Quinta, 24 de maio de 2012
Da Agência Brasil
Luciana Lima, repórter
O sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, 
conhecido como Dadá, e o jornalista Jairo Martins de Souza, se recusaram
 a responder às perguntas dos deputados e senadores que integram a 
Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Diante da 
recusa, as sessões destinadas a ouvi-los foram suspensas.
O advogado das duas testemunhas, Leonardo Gagno, informou que a opção 
por invocar o direito constitucional de permanecer calado serve para que
 seus clientes não produzam provas contra si próprios. Ele destacou que a
 estratégia a ser adotada pela defesa na Justiça será a de desqualificar
 as gravações de conversas feitas pela Polícia Federal que, segundo ele,
 são ilegais.
As interceptações foram autorizadas pela Justiça, no entanto, a defesa 
alega que a decisão de autorizá-las não apresenta embasamento jurídico. 
"Todas as perguntas vão ter origem nas interceptações. Então, eles não 
podem responder sobre aquilo que estamos pedindo a nulidade", disse o 
advogado.
Dadá e Jairo Martins são acusados pela Polícia Federal de ser espiões 
do grupo. O sargento também é suspeito de arregimentar policiais 
federais, civis e militares para as atividades na organização criminosa.
 O inquérito da Polícia Federal também mostra que ele também atuava na 
promoção dos sites de aposta eletrônica da organização e nas frentes de fechamento de bingos rivais.
Cachoeira é investigado por comandar uma rede criminosa que cooptava 
agentes públicos e privados. Ele também é suspeito de liderar uma rede 
de jogos ilegais. Os inquéritos policiais apontam crimes de contrabando,
 lavagem de dinheiro, evasão de divisas, peculato, violação de sigilo e 
formação de quadrilha que teriam sido praticados pelo grupo.
 
 
 
