Quarta, 2 de dezembro de 2009
Por Ivan de Carvalho

Essa alternativa, segundo a versão, teria sido descartada pela maioria da Executiva ante os receios de que Arruda realmente tivesse acusações a fazer a alguns outros democratas de fora do Distrito Federal de se haverem beneficiado de recursos arrecadados pelo esquema do candidato a governador do DF, esquema que funcionou nos anos de 2004, 2005 e 2006, na preparação para a candidatura de Arruda a governador.
A divergência na Executiva do DEM a respeito da expulsão sumária ou da abertura de um rápido processo administrativo contra Arruda ficou exposta especialmente por um fato. O deputado Ronaldo Caiado, líder do DEM na Câmara dos Deputados e os senadores José Agripino, líder da bancada do partido no Senado, e seu liderado Demóstenes Torres assinaram ontem um pedido de expulsão de Arruda. O pedido foi divulgado pelo Tuitter de Caiado pouco antes do início da reunião da Executiva. Agripino publicou a mesma nota em seu próprio twitter já às 17h36min, durante a reunião, que começara uma hora antes. A Executiva poderá examinar também a expulsão da legenda do vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio e do presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, ambos citados no inquérito da PF supervisionado pelo Superior Tribunal de Justiça. Enquanto isso, o deputado democrata ACM Neto, corregedor da Câmara federal, disse que o caso do Distrito Federal é diferente do caso do Mensalão. “Não considero que existam elementos para se concluir que isso é um mensalão. O problema do PT era um problema do partido todo. No caso do governador do Distrito Federal, é uma situação que alcança uma liderança do partido e não o partido todo”, disse, acrescentando: “O Democratas nacional não tem nenhuma responsabilidade sobre isso. Não dá para traçar nenhuma comparação. Vamos nos diferenciar do PT e outros, na medida em que tomaremos providências. O partido não vai passar a mão na cabeça de Arruda. O que demos a ele foi o direito constitucional e democrático de se defender”.
Amém.
Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta quarta-feira.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano