Segunda, 26 de agosto de 2013
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André Richter, repórter da Agência Brasil
O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal
(STF), determinou abertura de inquérito sobre o senador Gim Argelo
(PTB-DF). A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o parlamentar do
crime de lavagem de dinheiro devido à “movimentações financeiras
atípicas” envolvendo a mulher e o filho de Argello. A investigação foi
autorizada no dia 20 de agosto, mas foi divulgada somente hoje (26).
De acordo com a procuradoria, relatório do Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf) detectou um saque de R$ 800 mil feito por
Márcia Cristina Lanzillote Varandas Argello, mulher de Argello, no dia
28 de junho de 2012. No inquérito, a PGR diz que o valor foi solicitado
ao banco e sacado “em uma lotérica de propriedade do senador”.
Outra movimentação suspeita, segundo a procuradoria, foi feita pelo
filho do parlamentar. Jorge Afonso Argello Júnior movimentou R$ 2,745
milhões em sua conta-corrente de fevereiro a setembro de 2010. Segundo a
PGR, “o valor é incompatível com a renda declarada de R$ 6.500.
Ao determinar a abertura da investigação, o ministro Celso de Mello
pediu que a Polícia Federal ouça o depoimento de Márcia Argello, com
objetivo de comprovar a origem do saque de R$ 800 mil. Também foi
determinada a oitiva de Jorge Argello Júnior para o esclarecimento das
movimentações financeiras.
O advogado Pedro Guerra de Medeiros, que representa o senador, disse
que as movimentações financeiras têm origem lícita e justificadas. "As
movimentações atípicas não são necessariamente condutas ilegais, uma vez
que ele tem movimentações justificadas pela Receita Federal, e ele é
empresário. É absurdo dizer que é um ilícito penal, e ele vai justificar
à Justiça, como já faz perante a Receita Federal há anos."