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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 30 de maio de 2012

CPMI ouve ex-diretor da Delta preso pela Polícia Federal

Quarta, 30 de maio de 2012
Estão marcados para hoje também outros quatro depoimentos. Parlamentares podem votar ainda pedido de quebra de sigilo do governador de Goiás, Marconi Perillo.

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira ouve hoje Cláudio Abreu, ex-diretor da empresa Delta no Centro-Oeste, preso pela Polícia Federal em abril na Operação Saint-Michel. Ele é investigado como o principal operador de Carlinhos Cachoeira. Também estão marcados para hoje os depoimetnos José Olímpio de Queiroga Neto; Gleyb Ferreira da Cruz; Lenine Araújo de Souza; e Jayme Eduardo Rincón - todos acusados de envolvimento com o contraventor.

Os advogados de Abreu obtiveram no Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para que ele permaneça em silêncio para não se incriminar e o direito de estar acompanhado por seu advogado durante o depoimento. Os demais depoentes também já anunciaram que devem ficar calados durante a reunião. Na semana passada, tanto Cachoeira quanto três dos acusados de assessorá-lo em atividades ilícitas se mantiveram em silêncio diante dos questionamentos dos parlamentares.


O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), tem argumentado que a comissão conta com outros instrumentos de investigação e não depende apenas dos depoimentos. Para o relator, é preciso analisar os documentos das investigações da Polícia Federal já recebidos pela comissão e as informações obtidas com a quebra dos sigilos fiscais, telefônicos e bancários de acusados. Ontem, a CPMI quebrou o sigilo da Empresa Delta.


Governador de Goiás
 

Na reunião de hoje, também pode ser votado o requerimento de quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O pedido estava na pauta da reunião de ontem da comissão,  mas em razão do início da Ordem do Dia no Senado não foi votado.

Questionado sobre a quebra de sigilo dos outros governadores, o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que é preciso “individualizar” a investigação e começar por Perillo, que tem mais indícios de envolvimento com a organização de Carlinhos Cachoeira. “A organização criminosa atuou a partir de uma base territorial muito específica, com agentes públicos específicos, e isso tem a ver com o governo de Goiás, com o governo do Distrito Federal. Nós vamos a cada tempo produzindo uma investigação que compreenda bem as pessoas que têm prerrogativa de foro e foram cooptadas pela organização”, disse.

Marconi Perillo chegou a ir ao plenário da comissão ontem para depor, mas não conseguiu falar aos parlamentares.  O governador afirmou que não há nenhum envolvimento de Cachoeira ou de sua organização no governo do estado, que tomou todas as medidas necessárias para combater os jogos clandestinos e que os contratos da Delta com o estado são “pequenos”.

A reunião da CPMI está marcada para as 10h15 na Sala 2, da Ala Senador Nilo Coelho, no Senado.

Saiba mais sobre a CPMI do Cachoeira.

Fonte: Agência Câmara de Notícias