Terça, 25 de setembro de 2012
Da "Pública"Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Qual é a relação entre as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora)
cariocas, a especulação imobiliária, remoções de comunidades inteiras,
grandes empreiteiras e a Copa do Mundo no Brasil? É isso que os
cineastas Fausto Mota, Raoni Vidal e Henrique Campos se dispuseram a
descobrir e costurar no documentário Domínio Público.
Feito de forma totalmente independente e com a possibilidade de se
tornar um longa- metragem – o projeto está no site Catarse para
financiamento coletivo – o filme sugere que o Rio de Janeiro, assim como
outras cidades que sediarão a Copa, está se tornando cada vez mais uma
cidade a serviço de empreiteiras e grandes negócios.
Mesmo assim, o diretor não acha viver no Rio a maravilha que essas
empresas vendem para os gringos. Em entrevista ao Copa Pública, Fausto
Mota diz que os cariocas vivem sob o regime do medo do tráfico, da
polícia ou da milícia e que muitas vezes não têm coragem de denunciar,
ou tocar em assuntos polêmicos com medo de morrer. Leia a entrevista e
veja o mini doc:
Quem produziu, dirigiu, idealizou o filme? O que motivou vocês a fazer este doc?
O filme foi produzido por Fausto Mota e idealizado/dirigido por ele,
Raoni Vidal e Henrique Ligeiro. A motivação veio de indagações a
respeito do projeto das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora).
Começamos a nos questionar sobre a escolha dos locais para instalação
das unidades e a valorização imobiliária inerente ao processo. A partir
disso, passamos a pesquisar material sobre o tema e percebemos que o
buraco era bem mais profundo do que a gente pensava. As UPPs são a ponta
do iceberg de um projeto de cidade muito perigoso…
O que mais chocou vocês durante este processo?