Segunda, 28 de maio de 2012
Os partidos de oposição – DEM, PSDB e PPS – protocolaram
hoje (28) representação criminal na Procuradoria-Geral da República
contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento pede a
instauração de inquérito policial para investigar a veracidade das
denúncias feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar
Mendes, à revista Veja desta semana.
Mendes contou à reportagem da revista que, em encontro com o
ex-presidente, no escritório do ex-ministro da Justiça e ex-presidente
do STF, Nelson Jobim, foi pressionado a se posicionar de modo a retardar
o julgamento do processo do mensalão, que irá julgar 38 réus acusados
de participar de um esquema de compra de votos favoráveis ao governo
Lula no Congresso, em 2005.
Para constranger o ministro, o ex-presidente teria perguntado de uma
viagem que Mendes fez a Berlim. De acordo com a representação entregue
pelos oposicionistas, reproduzindo texto da Veja, o
ex-presidente “se referia a boatos de que o ministro e o senador
Demóstenes Torres teriam viajado para a Alemanha à custa de Carlos
Cachoeira e usado um avião cedido pelo contraventor”.
Segunda a reportagem, o ex-presidente teria oferecido proteção ao
ministro na comissão parlamentar de inquérito que investiga as
atividades de Cachoeira, acusado de controlar esquema de jogos ilegais
em Goiás e de tráfico de influência.
Os oposicionistas afirmam que a atitude do ex-presidente configura
crimes de corrupção ativa, de tráfico de influência e de coação no curso
do processo. A representação encaminhada ao procurador-geral da
República, Roberto Gurgel, pede que, além da abertura de inquérito
policial, seja oferecida denúncia criminal e abertura de ação penal
contra o ex-presidente.
“O que o Ministério Público tem que averiguar é se há de fato um
gerenciamento indevido junto a uma autoridade pública. Isso é uma
conduta criminosa que o procurador-geral da República precisa investigar
e transformar ou não em ação competente”, declarou o líder do PSDB na
Câmara, deputado Bruno Araújo (PE).
Assim que passar pelo protocolo da Procuradoria-Geral da República, a
representação será encaminhada ao procurador-geral, que decidirá que
medidas tomar. Gurgel não tem prazo para responder ao requerimento
apresentado pelos parlamentares do PSDB.
Mariana Jungmann, repórter