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(Millôr Fernandes)

sábado, 26 de novembro de 2011

GDF troca ONGs por Assis Chateaubriand

Sábado, 26 de novembro de 2011
Deu no jornal digital  "Brasília 247"
Por Noelle Oliveira 
Foto: George Gianni / Agência Brasília

Proibida pela Justiça de terceirizar gestão, Secretaria de Esporte firma convênios com entidades sem fins lucrativos. Centro de Tradições Nordestinas foi a última contratada

Em fevereiro deste ano, o governo do Distrito Federal rompeu contrato com as organizações não governamentais (ONGs) que gerenciavam as vilas olímpicas do DF. A mudança foi determinada pela Justiça. Desde então, o comando dos hoje conhecidos centros olímpicos passou para as mãos da Secretaria de Esportes. Em 2011, a pasta firmou dois convênios que somam cerca de R$ 13 milhões, com a Fundação Assis Chateaubriand (FAC) e com o Centro de Tradições Nordestinas (CTN) – ambas entidades sem fins lucrativos – para implantarem o projeto pedagógico dos centros olímpicos.

As unidades de Ceilândia, Samambaia e São Sebastião têm convênios com a FAC desde agosto. O processo legal para a parceria passou por um chamamento público da Secretaria de Esporte, que recebeu as propostas das entidades sem fins lucrativos e, então, selecionou a vencedora. A parceria custou ao governo local R$ 3,4 milhões. Ela é assinada pelo secretário de Esporte, Célio René Trindade, e por Evaristo de Oliveira, vice-presidente executivo do jornal Correio Braziliense e vice-presidente da Fundação Assis Chateubriand. A fundação é apoiada pelo grupo Diários Associados, do qual o jornal faz parte.

Já os recém-inaugurados centros olímpicos do Gama e do Recanto das Emas têm convênio com o CTN. O acordo foi assinado em outubro. Ainda fechados, os centros de Santa Maria e Brazlândia também aparecem como beneficiados desse último convênio. Segundo a Secretaria de Esporte, a estrutura dos dois centros já está concluída, mas eles ainda não foram abertos. O valor pago pelo governo ultrapassa R$ 8 milhões. Nos dois convênios há contrapartida das instituições, em torno de 10% do valor total contratado.

A Secretaria de Esporte destaca que os acordos não tratam da gestão das unidades, como ocorria com as ONGs. Estão focados, segundo os documentos formais publicados no Diário Oficial do DF, no “fomento a práticas esportivas nos segmentos de educação, participação e rendimento”. Ações definidas pela secretaria como adicionais. No caso da FAC, entre as atividades desenvolvidas está, por exemplo, o Festival Esportivo que ocorre esta semana e promove competições tanto em cada um dos centros, como integrando os três conveniados. Um ciclo de palestras sobre bullying, drogas e violência doméstica também está agendado.
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