Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Era o dia do deus romano do fogo

Agosto
24

Era o dia do deus romano do fogo

E era o ano de 79.
Plínio, o Velho, navegava comandando uma frota romana.
Ao entrar na baía de Nápoles, viu que uma fumaça negra vinha crescendo do vulcão Vesúvio, uma árvore alta que abria sua ramagem na direção do céu, e de repente caiu a noite em pleno dia, o mundo tremeu em violentas sacudidelas e um bombardeio de pedras de fogo sepultou a festeira cidade de Pompeia.
Pouco antes, o fogo havia arrasado a cidade de Lugdunum, e Sêneca havia escrito:
Houve apenas uma noite entre a maior cidade e cidade alguma.
Luddunum ressuscitou, e agora se chama Lyon. E Pompeia não desapareceu: intacta debaixo das cinzas, foi guardada pelo vulcão que a matou.

Eduardo Galeano, no livro Os filhos dos dias (Um calendário histórico sobre a humanidade), 2ª Edição, L&PM Editores, 2070.