Sábado, 26 de novembro de 2011
Do Estadão
Carta subscrita por 51 antigos militantes diz que movimento deixou de lutar pelo socialismo e perdeu combatividade com chegada do PT ao poder
Roldão Arruda, de O Estado de S.Paulo
Um grupo de 51 militantes e apoiadores do Movimento dos
Sem-Terra (MST), a maioria veteranos na luta pela reforma agrária,
divulgou carta na qual anuncia o desligamento da organização por
discordar de seu projeto político atual. Na avaliação do grupo, o MST,
além de burocratizado e institucionalizado, está integralmente
subordinado às políticas do governo federal.
"Vem se conformando uma ampla aliança política, consolidando um
consenso que envolve as principais centrais sindicais e partidos
políticos, MST, Movimento dos Trabalhadores Desempregados, Via
Campesina, Consulta Popular, em torno de um projeto de desenvolvimento
para o Brasil, subordinado às linhas políticas do governo", diz a carta.
Na avaliação dos signatários, trata-se de uma "esquerda pró-capital" e
destinada a "movimentar a massa dentro dos limites da ordem e para
ampliar projetos assistencialistas".
Trata-se de uma crítica radicalmente de esquerda. O texto afirma que,
além de perder a combatividade a partir de 2003, com a chegada do PT ao
poder, o MST deixou de lutar pelo socialismo.