Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Trump ameaça China com tarifas adicionais de 50% após Pequim retaliar

Segunda, 7 de abril de 2025

Produtos chineses enviados aos EUA poderão ter taxa de 84%.

Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 07/04/2025 - 15:27
Brasília

Lucas Pordeus León — Repórter da Agência Brasil
Publicado em 07/04/2025
Brasília

O presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ameaçou a China nesta segunda-feira (7) com tarifas adicionais de 50% sobre todas as importações do país caso Pequim não recue da decisão de impor tarifas recíprocas contra Washington.

“Se a China não retirar seu aumento de 34% acima de seus abusos comerciais de longo prazo até amanhã, 8 de abril de 2025, os Estados Unidos imporão Tarifas ADICIONAIS à China de 50%, com efeito em 9 de abril”, anunciou o presidente estadunidense em uma rede social.

domingo, 26 de fevereiro de 2023

Guerra na Ucrânia: o Sul Global rejeita a Otan

Domingo, 26 de fevereiro de 2023

Instalação Lumbung, em Kassel, na Alemanha, realizada em 2022 pelo coletivo ruangrupa, de Jacarta, Indonésia

Guerra na Ucrânia: o Sul Global rejeita a Otan

Surpresa num estudo de Cambridge, a partir de pesquisas em 137 países: 70% simpatizam com a China e 66% com a Rússia. Cresce a crítica ao colonialismo – ampliada pelo apartheid vacinal, pilhagem financeira e desigualdade inédita

OUTRASPALAVRAS
Publicado 24/02/2023

Por Krishen Mehta na Monthly Review online | Tradução: Maurício Ayer

Em outubro de 2022, cerca de oito meses após o início da guerra na Ucrânia, a Universidade de Cambridge, no Reino Unido, harmonizou pesquisas que perguntavam aos habitantes de 137 países a respeito de suas opiniões sobre o Ocidente, a Rússia e a China. As descobertas em estudo combinado são robustas o suficiente para exigir de nós séria atenção.Das 6,3 bilhões de pessoas que vivem fora do Ocidente, 66% têm sentimento positivo em relação à Rússia e 70%, o mesmo em relação à China.

75% dos entrevistados do Sul da Ásia, 68% dos entrevistados da África francófona e 62% dos entrevistados do Sudeste Asiático relatam um sentimento positivo em relação à Rússia.

A opinião pública sobre a Rússia também é positiva na Arábia Saudita, Malásia, Índia, Paquistão e Vietnã.

Essas descobertas causaram alguma surpresa, e até raiva, no Ocidente. É difícil para os líderes ocidentais compreenderem que dois terços da população mundial simplesmente não estão alinhados com o Ocidente neste conflito. Não obstante, acredito que sejam cinco as razões pelas quais o Sul Global não se posicione do lado ocidental. Discuto essas razões brevemente a seguir.

1. O Sul Global não acredita que o Ocidente entenda ou tenha empatia pelos seus problemas

O ministro das Relações Exteriores da Índia, S. Jaishankar, resumiu sucintamente em uma entrevista recente: “A Europa precisa superar a mentalidade de que os problemas da Europa são problemas do mundo, mas os problemas do mundo não são problemas da Europa”. Os países em desenvolvimento enfrentam muitos desafios, desde as consequências da pandemia, o alto custo do serviço da dívida e a crise climática que devasta seus ambientes até a dor da pobreza, a escassez de alimentos, as secas e os altos preços de energia. O Ocidente mal deu ouvidos à seriedade de muitas dessas questões, mas insiste que o Sul Global se junte a ele nas sanções à Rússia.

A pandemia de covid-19 é um exemplo perfeito. Apesar dos repetidos apelos do Sul Global para que a propriedade intelectual das vacinas fosse compartilhada com o objetivo de salvar vidas, nenhuma nação ocidental se dispôs a fazê-lo. A África permanece até hoje o continente com as menores taxas de vacinação do mundo. As nações africanas têm capacidade para fabricar as vacinas, mas sem a propriedade intelectual necessária elas permanecem dependentes de importações.

A ajuda, porém, veio da Rússia, da China e da Índia. A Argélia lançou um programa de vacinação em janeiro de 2021, depois de receber seu primeiro lote de vacinas Sputnik V, da Rússia. O Egito iniciou as vacinações depois de receber a vacina chinesa Sinopharm quase ao mesmo tempo, enquanto a África do Sul adquiriu um milhão de doses de AstraZeneca do Serum Institute, da Índia. Na Argentina, a Sputnik tornou-se a base do programa nacional de vacinas. Enquanto tudo isso acontecia, o Ocidente usava seus recursos financeiros para antecipar a compra de milhões de doses, que muitas vezes eram destruídas por expirarem. A mensagem para o Sul Global foi clara: a pandemia em seus países é problema de vocês, não nosso.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O Dragão e o Urso


Quinta, 12 de fevereiro de 2015
Depois de afirmar - sob pressão de um Congresso majoritariamente republicano - que pretendia enviar armamento letal "defensivo" para ser usado pelo governo ucraniano contra  “rebeldes” de cultura e etnia russa, o presidente dos EUA, Barack Obama, amenizou suas declarações, após se encontrar com Angela Merkel na Casa Branca.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O Dólar Vermelho

Terça, 10 de fevereiro de 2015
A imprensa internacional destaca o crescimento da economia norte-americana, o que está sendo negado por observadores como o ex-secretário do Tesouro dos EUA John Craig Roberts, que afirma que os números são falsos, fruto de manipulação de dados de financiamento do sistema de saúde.
Enquanto isso, cresce o protagonismo diplomático, econômico e geopolítico da China, segunda economia do mundo, dona das maiores reservas monetárias do planeta e principal credora dos Estados Unidos, que substitui Washington e a Europa como fonte de liquidez cambial, empréstimos internacionais Estado a Estado e financiamento para infraestrutura.
A ofensiva financeira de Pequim ocorre, também, em regiões em que há forte influência brasileira, e que já foram consideradas, no passado, como um “quintal” exclusivo dos norte-americanos, o que faz com que o “establishment” dos Estados Unidos esteja, há anos, preocupado com o tema.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Familiares de dirigentes chineses acumularam bens em paraísos fiscais, diz relatório

Quinta, 23 de janeiro de 2014
Do Opera Mundi
Informação foi divulgada por diversos jornais nesta quarta-feira; páginas tiveram acesso bloqueado após publicação

Parentes de pelo menos cinco dirigentes do alto escalão do governo chinês têm bens em paraísos fiscais do Caribe, de acordo com informação divulgada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês). Os dados foram publicados por diversos jornais, como o Guardian, o Monde e o Süddetusche Zeitung, que tiveram o acesso bloqueado na China após a divulgação.

sábado, 5 de outubro de 2013

China emprega 2 milhões de pessoas para controlar a internet

Sábado, 5 de outubro de 2013
Pequim – A China emprega dois milhões de pessoas para controlar o uso da internet pelos cidadãos, segundo órgão de Comunicação Social estatal, com o proposito de acompanhar a rede online chinesa.

Os  funcionários realizam buscas por palavras-chave para monitorizar  dezenas de milhões de mensagens que são colocadas diariamente nas redes sociais e nos sites na internet, segundo o jornal Beijing News.

As autoridades de censura da China controlam firmemente os conteúdos online, por medo de instabilidade política ou social que possa desafiar o poder do Partido Comunista.

Os políciais da Internet são trabalhadores do setor de propaganda do Governo e  acompanham sites comerciais, noticiou Beijing News. O jornal afirmou ainda que, apesar do grande número, estes polícias nem sempre são capazes de prevenir comentários considerados indesejáveis ao Governo.

Nos últimos anos as autoridades proibiram as redes sociais Facebook e Twitter, que foram fundamentais para a onda de protestos que aconteceram no Médio Oriente e Norte da África no final de 2010 e 2011, no que ficou conhecido como Primavera Árabe. No último ano, bloquearam também o jornal The New York Times depois de ter acusado o ex-primeiro-ministro chinês Wen Jiabao de ter acumulado uma enorme fortuna enquanto esteve no Governo.

As autoridades detiveram também centenas de pessoas por espalharem rumores online e advertiu os detentores de blogs com milhões de seguidores para colocarem comentários mais positivos.

O Supremo Tribunal alertou este mês, que os utilizadores da internet poderiam enfrentar até três anos de prisão se colocassem informações caluniosas nas redes sociais que sejam lidas  mais de cinco mil vezes ou encaminhada mais de 500 vezes.

A China tem mais de 500 milhões de participantes da internet, a maior população online do mundo.

Fonte: Agência Lusa com Agência Brasil 

sábado, 29 de dezembro de 2012

Arcebispo Desmond Tutu, da África do Sul, apela por libertação de Liu Xiaobo, Prêmio Nobel da Paz

Sábado, 29 de dezembro de 2012
Líder chinês Xi Jinping: Liberte o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo e sua esposa Liu Xia
Líder chinês Xi Jinping: Liberte o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Liu Xiaobo e sua esposa Liu Xia
Desmond Tutu
Petition by
Desmond Tutu
South Africa

Liu Xiaobo é um intelectual chinês proeminente, ativista da democracia e o único ganhador do Prêmio Nobel preso. Na condição de colega também premiado, peço para você se unir a nós e a outros 134 ganhadores do Nobel para apelar ao líder chinês Xi Jinping pela libertação de Liu Xiaobo e de sua esposa, Liu Xia, que está em prisão domiciliar.
 
Dr. Liu é ativista histórico dos direitos humanos e foi condenado em 2009 por ajudar a escrever um manifesto político, a “Carta 08”, favorável à reforma democrática pacífica e com pedidos de mais respeito aos direitos humanos e do fim do regime de um partido só na China. Depois de capturar Dr. Liu, a polícia o prendeu sem acusação e o deixou sem acesso a um advogado por seis meses. O governo impediu também que a esposa de Liu, diplomatas internacionais e a imprensa assistissem ao julgamento.
 
Em 8 de outubro de 2010, o Comitê Norueguês do Nobel deu o passo corajoso de conceder a Dr. Liu o Prêmio Nobel da Paz em reconhecimento à “luta longa e não violenta pelos direitos fundamentais na China”.
 
Ao invés de celebrar este grande prêmio entregue a um de seus cidadãos, a polícia chinesa colocou a esposa de Dr. Liu, Liu Xia, em prisão domiciliar sem nenhuma acusação ou processo legal, e impediram que diplomatas e jornalistas se encontrassem com ela.
 
Dois anos depois, tanto Dr. Liu quanto Liu Xia continuam detidos. Apesar de as Nações Unidas afirmarem que a detenção de Dr. Liu e a prisão domiciliar de Liu Xia violam as leis internacionais, o governo continua a isolá-los do resto do mundo.
 
Essa violência flagrante contra o direito fundamental ao processo e à livre expressão deve ser publicizada e confrontada com força pela comunidade internacional. É por isso que eu e meus 134 colegas ganhadores do Prêmio Nobel estamos juntos para pedir a libertação imediata e incondicional.
 
Junte-se a nós assinando este abaixo-assinado endereçado ao líder chinês Xi Jinping. Nós confiamos que a sua participação dará uma mensagem clara ao governo chinês de que a continuação da detenção do único prisioneiro do mundo ganhador do Nobel da Paz e de sua esposa -- em clara violação de sua liberdade de expressão e de direito a processo legal -- não será tolerada pela comunidade internacional. Junte-se a nós e faça as novas lideranças chinesas saberem que os direitos humanos fundamentais devem ser respeitados em qualquer lugar.
 
É hora de libertar Liu Xiaobo e Liu Xia.


Desmond M. Tutu
Arcebispo Emérito da Cidade do Cabo, África do Sul.
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Para assinar a petição acesse o site do change.org e em "Buscar abaixo-assinado" pesquise por "desmond tutu".

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

ÁFRICA: Misteriosa rede empresarial chinesa avança sobre recursos naturais

Quinta, 1 de novembro de 2011
DaPública

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A grande ditadura

Quarta, 5 de outubro de 2011 
Por Ivan de Carvalho

A República Popular da China é, sem nenhuma dúvida, a maior ditadura que a história humana registra, sob o aspecto de exercer-se sobre um maior número de pessoas. Se houve outra maior, não nos restaram registros a respeito.

É a mais antiga do mundo, atualmente, com 62 anos de exercício do poder, embora o recorde pessoal pertencesse ao comandante Fidel Castro, que até entregar, por graves razões de saúde, o seu poder e cargo de “presidente” ao irmão Raul Castro (ditadura hereditária), era o homem recordista em tempo de exercício de ditadura no mundo.

Na China tem sido diferente. Após um prolongado mando absoluto de Mao Tsé-tung, passaram a ocorrer agitações e disputas na cúpula do poder e houve mudanças de pessoas e alterações de estilos e mesmo orientações. Mas tudo isso dentro do sistema totalitário que ainda não foi abalado e defende-se sua perpetuação a todo o custo.

No que a ditadura chinesa é realmente sem concorrência na história é quanto ao número de pessoas em que se exerce em um determinado momento. Atualmente, contando com o anexado Tibet, feita à força pela China (apesar de ser contrária a qualquer anexação israelense na Palestina, ainda que mínimas e feitas em decorrência de guerras que não provocou e realizadas pelos antigos donos do lugar, do qual foram expulsos no ano 70 d.C.), o grande país da Ásia, segundo maior do mundo, tem uma população de 1,34 bilhão de escravos, desculpe o leitor, pessoas.

É possível (não fiz contas nem consultei estudos demográficos) que mais gente haja vivido sob o Império Romano, mas não em um dado momento e sim somando-se seus habitantes durante os 15 séculos que durou (contado o Império Romano do Oriente, com sede em Bizâncio).

Pois esse colosso moderno e que agora se moderniza velozmente está com medo da Internet. A China tem hoje mais de 500 milhões de internautas e teme que a Internet se transforme na ponta de lança que viria corroer gradualmente o controle totalitário exercido sobre a sociedade e criar condições para virar o jogo a favor da liberdade algum dia.

Tem mais de 500 milhões de internautas. Perseguidos pelo número de páginas da Internet que estão impedidos (por filtros oficiais) de acessar – essas páginas já atingem 500 mil, como assinala uma síntese da questão em reportagem da Veja desta semana sobre a China.

Como televisão, rádio e jornais na China são controlados pelo governo, que também controla os correios e o que os escravos (cidadãos, quero dizer) enviam por intermédio deles, a Internet era a última porta, que se trata de fechar. O Google, depois de submeter-se a alguns acordos vergonhosos, acabou tomando vergonha e retirou-se para não se desmoralizar.

O Facebook e o Twitter foram proibidos e redes sociais similares foram criadas sob gestão oficial. O Facebook de lá se chama “Renren” e renren significa policial – para inocular e manter o medo dos internautas, Renren aparece no alto da tela avisando que cada internauta é responsável pelo que acessa ou põe na Internet. O internauta passa a se sentir permanentemente vigiado por uma ditadura totalitária que, segundo especialistas, tem pelo menos 40 mil pessoas trabalhando no monitoramento da Internet.

Pois os BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e, agora, também África do Sul) estão defendendo junto à ONU um órgão de regulação da Internet.

Big Brother profetizado por George Orwell avança.

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Este artigo foi publicado originalmente na Tribuna da Bahia desta quarta.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano.

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                     Foto: Google imagem

quarta-feira, 5 de maio de 2010

PF liga Tuma Júnior, secretário nacional de Justiça, a chefe da máfia chinesa

Quarta, 5 de maio de 2010
Do jornal O Estado de São Paulo
Interceptação de gravações telefônicas e mensagens eletrônicas aponta contato frequente com Li Kwok Kwen, também conhecido como Paulo Li

Rodrigo Rangel, de O Estado de S.Paulo
Gravações telefônicas e e-mails interceptados pela Polícia Federal (PF) durante investigação sobre contrabando ligam o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, ao principal alvo da operação, Li Kwok Kwen, apontado como um dos chefes da máfia chinesa em São Paulo.
A relação de Tuma Júnior com Kwen, também conhecido como Paulo Li, foi mapeada ao longo dos seis meses da investigação que deu origem à Operação Wei Jin, deflagrada em setembro de 2009.
Paulo Li foi preso com mais 13 pessoas, sob a acusação de comandar uma quadrilha especializada no contrabando de telefones celulares falsificados, importados ilegalmente da China.
Ao ser preso, Paulo Li telefonou para Tuma Júnior na frente dos agentes federais que cumpriam o mandado. Dias após a prisão, ao saber que seu nome poderia ter aparecido no inquérito, Tuma Júnior telefonou para a Superintendência da PF em São Paulo, onde corria a investigação, e pediu para ser ouvido. O depoimento foi tomado num sábado, para evitar exposição. Tuma declarou que não sabia de atividades ilegais de Li. O surgimento do nome Tuma Júnior no inquérito seguia em segredo até agora.
O esquema, estimou a PF à época, girava R$ 1,2 milhão por mês. Os aparelhos eram vendidos no comércio paralelo de São Paulo e no Nordeste. Denunciado pelo Ministério Público Federal pelos crimes de formação de quadrilha e descaminho, Li seguia preso até ontem.
Além de ocupar um dos postos mais importantes da estrutura do Ministério da Justiça, Tuma Júnior preside, desde o último dia 23 de abril, o Conselho Nacional de Combate à Pirataria.
Foi investigando Paulo Li - a quem a PF se refere nos relatórios como comandante de "uma das maiores organizações criminosas de São Paulo e do Brasil" - que os policiais descobriram seus laços com Tuma Júnior. Entre os telefonemas gravados com autorização judicial, são frequentes as conversas de Li com o secretário nacional de Justiça.
Leia mais no Estadão

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

USA em dificuldade

Quinta, 4 de fevereiro de 2010
 Por Ivan de Carvalho
Numa segunda-feira, 21 de fevereiro de 1972, o então presidente americano Richard Nixon desembarcou em Pequim, onde poucas horas depois foi recebido pelo primeiro-ministro Chou en Lai.
A visita de Nixon à China coroava toda uma fase preparatória e iniciava a execução de uma ampla estratégia conjunta de enfrentamento do agressivo império soviético. A China havia rompido com a União Soviética quando esta, a partir de um famoso discurso de Nikita Kruchev, amaldiçoou o stalinismo, numa ampla manobra política da nova guarda do Kremlin para se consolidar no poder. E Nixon, com os Estados Unidos batidos na África negra pela ofensiva política, diplomática e até mesmo militar da URSS via Cuba e em situação difícil no Oriente Próximo e Oriente Médio, além do sudeste asiático (Vietnam) queria um parceiro para enfrentar o colosso do leste europeu e norte da Ásia.
    A China mostrou-se um parceiro político valioso e foi importante para que afinal Ronald Reagan, Margareth Thatcher e João Paulo II ganhassem melhores condições de aplicar o xeque-mate que levou a URSS às reformas de Gorbachev e depois ao colapso, dando lugar a várias repúblicas independentes e a uma grande democracia experimental, a Rússia sob Boris Yeltsin. Experimento que está indo rapidamente para o brejo sob Vladimir Putin.
    Agora, enquanto a Rússia engata a marcha-a-ré na estrada que leva do totalitarismo à democracia e à liberdade, a China, que nunca andou nessa estrada, se recompõe com a Rússia e, abrindo parte de sua economia enquanto mantém o controle totalitário da sociedade, torna-se o que está na moda dizer que será “a maior potência do século XXI”. Para um candidato ainda não eleito a tal posição, a China já está bem arrogante. Encontrei ontem no excelente blog bahiaempauta.com.br uma notícia pescada no jornal português Diário de Notícias.
    A notícia dá conta de que um alto dirigente chinês avisou que um eventual encontro entre Obama e o Dalai Lama (líder religioso e governante do Tibet no exílio) irá “minar seriamente” as relações entre Estados Unidos e China. Este aviso soma-se aos ataques verbais chineses pela venda de armas americanas a Taiwan – os Estados Unidos têm o compromisso de manter a República da China (Taiwan) bem armada –, mas a China (a totalitária) quer tomar a ilha, assim como, há décadas, invadiu e ocupou o Tibet. Para completar, é recente um conflito envolvendo direitos humanos e o site de pesquisa Google (que ameaçou deixar de funcionar na China, devido à cada vez mais insistente e ampla censura chinesa a seu conteúdo, bem como ao acesso dos internautas chineses ao site). Os chineses não podem saber coisas que o governo não quer que eles saibam e devem saber tudo que o governo quer que eles saibam – esse é o pilar básico de todo totalitarismo.
    Os Estados Unidos não estão bem. Juntaram-se à China para vencer a URSS. Agora, Rússia e China, razoavelmente reconciliadas, ensaiam o enfrentamento com os Estados Unidos e, por extensão, com o Ocidente.

Este artigo foi publicado na Tribuna da Bahia desta quinta.
Ivan de Carvalho é jornalista baiano