
que, ao fazer esse comentário, a presidente tenha decidido abrir seu
coração aos jornalistas. É estranho que alguém – que se credenciou ao
principal posto da República como uma gestora competente, com domínio
pleno da complexidade do Estado e de seus negócios, a quem seu
antecessor apontou como a “mãe” de tudo e mais um pouco no país – revele
ter sido surpreendida pela pauta que já era amplamente tratada com
prioridade por empresários, acadêmicos, políticos, eleitores e por toda,
toda a imprensa.
De fato, no segundo semestre do ano passado,
temos de reconhecer que Dilma dedicou mais tempo à campanha para se
reeleger do que para cuidar do país. Nos estúdios solertes de seu
marqueteiro, é muito provável mesmo que ela não conseguisse identificar
os sinais cada vez mais evidentes dos riscos que estavam sendo criados
para as fantásticas conquistas econômicas e sociais dos últimos 20 anos.
Na
janela dos cenários em que a então candidata posava como
garota-propaganda de um Brasil que via o tsunami como marolinha, o tempo
passou, e só ela não viu.
O susto de Dilma tornou-se nosso
pesadelo. De 2014 para cá, já são 8,4 milhões de desempregados. O Fies
minguou, a inflação passou de 6,5% para 9,56% e a dívida bruta do
governo federal chegou a incríveis R$ 3,5 trilhões em junho.
Mas
nem tudo na entrevista da presidente é contestado pela realidade. Ela
afirma, por exemplo, que o “futuro é imprevisível”. Infelizmente, diante
da dificuldade que Dilma tem em reconhecer que seus terríveis equívocos
nos colocaram diante de uma das maiores crises político-econômicas de
nossa história, temos de reconhecer que este é um vaticínio que vale do
Planalto à planície.