Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Mas que sorte da Síria, hein?

Sexta, 30 de agosto de 2013

Carlos Newton
Tribuna da Imprensa
Felizmente, a hegemonia total dos norte-americanos no mundo durou pouco. Com a derrocada da União Soviética, no início dos anos 90, eles julgaram que passariam a mandar em todos países, indefinidamente. Mas o tempo passou, a China emergiu e a Rússia, quem diria?, saiu do estado de catalepsia e foi recuperando as forças.

Durante a hegemonia americana, países indefesos foram covardemente atacados e dominados, sob os argumentos mais sórdidos e até irreais. Afeganistão, Iraque, Líbia foram de roldão. Agora, era a vez da Síria, e tudo caminhava a contento.

A mídia internacional transformara em heróis os mercenários fortemente armados que invadiram a Síria para impor os interesses dos Estados Unidos e de seus aliados/áulicos (França, Grã-Bretanha e Itália). E agora, com o argumento final das armas químicas, tudo estava pronto para o novo massacre.

Mas os americanos não esperavam enfrentar tanta oposição da Rússia e da China no Conselho de Segurança da ONU. Pior: não contavam com a tecnologia russa, cujos satélites-espiões conseguiram flagrar os rebeldes usando as armas químicas na Síria, para colocar a culpa nas forças armadas do país. Foi realmente a salvação da Síria, porque a manobra conseguiu desmoralizar os Estados Unidos e seus satélites.

Agora, todos os demais países deveriam festejar essa volta da Rússia ao xadrez da política internacional independentes. Nada melhor do que o equilíbrio, para que a balança da Justiça possa funcionar sem golpes e manobras ignóbeis.
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