Deu no jornal digital "Brasília 247"
Por Noelle Oliveira
Foto: George Gianni / Agência Brasília
Proibida pela Justiça de terceirizar gestão, Secretaria de Esporte firma convênios com entidades sem fins lucrativos. Centro de Tradições Nordestinas foi a última contratada
Em fevereiro deste ano, o governo do Distrito Federal rompeu contrato
com as organizações não governamentais (ONGs) que gerenciavam as vilas
olímpicas do DF. A mudança foi determinada pela Justiça. Desde então, o
comando dos hoje conhecidos centros olímpicos passou para as mãos da
Secretaria de Esportes. Em 2011, a pasta firmou dois convênios que somam
cerca de R$ 13 milhões, com a Fundação Assis Chateaubriand (FAC) e com o
Centro de Tradições Nordestinas (CTN) – ambas entidades sem fins
lucrativos – para implantarem o projeto pedagógico dos centros
olímpicos.
As unidades de Ceilândia, Samambaia e São Sebastião têm convênios com a
FAC desde agosto. O processo legal para a parceria passou por um
chamamento público da Secretaria de Esporte, que recebeu as propostas
das entidades sem fins lucrativos e, então, selecionou a vencedora. A
parceria custou ao governo local R$ 3,4 milhões. Ela é assinada pelo
secretário de Esporte, Célio René Trindade, e por Evaristo de Oliveira,
vice-presidente executivo do jornal Correio Braziliense e
vice-presidente da Fundação Assis Chateubriand. A fundação é apoiada
pelo grupo Diários Associados, do qual o jornal faz parte.
Já os recém-inaugurados centros olímpicos do Gama e do Recanto das Emas
têm convênio com o CTN. O acordo foi assinado em outubro. Ainda
fechados, os centros de Santa Maria e Brazlândia também aparecem como
beneficiados desse último convênio. Segundo a Secretaria de Esporte, a
estrutura dos dois centros já está concluída, mas eles ainda não foram
abertos. O valor pago pelo governo ultrapassa R$ 8 milhões. Nos dois
convênios há contrapartida das instituições, em torno de 10% do valor
total contratado.
A Secretaria de Esporte destaca que os acordos não tratam da gestão das
unidades, como ocorria com as ONGs. Estão focados, segundo os
documentos formais publicados no Diário Oficial do DF, no “fomento a
práticas esportivas nos segmentos de educação, participação e
rendimento”. Ações definidas pela secretaria como adicionais. No caso da
FAC, entre as atividades desenvolvidas está, por exemplo, o Festival
Esportivo que ocorre esta semana e promove competições tanto em cada um
dos centros, como integrando os três conveniados. Um ciclo de palestras
sobre bullying, drogas e violência doméstica também está agendado.
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