Segunda,
26 de agosto de 2019
Por
Helio Fernandes*
As
notícias sobre o assunto, divulgadas pelo governo, (desgoverno) provocaram
protestos e fortíssima reação nos círculos militares. Houve uma época, em
que a palavra de ordem no Brasil, divulgada pelos americanos, era, "não ha
petróleo no Brasil".
A
reação revolta vinha direta e imediatamente do grande Monteiro Lobato. Escritor
de histórias infantis de notável sucesso, combatia os estrangeiros que roubavam
nossas riquezas. Costumava dizer e repetir: "De manhã, quando acordo e
ligo a luz, começo a pagar royalties à Light".
Depois
completava: "Para fazer o café, precisava do gás, quem me explorava era a
única multinacional francesa, a Societé Anonime de Gas". Lutava
praticamente sozinho. Quando se convenceu que a maior roubalheira vinha das
multinacionais do petróleo, recebeu apoio militar colossal.
Em
reuniões memoráveis e inesquecíveis, o histórico Clube Militar emocionou e
empolgou o país, retumbando "O PETRÓLEO É NOSSO". Anos depois,
descobrimos petróleo a 4 ou 5 mil metros no fundo do mar, ( o Pré-Sal, passamos
a sócios das potências do setor) somos ameaçados por todos os lados.
PS-
Agora quem intimida a Petrobras querendo DOAR toda a nossa riqueza
impressionante, é o próprio governo. (Desgoverno).
PS2-
Não podemos reviver um combatente como Monteiro Lobato.
PS3-
Mas os militares, por eles, filhos, netos e o compromisso com o país, não podem
abandonar a luta, deixar que roubem nossa maior riqueza.
PS4-
O PETRÓLEO É NOSSO, foram os militares que disseram. Agora, não podem
negar.
DESMATAMENTO, QUEIMADAS, MEIO AMBIENTE
SUBSERVIENTE, TROPAS, BOLSONARO, MACRON, SANÇÕES, PANELAÇO, G7, NENHUMA SOLUÇÃO
1-
A partir de quinta feira, até agora, o mundo inteiro discute e condena, a
Amazônia. Com prioridade total e absoluta para o desmatamento. E as consequêntes
queimadas. Tudo agravado pela "existência" de um ministro do Meio
Ambiente, incompetente, imprudente, subserviente. Não devia ter sido nomeado.
Se pedisse demissão, talvez se recuperasse.
2-
Bolsonaro fez dois discursos. O primeiro, audaciosamente provocador. Chamou o
presidente Macron de MENTIROSO. Ele sentiu o golpe. Como estava marcada para
sábado e domingo, na França, reunião do "G7", colocou a Amazônia na
pauta da reunião. E fez a proposta de impor SANÇÕES ao Brasil.
3-
Como ainda era quinta-feira, Bolsonaro fez o segundo discurso, conseguiu total
recuperação. Ainda mais duro com Macron, conciliador com a coletividade.
Protestou contra as sanções, acusou Macron de defender interesses subalternos.
O discurso teve enorme repercussão e "rachou" o G7. A primeira
reunião marcada para sábado, oficialmente não se realizou.
4-
A convocação imediata do Exército para acabar com as queimadas, ponto favorável
para Bolsonaro, mas apenas na França. No Brasil, ressuscitaram os panelaços, em
todos os estados. Logicamente contra Bolsonaro. Parecia falta de patriotismo.
Nada disso. O presidente era cobrado pelos 7 meses de erros e equívocos. E a
tremenda impopularidade acumulada. (Nem o português secretário-geral da ONU
escapou).
5-
No sábado não houve reunião oficial do G7. Conversaram o dia todo, sem agenda,
sem ata, sem gravação. Não havia maioria a favor das sanções, que consideravam
absurdas. Só que Macron, dono da casa, exigia votação e aprovação das sanções
contra o Brasil. Ele almoçou sozinho com Trump.
6-
Só se reuniram oficialmente no sábado, 9 da noite, 4 da tarde no Brasil. Muito
tarde e sem clima para coisa alguma. Fizeram então o primeiro acordo. Deixaram
a primeira e última reunião para o dia seguinte, domingo.
7-
Em 24 horas reviravolta total. Em Biarritze, Paris, Nova Iorque, Londres,
gigantescas manifestações contra o G7 coletivamente e atingindo Macron
pessoalmente. Este, assustado, perdão, apavorado, mudou inteiramente o
discurso. Abandonou a agressão, defendeu a colaboração e ajuda a
Amazônia. Justificativa: "A França também é amazônica, temos a
Guyana". Ridicularizado, silenciou, mas os outros, não.
8-
O primeiro a criticar e se posicionar contra as sanções propostas por Macron,
foi o Primeiro Ministro do Reino Unido. Sem nenhuma dúvida, claramente
afirmou: "Aproveitar um momento de crise para romper acordos e obter
vantagens comerciais, é inaceitável". Ninguém ficou contra Boris Jhonson.
Recebeu apoios, alguns ficaram reticentes. A pauta era extensa, incluindo a
guerra comercial China - EUA. Encerraram, marcaram outra para 31 de outubro.
9-
O Brasil e a Amazônia receberam garantia de ajuda de dezenas de fontes. Da
potência EUA à endividada Argentina, nobre solidariedade. Aqui dentro,
Bolsonaro não saiu das tvs e das redes. Palavras. Palavras. Palavras.
10-
Fez questão que o último ato do espetáculo fosse dele, curto, inútil,
inverídico: "A floresta não está pegando fogo. Só nas áreas
desmatadas". Por que não acabou com o desmatamento? Não foi ele que
começou, mas continuou sem protesto. O ultimo ato do episodio, deveria ter sido
a demissão do ministro. Ainda está em tempo.
BOLSOMORO
Os
episódios envolvendo os dois, são diários e infindáveis. Sempre com BOLSO
atacando MORO, impiedosamente. Sem resposta, com total subserviência. Ontem e
anteontem duas agressões da parte do presidente, sem reação do ministro.
A
primeira: MORO comunicou a BOLSO, que convidara o presidente do COAF para
continuar no cargo. BOLSO "esqueceu", nomeou outro que nem esperava.
A
segunda, com extrema e inusitada violência. A Polícia Federal vivia uma rotina
de autoridade e austeridade. A PF é subordinada ao ministro da Justiça. BOLSO
fez intervenção, desfez tudo que MORO determinara.
Muitos
estranharam, BOLSO respondeu, deliberadamente acintoso e repulsivo: "MORO
não tem nada a ver, quem manda em tudo sou eu". Nenhuma resposta.
AS
QUEIMADAS PROJETARAM A AMAZÔNIA NAS MANCHETES DO MUNDO
É
o grande assunto, interno e externo. Supostos lideres da UE, se movimentaram
para ganhar manchetes e criminalizar o Brasil. Convocaram o presidente da ONU
para condenar o Brasil. Coordenaram países para destacar o combate à Amazônia
no G-7. Convidaram atores e jogadores famosos para criticarem a atuação do
governo brasileiro, que teria abandonado a Amazônia.
Antes
de Bolsonaro ter criado o "gabinete da crise", o presidente da Câmara
anunciou que criaria uma Comissão para investigar a questão das queimadas,
unicamente isso. A preservação da Amazônia e a defesa da independência do
Brasil, são razões de Estado. (Continua).
BOLSONIX
Tendo
afastado Moro do jogo, o presidente não pôde contar com ele para confundir a
batalha do desmatamento e das queimadas. (Toda a Polícia Federal ficou
estarrecida. O presidente tratou de forma insultuosa o ministro da Justiça, a
quem a PF é subordinada. Silêncio de Moro, aceitou tudo calado).
O
presidente convocou então outro incompetente e subserviente, o chefe da Casa
Civil. Que veio com um disparate, bem ao seu estilo. Textual: "Os europeus
querem utilizar a Amazônia e estabelecer barreiras ao crescimento de bens e
serviços do Brasil".
Recebeu
elogios do próprio Bolsonaro. Que no entanto, permaneceu no caminho e roteiro,
inteiramente diferente. (Continua).
NÃO É VÉSPERA DE RECESSÃO GERAL
Mas
os mercados do mundo, TODOS, fecharam a semana em baixa. O Brasil se incorporou
a esses lucros previstos e realizados. Como é tudo planejado, ganham na ida e
na volta, vendendo ou comprando.
A
Bovespa caiu 2,5% ficou longe dos 100 mil pontos.
O
dólar ultrapassou fácil os 4 reais, ninguém reclamou.
*Fonte: Blog Oficial do Jornal da Tribuna
da Imprensa. Matéria pode ser republicada com citação do autor.