Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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sexta-feira, 29 de julho de 2022

CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL —MPF recomenda que policiais rodoviários federais usem câmeras de vídeo durante abordagens

Sexta, 29 de julho de 202
Imagem: Ascom MPF/SE

No documento, o MPF dá 15 dias para a Direção-Geral da PRF informar se acata ou não as orientações

Do MPF
Em recomendação, o Ministério Público Federal (MPF) orientou a Direção-Geral da Polícia Rodoviária Federal a instituir grupo de trabalho (GT) para realizar estudos e elaborar termo de referência a fim de implementar o uso de câmeras operacionais portáteis por policiais rodoviários federais. Para o MPF, o GT deve concluir os trabalhos em 60 dias. A recomendação foi entregue pelo MPF nesta sexta-feira (29) em Brasília, em reunião realizada na Diretoria de Inteligência da PRF, e também foi enviada para a Direção-Geral da corporação.

Ainda segundo a recomendação, após a conclusão dos trabalhos do GT, no prazo de 120 dias, a Direção-Geral da PRF deve promover a implementação das câmeras para uso do efetivo de policiais rodoviários federais que atuam no policiamento ostensivo, patrulhamento rodoviário e cumprimento de medidas judiciais, dentre outras atividades.

Acatamento da Recomendação — Em 15 dias, a Direção-Geral da PRF deve informar ao MPF se vai ou não acatar a recomendação. A falta de resposta ou o não acatamento poderá implicar na adoção de medidas administrativas e ações judiciais cabíveis.

sábado, 18 de agosto de 2018

‘Ideologia mata’, diz PM ao reprimir candidata negra

Sábado, 18 de agosto de 2018
Da
por Paloma Vasconcelos

Policial apreendeu material de campanha da vereadora Talíria Petrone e apontou arma para jovem negro que tentou defendê-la; quando disseram ‘arma mata’, PM respondeu ‘ideologia mata mais’

Vereadora Talíria Petrone | Foto: Reprodução/Facebook

A vereadora e candidata à deputada federal pelo Psol Talíria Petrone, 33 anos, usou as redes sociais para denunciar uma abordagem policial truculenta durante travessia que liga Niterói ao Rio de Janeiro. Dentro da balsa, um policial militar apreendeu o material de campanha da vereadora e apontou uma arma para um jovem negro que tentou defendê-la. Num vídeo feito pelo Jornal do Brasil, o PM afirma “ideologia também mata” e “ideologia mata mais” a uma mulher que havia lhe dito que “arma mata”.


“Isso expressa esse momento que a gente está vivendo e me dá muita convicção do caminho que a gente tem que seguir. Estou cada vez mais convicta de ir em frente. A luta não é uma escolha, não tem possibilidade de não seguir enfrentando esse estado que é tão violento e racista”, contou a vereadora à Ponte. A vereadora, que também é professora de história e feminista negra, preside a Comissão de Direitos Humanos, da Criança e do Adolescente na Câmara Municipal de Niterói.

No primeiro dia de campanha, Talíria, pegou a balsa rumo à Praça XV, região central da cidade do Rio, onde faria panfletagem da sua candidatura como deputada federal pelo Psol (RJ) De acordo com informações de Isabella de Oliveira, que faz parte da equipe de comunicação da vereadora, Talíria estava acompanhada por ela e mais três mulheres, aliadas de seu mandato, e decidiu tirar uma foto divulgando o panfleto da campanha. Foi neste momento que um policial militar fardado, mas com a identificação tampada, abordou o grupo. A ação aconteceu por volta das 9h da manhã. Somente às 16h, depois de prestar depoimento, o documento da vereadora foi entregue pela PM.

“Ele nos abordou de forma truculenta, tentando arrancar o celular da nossa mão, retirou os nossos panfletos. A gente questionou o que teria motivado essa ação, já que nada do que estávamos fazendo era ilegal, não tinha nenhum crime associado, e ele foi ficando cada vez mais exaltado, cada vez mais violento e grosseiro, até que a Talíria se apresentou enquanto uma figura do Estado, enquanto vereadora”, conta Isabella.

Em seguida, o PM pediu um documento de identificação da vereadora que entregou prontamente. Talíria pediu que ele tirasse uma foto e devolvesse o documento, mas ele teria se recusado. O grupo foi encaminhado para o 4º DP, na região central do Rio.

“Foi uma série recheada de abuso de poder. Nesse momento, outras pessoas se levantaram para tentar questionar a situação e se iniciou outra confusão generalizada. A gente já estava nesse bate boca, já mais perto do RJ, quando um jovem negro se levantou para questionar o policial e teve voz de prisão decretada por desacato”, relata Isabela, que trabalha na equipe de campanha de Talíria. “O jovem em nenhum momento se exaltou, e o policial foi para cima dele, para obrigar ele a sentar, e acabou derrubando ele no chão, nesse momento a gente perguntou por que ele estava agindo daquela forma. Aí o policial sacou uma arma e mirou para as pessoas. A barca já estava bem mais vazia, pois já tinha abarcado no Rio de Janeiro, mas tinha uma aglomeração de pessoas próximas e nesse momento falamos de ir para a delegacia”, prossegue.

Talíria Petrone ao lado da amiga Marielle Franco | Foto: Reprodução/Instagram

Talíria, que era amiga de Marielle Franco, alega que só pode lamentar que algumas ideologias sigam propagando o ódio.  “Eu só penso que a ideologia do ódio mata, a ideologia daqueles que não querem direitos para pessoas negras, LGBTs, que não querem enfrentar a pobreza. A ideia dessa candidatura para deputada federal é uma decisão justamente pela urgência que se despertou com a execução de Mari, que traz pra nós uma necessidade de ampliar os nossos espaços para além de Niterói, isso veio como resposta a execução da Marielle”, salienta Talíria.

Procurada pela reportagem, a assessoria da Polícia Civil do RJ (PCERJ) informou que “o caso foi registrado na 4ª DP (Presidente Vargas) e encaminhado para apreciação no Juizado Especial Criminal (Jecrim)”.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Mobilização pela liberdade de Rafael Braga ganha seis países além do Brasil

Sábado, 3 de dezembro de 2016
Da Ponte

O ex-catador de latas foi lembrado em pelo menos mais seis países durante o mês de novembro. Ato-sarau no Centro do Rio nesta sexta-feira (2/12) marcou a internacionalização da Campanha Pela Liberdade de Rafael Braga





2016.12.03-Luiza-RafaelBraga-Campanha-1
Cartaz na porta da Câmara Municipal
do Rio de Janeiro, em frente à qual
ocorreu ato-sarau da Campanha Pela
Liberdade de Rafael Braga.
Foto: Wallace Sousa
Um ato-sarau no Centro do Rio de Janeiro na noite desta sexta-feira (2) marcou a reta final de um mês inteiro de atividades relacionadas ao Caso Rafael Braga em diversos estados brasileiros e nos Estados Unidos, França, Portugal, Alemanha, Itália e Reino Unido. Criada após a injusta prisão do ex-catador de latas negro Rafael Braga, cujo rosto estampa muros pela cidade do Rio, a Campanha pela Liberdade de Rafael Braga já contava com a adesão de movimentos sociais, ativistas, intelectuais e artistas brasileiros, como os rappers Emicida e Criolo, e agora é internacional.

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Mais de 40% dos presos provisórios em SP sofreram violência no momento da prisão

Terça, 8 de novembro de 2016
Camila Boehm – da Agência Brasil
De acordo com a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, 43,2% dos homens (4.064) e de 30,5% das mulheres (276) que entraram nos Centro de Detenção Provisória (CDP) da Grande São Paulo durante o ano passado disseram ter sofrido violência (verbal, ameaça ou agressão física) no momento da prisão. Os dados são foram coletados nos CDPs da capital, mais Guarulhos e Franco da Rocha.

“O que surpreende é o índice muito elevado de maus-tratos, de violência no momento da prisão, isso é um índice intolerável em um estado democrático e que todas as instituições públicas têm que ter um olhar especial para isso”, disse a defensora pública Juliana Belloque em audiência pública na noite de hoje (7) que divulgou dados referentes aos presos provisórios.

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Para 70% dos brasileiros, policiais cometem excessos de violência

Quarta, 2 de novembro de 2016
Fernanda Cruz – da Agência Brasil
Uma pesquisa nacional divulgada nesta quarta-feira (2) aponta que 70% da população sente que as polícias cometem excessos de violência no exercício da função. O percentual sobe entre jovens com idade entre 16 e 24 anos, chegando a 75%. Os dados foram apurados pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Imprensa continuou hoje sob ataque! Fotógrafo e manifestantes são presos após protesto no Rio

Quarta, 6 de julho de 2016
Vladimir Platonow - Agência Brasil
Um grupo de seis jovens foi preso pela Polícia Militar (PM), após o encerramento de um protesto pacífico de diversas categorias, nesta quarta-feira (6), na Avenida Presidente Vargas, no centro do Rio. O fotógrafo Cauê Paloni, do coletivo Democratize, foi preso ao registrar a prisão de um manifestante.

 Rio de Janeiro - Servidores estaduais de várias categorias protestam contra a crise financeira, em passeata no centro da cidade (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Protesto reuniu diversas categorias, incluindo professores, profissionais de saúde e metalúrgicos  —Fernando Frazão/Agência Brasil
Eles foram levados para a 5ª Delegacia de Polícia, na Lapa, e depois transferidos para a Cidade da Polícia, para serem ouvidos. De acordo com a fotógrafa Bárbara Dias, que faz parte do mesmo coletivo, Cauê estava fotografando a prisão de um dos manifestantes quando recebeu voz de prisão.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

PGR pede federalização das investigações da Chacina do Cabula, a chacina festejada pelo governador da Bahia como um 'golaço'

Quinta, 23 de junho de 2016

 
Foto: Correio da Bahia
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Do MPF
Ação da Polícia Militar da Bahia resultou na morte de 12 pessoas e 6 ficaram gravemente feridas


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, propôs ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) incidente de deslocamento de competência (federalização) para apurar o caso conhecido como Chacina do Cabula, que teve 18 vítimas - 12 mortos e 6 gravemente feridos -, todas entre 15 e 28 anos de idade. Para Janot, ao absolver sumariamente os policiais militares envolvidos, sem permitir que o andamento normal do processo ocorresse, a Justiça Estadual não levou em conta informações importantes que poderiam levar a um resultado diferente, o que demonstra a necessidade de a Justiça Federal assumir as investigações.

Em operação realizada na noite do 5 de fevereiro e madrugada de 6 de fevereiro de 2015, nove policiais militares integrantes da Rondas Especiais da Polícia Militar da Bahia (Rodensp) entraram em um local denominado Vila Moisés, no bairro do Cabula, em Salvador (BA), e efetuaram inúmeros disparos contra um grupo de pessoas concentrado no local. De acordo com a PGR, foram 143 disparos, 88 deles certeiros, o que resulta em média de quase 10 tiros certos por acusado.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Justiça ouve testemunhas do caso de jovem espancado até a morte por PMs

Terça, 2 de fevereiro de 2016
Da Ponte
Segundo laudo pericial, Paulo Roberto Pinho de Menezes faleceu por conta das agressões sofridas em outubro de 2013, durante enquadro de policiais da UPP da favela de Manguinhos

Fátima, mãe de Paulo Roberto Pinho (quarta, da esquerda para a direita), cercada por outras mães vítimas da violência policial, no dia da audiência (Foto: Rafael Daguerre)

Foram ouvidas na quarta-feira, 27/01, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, testemunhas de acusação do caso de Paulo Roberto Pinho de Menezes, espancado até a morte por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de Manguinhos, favela localizada na Zona Norte do Rio de Janeiro, em 2013. Três testemunhas, que não serão identificadas por questão de segurança, depuseram separadamente.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

A PM de São Paulo barbarizou de novo. E a PEC 51/2013, de desmilitarização do policiamento, se arrasta

Quinta-feira, 14 de janeiro de 2016
Por Celso Lungaretti
Frente a jovens que protestavam pacificamente contra o aumento da tarifa do transporte coletivo, a Polícia Militar de São Paulo mostrou mais uma vez sua incapacidade para atuar num ambiente democrático, agindo com uma truculência que fez lembrar a SS nazista.

Por incrível que pareça, até a Folha de S. Paulo protestou, no editorial desta 5ª feira, 14:
"As forças de segurança fizeram mais que reprimir a ação dos vândalos. Cercando as pessoas que se aglomeravam na avenida Paulista e, de modo indiscriminado, disparando bombas de gás lacrimogêneo antes mesmo de a passeata começar, impediram a própria realização do protesto –em flagrante afronta à Constituição, portanto. 
Já não era pouco, mas o exagero continuou quando a multidão se dispersou. Policiais caçaram como bandidos manifestantes que não se confundiam com os black blocs e desferiram golpes de cassetete mesmo contra quem não se predispunha para o confronto. 
Em suma, a Polícia Militar, que no mais das vezes oscila entre a omissão diante do quebra-quebra e o abuso de força contra cidadãos, volta a exibir seu despreparo".

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Afinal uma coisa que presta: Resolução determina fim dos autos de resistência em registros policiais

Segunda, 4 de dezembro de 2015
Felipe Pontes – Repórter da Agência Brasil
Uma resolução conjunta do Conselho Superior de Polícia, órgão da Polícia Federal, e do Conselho Nacional dos Chefes da Polícia Civil publicada hoje (4) no Diário Oficial da União aboliu o uso dos termos "auto de resistência" e "resistência seguida de morte" nos boletins de ocorrência e inquéritos policiais em todo o território nacional.
A medida, aprovada em 13 de outubro de 2015, mas com vigência somente a partir da publicação no DOU, promove a uniformização dos procedimentos internos das polícias judiciárias federal e civis dos estados nos casos de lesão corporal ou morte decorrentes de resistência a ações policiais.
De acordo com a norma, um inquérito policial com tramitação prioritária deverá ser aberto sempre que o uso da força por um agente de Estado resultar em lesão corporal ou morte. O processo deve ser enviado ao Ministério Público independentemente de outros procedimentos correcionais internos das polícias.
Caberá ao delegado responsável pelo caso avaliar se os agentes envolvidos "se valeram, moderadamente, dos meios necessários e disponíveis para defender-se ou para vencer a resistência”. O texto determina que, a partir de agora, todas as ocorrências do tipo sejam registradas como "lesão corporal decorrente de oposição à intervenção policial" ou "homicídio decorrente de oposição à ação policial".
A decisão segue uma resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos em 2012, que recomendava que as mortes causadas por agentes de Estado não fossem mais camufladas por termos genéricos como "autos de resistência" ou "resistência seguida de morte".
"Nós sabemos, inclusive, que as principais vítimas dessas mortes são jovens negros de periferia. A medida então passa a ser mais importante ainda, porque combate o racismo institucional e estrutural e se coloca como um exemplo para as instituições policiais nos Estados da Federação", afirmou o secretário especial de Direitos Humanos do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Rogério Sottili.
O fim dos autos de resistência é uma reivindicação antiga de grupos de defesa de direitos humanos. Em janeiro de 2015, por exemplo, a organização não governamental Human Rights divulgou relatório em que apontava um aumento de 97% no número de mortes decorrentes de ações policias em São Paulo, que foram de 369, em 2013, para 728 em 2014. No Rio de Janeiro, foram 416 mortes por essas causas em 2013 e 582 em 2014, um crescimento de 40%.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Direitos Humanos: Estudo mostra papel de vídeos sobre violação de direitos como prova jurídica

Sábado, 12 de dezembro de 2015
Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
A circulação de vídeos com violações dos direitos humanos é cada vez maior, mas o peso que essas imagens têm em julgamentos nos tribunais brasileiros ainda está aquém do que deveria, concluiu o estudo Vídeo Como Prova Jurídica para Defesa dos Direitos Humanos no Brasil, lançado esta semana pelas organizações não governamentais (ONGs) Artigo 19 e Witness para marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado no dia 10 de dezembro.
O relatório avaliou como o vídeo tem influenciado as decisões judiciais no país em uma época de proliferação intensa de câmeras na sociedade, principalmente de celulares. “A constatação é de que juízes, desembargadores e ministros pouco se aprofundam na análise, mesmo que o vídeo seja a prova principal do processo. A comunidade jurídica, de forma geral, também não se debruçou sobre a questão”, diz a Artigo 19.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

396 mortes pela PM paulista: as histórias por trás dos BOs

Sexta, 11 de novembro de 2015
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
A Pública analisou todos os boletins de ocorrência das mortes cometidas por policiais militares em 2014: roubos motivaram 86% das operações letais; nesses casos, 17 PMs ficaram feridos e nenhum morreu.


Foram seis meses de pedidos pela Lei de Acesso à Informação para obter todos os 330 boletins de ocorrência (BOs) que resultaram em 396 mortes por intervenção policial em São Paulo no ano de 2014. E mais dois meses para tabular as informações que revelam padrões de atuação nas ocorrências em que a polícia mata. Os dados foram fornecidos pelo Departamento de Inteligência da Polícia Civil de São Paulo (Dipol) e incluem mortes provocadas tanto por policiais militares em serviço como em folga.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

“Me jogaram no chão e me algemaram, meus olhos ardiam em brasa. Não houve diálogo”, diz professor

Quarta, 18 de novembro de 2015
Do site Ponte
Direitos Humanos, Justiça e Segurança Pública
Um dos professores agredidos pela PM na frente da escola, no último sábado, está em licença médica e recebe o apoio dos alunos; Apeoesp levará caso para pelo menos três Comissões de Direitos Humanos
O professor de história Edivan Costa está em casa desde sábado (14), quando foi agredido, algemado e levado a uma delegacia, porque estava tentando preservar a integridade física dos alunos da Escola Estadual José Lins do Rego, que aderiam aos protestos contra o plano de reestruturação do ensino público apresentado pelo quarto governo Geraldo Alckmin (PSDB), que prevê o fechamento de 94 escolas em todo o Estado. Abalado física e psicologicamente, ele está de licença até a próxima semana: “Senti como se um caminhão tivesse me atropelado,  não tenho conseguido dormir. Fecho os olhos e vejo as cenas, ouço gritos, meu coração dispara”, conta. Os alunos que participam da ocupação prestaram, via redes sociais, homenagens ao professor na terça-feira (17). Tiraram fotos em uma sala de aula da escola segurando cartazes com dizeres como: “enquanto não houver justiça, não haverá paz”, “força, Edivan”, “mais amor, menos violência”, “estamos com você” e “obrigada, Edivan”.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Um freio na truculência do Estado contra, principalmente, os pobres? STF define limites para entrada da polícia em domicílio sem autorização judicial

Quinta, 5 de novembro de 2015
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Do STF
Segundo a tese, firmada em recurso com repercussão geral, a medida só é lícita quando devidamente justificada, quando há indicação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade do agente ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados. 
O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) conclui, na sessão desta quinta-feira (5), o julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 603616, com repercussão geral reconhecida, e, por maioria de votos, firmou a tese de que “a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados”.
A tese deve ser observada pela demais instâncias do Poder Judiciário e aplicadas aos processos suspensos (sobrestados) que aguardavam tal definição. De acordo com o entendimento firmado, entre os crimes permanentes, para efeito de aplicação da tese, estão o depósito ou porte de drogas, extorsão mediante sequestro e cárcere privado, ou seja, situações que exigem ação imediata da polícia.
O inciso XI do artigo 5º da Constituição Federal dispõe que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”. No recurso que serviu de paradigma para a fixação da tese, um cidadão questionava a legalidade de sua condenação por tráfico de drogas, decorrente da invasão de sua casa por autoridades policiais sem que houvesse mandado judicial de busca e apreensão. Foram encontrados 8,5 kg de cocaína no veículo de sua propriedade, estacionado na garagem. A polícia foi ao local por indicação do motorista de caminhão que foi preso por transportar o restante da droga. De acordo com o entendimento majoritário do Plenário, e nos termos do artigo 33 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006), ter entorpecentes em depósito constitui crime permanente, caracterizando, portanto, a condição de flagrante delito a que se refere o dispositivo constitucional.
Em seu voto, o ministro Gilmar Mendes afirmou que a busca e apreensão domiciliar é claramente uma medida invasiva, mas de grande valia para a repressão à prática de crimes e para investigação criminal. O ministro admitiu que ocorrem abusos – tanto na tomada de decisão de entrada forçada quanto na execução da medida – e reconheceu que as comunidades em situação de vulnerabilidade social muitas vezes são vítimas de ingerências arbitrárias por parte de autoridades policiais.
Embora reconheça que o desenvolvimento da jurisprudência sobre o tema ocorrerá caso a caso, o relator afirmou que a fixação da tese é um avanço para a concretização da garantia constitucional da inviolabilidade de domicílio. “Com ela estar-se-á valorizando a proteção à residência, na medida em que será exigida a justa causa, controlável a posteriori para a busca. No que se refere à segurança jurídica para os agentes da Segurança Pública, ao demonstrarem a justa causa para a medida, os policiais deixam de assumir o risco de cometer o crime de invasão de domicílio, mesmo que a diligência venha a fracassar”, afirmou. O ministro explicou que, eventualmente, o juiz poderá considerar que a invasão do domicílio não foi justificada em elementos suficientes, mas isso não poderá gerar a responsabilização do policial, salvo em caso de abuso.
Dessa forma, o relator votou pelo desprovimento do recurso interposto pelo condenado contra acordão do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia (TJ-RO).
Divergência
O ministro Marco Aurélio divergiu do relator para dar provimento ao recurso e absolver o condenado, por entender não caraterizado o crime permanente, e também por discordar da tese. “O crime teve exaurimento quando um dos corréus foi surpreendido conduzindo o veículo e portando a droga. Não se trata de crime permanente”, entendeu o ministro.
“O que receio muito é que, a partir de uma simples suposição, se coloque em segundo plano uma garantia constitucional, que é a inviolabilidade do domicílio", afirmou. "O próprio juiz só pode determinar a busca e apreensão durante o dia, mas o policial então pode – a partir da capacidade intuitiva que tenha ou de uma indicação –, ao invés de recorrer à autoridade judiciária, simplesmente arrombar a casa?”, indagou.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Direitos Humanos: Comitê da ONU critica violência policial contra crianças no Brasil

Sexta, 9 de outubro de 2015
A melhor arma contra a violencia policial eh a camera
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Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
O Comitê sobre os Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou relatório em que critica a violência policial contra crianças e a discriminação estrutural no Brasil contra negros, indígenas, crianças com deficiência e outras minorias. De acordo com a ONU, o alto número de execuções extrajudiciais por parte da Polícia Militar, milícias e Polícia Civil aumenta conforme a impunidade diante dessas violações torna-se generalizada.
A tortura e desaparecimento forçado de crianças por meio desses agentes também foram reprovados pela organização, que pede a investigação de todos os casos, incluindo os autos de resistência vindos de agentes públicos. Entre os problemas apontados está a grande participação de crianças em conflitos armados e em organizações criminosas, tendo como origem a pobreza, marginalização e o abandono da escola.
Apesar do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, segundo o comitê, o Brasil apresenta uma das maiores taxas de homicídio infantil do mundo, sobretudo de jovens homens e negros. A remoção forçada de crianças da rua para instituições de jovens infratores sem provas concretas contradiz o Estatuto da Criança e do Adolescente e também é alvo de críticas.
O relatório trata das condições de vida das crianças no Brasil e foi elaborado por 18 peritos independentes da ONU com base em informações fornecidas pelo governo brasileiro e a sociedade civil. Ele parabeniza programas como o Mais Médicos, Bolsa Família e Brasil Sem Miséria, mas destaca a urgência de novas medidas que protejam os direitos das crianças, principalmente as mais vulneráveis, como indígenas, negras e com deficiência.
Apesar de elogiar a adoção de políticas educacionais inclusivas, a organização critica o ensino ainda segregador para crianças com deficiência. O documento também destaca o alto número de adolescentes grávidas, principalmente entre 10 e 14 anos, em situação de vulnerabilidade e critica a criminalização do aborto no Brasil, que vitimiza adolescentes.
O comitê ainda mostrou preocupação com as 250 mil remoções forçadas em razão das obras da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas de 2016, sem compensar os moradores de forma justa, afetando seus meios de vida e o bem-estar e desenvolvimento das crianças.
O relatório completo, em inglês, está disponível na página do Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

Saiba Mais


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O Natal na favela (charge de Latuff)


O Natal na favela
“Botei meu sapatinho
Na janela do quintal
Papai Noel deixou
Meu presente de Natal

Como é que Papai Noel
Não se esquece de ninguém
Seja rico ou seja pobre
O velhinho sempre vem
Seja rico ou seja pobre
O velhinho sempre vem”

Como é linda a fantasia, e dura a realidade.

Natal na UPP

Conselho de Direitos Humanos cobra punição de crimes cometidos por policiais


Sexta, 9 de outubro de 2015
Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
Brasília - Reunião dos representantes do Conselho Nacional de Direitos Humanos para tratar de assassinatos praticados por autoridades públicas, especialmente PMs (José Cruz/Agência Brasil)
A presidenta em exercício do conselho, Ivana Farina, diz que houve um aumento no número de homicídios cometidos por policiais —José Cruz/Agência Brasil
O Conselho Nacional de Direitos Humanos vai cobrar das autoridades ações para acabar com os homicídios cometidos por agentes públicos, especialmente policiais militares, em todo país. Segundo a presidenta em exercício do conselho, Ivana Farina, houve um aumento no número dessas mortes, e mais de 100 casos estão sob investigação do conselho atualmente.
A entidade pede o fim de designações genéricas, como autos de resistência, em registros policiais. Segundo Ivana, esse é um mecanismo usado para justificar lesões e mortes decorrentes das ações policiais e não está previsto na legislação. Ela destacou que, em 2012, o conselho publicou a Resolução nº 8, que trata do assunto, mas que não foi amplamente adotada pelos órgão de segurança.
“É impossível imaginar que o Estado cumpra com sua obrigação de garantia da segurança se ele próprio não promove ações efetivas e incisivas contra práticas criminosas dentro da sua estrutura. […] Não se exclui crime pela figura da resistência seguida de morte, se exclui crime por legítima defesa, por exemplo”, disse.
Ivana explicou que o conselho levará o tema para debate em colegiados nacionais, como do Ministério Público, do Judiciário e das secretarias de Segurança Pública. Os conselheiros cobrarão ainda agilidade na tramitação do Projeto de Lei 4.471/12, que está pronto para votação na Câmara dos Deputados. O texto cria regras rigorosas para a apuração de mortes e lesões corporais decorrentes das ações de agentes do Estado, como policiais.
Saiba Mais

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Jovens negros e pobres são maioria entre vítimas de chacinas

Quinta, 1º de outubro de 2015
Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil
Por volta das 23h do dia 18 de abril deste ano, três pessoas armadas entraram na sede da torcida organizada do Corinthians (Pavilhão 9), na zona oeste da capital, logo após um churrasco. Doze torcedores ainda estavam no local. Quatro deles conseguiram fugir, mas os demais foram obrigados a se ajoelhar e a deitar no chão. Todos foram executados. Sete morreram no local. A oitava vítima chegou a ser socorrida, mas morreu no hospital.