Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cármen Lúcia: financiamento de campanhas é 'ponto nevrálgico' para transformação

Quinta, 29 de agosto de 2013
Djalba Lima

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, defendeu o fim das contribuições de empresas para campanhas eleitorais e o estabelecimento de um teto para as doações de pessoas físicas a candidatos, mas pediu aos senadores que consultem a sociedade sobre a ampliação do financiamento público. Ao participar de sessão temática sobre reforma política no Senado, nesta quinta-feira (29), Cármen Lúcia disse que o financiamento de campanhas é "o ponto nevrálgico" para uma transformação, e não apenas mais uma reforma, na política.

Para a ministra, a questão está mal colocada, porque "há dinheiro público – e muito – no processo eleitoral". Para dar uma idéia do montante envolvido, Cármen Lúcia informou que, nas eleições de 2012 – "a mais barata já realizada no Brasil" –, cada votou custou aos cofres públicos R$ 2,41.

– Se somos 140 milhões de eleitores, basta multiplicar para saber o preço do voto. É muito dinheiro, e é necessário, sim – acrescentou.

Respondendo ao senador Walter Pinheiro (PT-BA), a ministra lembrou que a decisão sobre o financiamento de campanha cabe ao Senado e à Câmara dos Deputados, mas o povo tem que ser esclarecido sobre o assunto. Para ela, é preciso que a sociedade inteira saiba e discuta "quanto, por que e para que" são feitos os gastos.

Plebiscito

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) afirmou que quatro partidos – PC do B, PT, PDT e PSB – propuseram uma consulta à população, junto com as próximas eleições, com três questionamentos. Um deles diz respeito ao financiamento de campanhas eleitorais – os outros dois se referem à ampliação da participação popular no Parlamento e à coincidência das eleições.

A presidente do TSE disse que a consulta é possível, mas é preciso ter tempos distintos para informação, questionamento e formulação dos itens do plebiscito. Cármen Lúcia declarou-se a favor de que se pergunte ao povo, diretamente, tudo o que se puder questionar.

– A participação direta é sempre muito bem-vinda e muito melhor.


Fonte: Agência Senado