Segunda, 26 de março de 2012
Documentos inéditos sobre a atuação da Stratfor no Brasil expõem o
amadorismo de espiões e fontes. Sua representante foi recebida no
Gabinete de Segurança Institucional da presidência
“Foi uma honra e um privilégio tomar parte em uma conversa tão estimulante na sala de situação e ser levada em um tour guiado
pelo palácio presidencial.” Era janeiro de 2011 e a Stratfor era apenas
uma agência curiosamente bem colocada no mundo das informações de
inteligência e geopolítica internacional, quando sua diretora de
análise, Reva Bhalla, escreveu um e-mail
mais que agradecido ao secretário-adjunto do Gabinete de Segurança
Institucional do Planalto, José Antônio de Macedo Soares, por tê-la
apresentado ao local reservado onde militares e agentes se reúnem em
tempos de crise de segurança.
Bhalla queria ainda reaver um mapa do Brasil presenteado por Soares e roubado no aeroporto. “Fiquei com o coração partido. Eu realmente amei o mapa e estava tão honrada em tê-lo.” Um mês depois, Soares lhe escreveu: tinha em mãos a cópia do mapa, feito para a Marinha. “Para qual endereço devo mandar esse tubo de aparência tão suspeita com o mapa?” Bhalla respondeu agradecida, emocionada, difícil de conter. “Eu estava num bar com amigos ontem e um cara perto de mim viu o imenso sorriso que surgiu em meu rosto quando eu vi sua mensagem, virou pra mim e disse: ‘uau, queria saber o que faz uma garota sorrir assim’. Acho que ele nunca adivinharia que tinha a ver com um mapa múndi com o Brasil no centro”. Deu ainda o endereço para postagem. E pediu o dele, “caso haja algo que eu queira mandar como agradecimento por toda a simpatia e hospitalidade que você mostrou durante minha visita ao seu belo país.”